As APIs são uma das principais ferramentas para conectar diferentes sistemas e serviços, principalmente com o crescimento da internet e das plataformas digitais. Nesse cenário, a arquitetura REST se consolidou como um dos padrões mais populares para a criação de APIs. Simples, flexível e amplamente adotada, a arquitetura REST facilita a comunicação entre sistemas, independentemente das tecnologias utilizadas, tornando-se um recurso fundamental para os desenvolvedores.
Neste artigo, vamos explorar os conceitos básicos da arquitetura REST, suas diretrizes e vantagens. Vamos lá!
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1 – O que é REST?
REST significa “Representational State Transfer”, que traduzido para o nosso idioma é “Transferência de Estado Representacional”, é o nome dado para o estilo de arquitetura de software que define diretrizes para a construção de APIs.
A arquitetura REST foi criada no ano 2000 pelo cientista da computação norte-americano Roy Fielding, com o objetivo de facilitar a comunicação entre diferentes serviços conectados à internet.
Sistemas e aplicações que usam tecnologias, completamente, diferentes e que são executados em diferentes tipos de dispositivos, conseguem comunicar-se facilmente entre si através de APIs REST, simplificando todo o processo de integração desses sistemas.
As regras definidas pela arquitetura REST também reduzem o tempo e o custo de desenvolvimento de novas aplicações, facilitando o trabalho de desenvolvedores para implementar e manter suas APIs ao longo do tempo.
2 – As diretrizes da arquitetura REST
Para que a arquitetura de um API seja considerada REST, quatro diretrizes precisam ser cumpridas, as quais são:
1. Utilização de métodos HTTP para realizar operações nos recursos da API. Os métodos HTTP informam para o servidor o que precisa ser feito naquela requisição e, geralmente, são usados quatro métodos nas operações: GET, POST, PUT e DELETE, que compõem o chamado CRUD.
2. Uso de URLs para identificar os recursos da API. Cada (essas URLs também são chamadas de endpoints).
3. Transferência de dados entre cliente e servidor em um formato padrão. Geralmente, são usados os formatos JSON ou XML.
4. Ausência de estados do lado do servidor, sendo mantidos do lado do cliente. Essa característica da arquitetura REST, permite que o servidor complete cada solicitação do cliente, independentemente, de todas as solicitações anteriores. Assim, os clientes podem requisitar recursos em qualquer ordem, e cada requisição é sem estado, isolada de todas as outras.
3 – Vantagens das APIs REST
As APIs REST possuem uma série de vantagens que as tornaram populares no mercado, dentre as quais destacam-se:
– Escalabilidade: por não possuir estados do lado do servidor, a arquitetura REST diminui a carga de trabalho do lado do servidor e permite que as APIs sejam escaláveis ao longo do tempo e suportem uma carga de tráfego maior com boa performance.
– Flexibilidade: a arquitetura REST permite a separação total entre recursos do cliente e do servidor. Os recursos possuem independência de plataforma, linguagem e sistema operacional. Dessa forma, eventuais mudanças de plataforma ou tecnologia na aplicação do servidor não afetam a aplicação do cliente e vice-versa. A capacidade de construir camadas de funções de aplicações na API aumenta ainda mais a flexibilidade. Por exemplo, os desenvolvedores podem fazer alterações na camada de banco de dados sem reescrever a lógica dos serviços da aplicação.
– Interoperabilidade: como não existem restrições rígidas para implementar APIs REST, elas podem ser utilizadas em uma ampla variedade de plataformas e linguagens de programação, permitindo a comunicação entre sistemas e aplicações heterogêneas.
– Manutenibilidade: Como os componentes são desacoplados e a interface é padronizada, a arquitetura REST facilita a manutenção e evolução de APIS ao longo do tempo. É possível fazer correções ou atualizações em recursos específicos do sistema sem afetar o funcionamento geral da API.
4 – Como usar API REST no dia a dia
Se você é um estudante ou profissional da área de TI e tem contato com a área de desenvolvimento back-end, certamente, precisará trabalhar com a arquitetura REST na construção de suas APIs. E nessa hora, dúvidas podem surgir, independentemente, de seu nível de experiência ou conhecimento.
Para facilitar esse processo, segue abaixo algumas orientações importantes de como trabalhar com a arquitetura REST:
– Estude a arquitetura REST: explore a internet e os conteúdos disponíveis sobre o assunto até entender cada conceito da arquitetura.
– Estude o protocolo HTTP: entenda os métodos GET, POST, PUT, DELETE e os códigos de status (Status Code) que podem ser retornados em uma requisição.
– Escolha as linguagens de programação e frameworks: a arquitetura REST é independente de linguagem de programação ou tecnologia. Portanto, ao escolher as linguagens e frameworks que serão usados no processo de desenvolvimento, leve em conta quais se encaixam melhor aos requisitos do seu projeto e com quais você tem mais afinidade para trabalhar.
– Escolha o formato de dados: aqui vale a mesma regra do item anterior. A arquitetura REST não especifica um formato de transmissão de dados. Você pode usar JSON, XML ou outros. A escolha deve ser por aquele formato que melhor se encaixa ao contexto do seu projeto.
– Autenticação e autorização: a segurança das informações transacionadas entre diferentes sistemas é um ponto crítico de qualquer projeto. Ao planejar sua API REST defina, claramente, quais mecanismos de autenticação e autorização serão usados para garantir a segurança das informações dos usuários. Atualmente, o padrão OAuth é um dos mais populares do mercado e amplamente utilizado em APIs REST.
– Documentação de APIs: escolha um padrão de documentação para usar na sua API. Muitas vezes, essa etapa é negligenciada por desenvolvedores, porém, em longo prazo, uma documentação incompleta ou desatualizada dificultará o processo de manutenção da API. Não negligencie esse item, escolha um padrão de documentação como o Swagger, e mantenha os documentos sempre atualizados.
– Escolha as ferramentas de desenvolvimento: definidos os itens anteriores, chegou a hora de escolher as ferramentas que serão usadas na construção da API. Primeiro, é preciso escolher a IDE que será usada, conforme a linguagem ou framework que será utilizado. Se você escolheu trabalhar com Java, o IntelliJ pode ser a melhor opção, se escolheu Node.js, o Visual Studio Code é uma excelente opção, se foi Python, o PyCham pode atender suas necessidades.
Além disso, a ferramenta de testes da API é muito importante. O Postman e o Insomnia são ótimas opções para essa finalidade. Porém, se você escolheu usar o Swagger para documentar sua API, muito provavelmente, já conseguirá testar sua aplicação através dos recursos disponibilizados pela ferramenta.
Em resumo, os itens acima lhe ajudaram a iniciar o desenvolvimento de uma API REST e construí-la de forma bem-sucedida. Entretanto, não esqueça que, dependendo das necessidades do seu projeto, pode ser necessário considerar outros itens além dos que foram citados. Sempre analise profundamente os requisitos dos seus projetos e escolha as opções que se encaixam melhor a sua realidade.
Conclusão
A arquitetura REST oferece uma abordagem eficiente para a criação de APIs, facilitando a integração entre diferentes sistemas e garantindo flexibilidade e escalabilidade. Embora cada projeto tenha suas particularidades, seguir as diretrizes da arquitetura REST e as boas práticas mencionadas pode ser um grande diferencial para o sucesso no desenvolvimento de suas APIs. Com o conhecimento correto e as ferramentas adequadas, é possível criar soluções que se adaptam facilmente às necessidades do mercado, garantindo manutenibilidade e eficiência a longo prazo.
Se você quer aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.
Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato.
Referências:
https://aws.amazon.com/pt/what-is/restful-api/
https://blog.engdb.com.br/o-que-e-rest-api/
https://pt.wikipedia.org/wiki/REST
https://www.dio.me/articles/entendendo-as-diferencas-entre-apis-rest-e-restful
Fontes consultadas entre os dias 18/09/2024 e 20/09/2024