O que é programação orientada a objetos? 

A programação orientada a objetos (POO) é um dos paradigmas mais conhecidos e utilizados na construção de sistemas computacionais. Baseada na ideia de aproximar o mundo real com o mundo da computação, a orientação a objetos nos permite estruturar o código de forma organizada e reutilizável, algo essencial para a construção de softwares robustos e escaláveis.

Neste texto, vamos explorar os fundamentos da orientação a objetos, seus conceitos-chave, e como aplicá-los na prática por meio de exemplos em Java, uma das linguagens mais populares nesse contexto. 

1 – Entendendo o conceito de programação orientada a objetos 

A programação orientada a objetos (OOP – Object-oriented programming) é um paradigma baseado no conceito de representar aquilo que existe no mundo real em sistemas computacionais através de classes e objetos.  

Esse paradigma serve como um modelo de análise, projeto e desenvolvimento de sistemas que procura aproximar o mundo real ao mundo da programação de computadores, tornando mais fácil o entendimento e solução de problemas complexos. 

Para entender esse paradigma pense, por exemplo, em um sistema bancário: nesse sistema temos uma classe principal chamada Conta Bancária. A partir desta classe, serão criados todos os tipos de contas bancárias disponibilizadas pelo banco. Note no exemplo abaixo que temos três tipos de contas: corrente, digital e salário. Estas contas e todas as demais que o banco vier a oferecer serão objetos da classe principal Conta Bancária. 

Representação gráfica da relação entre classes e objetos.
Fonte: o autor

Essa relação entre classe e objeto é a base do paradigma da programação orientada a objetos. Uma classe pode ser entendida como um modelo, enquanto os objetos, são tudo aquilo que construímos com base nesse modelo (classe). Quando um objeto é construído ocorre o que chamamos de instância de classe.  

Dessa forma, quando usamos os princípios da orientação a objetos para desenvolver um sistema, transformamos cada um dos requisitos em classes e objetos. E para cada uma dessas classes e objetos definimos atributos e métodos próprios que serão utilizados para processar os dados recebidos e retornar as saídas do sistema. 

1.1 – O que são atributos e métodos? 

Atributo e métodos são dois conceitos fundamentais na programação orientada a objetos e podemos entendê-los da seguinte forma: os atributos são as características de cada classe e objeto, enquanto os métodos são as ações e comportamentos dessas classes e objetos. Atributos e métodos são definidos nas classes e compartilhados pelos objetos instanciados através delas.  

Pensando na classe conta bancária, alguns exemplos de atributos podem ser: número da conta, titular da conta, saldo. Enquanto, exemplos de métodos podem ser: depositar, sacar, consultar saldo, transferir.

Representação gráfica detalhada da relação entre classes e objetos
Fonte: o autor

Analisando a imagem acima, percebemos que os atributos e métodos são inseridos na classe Conta Bancária. Dessa forma, cada conta bancária criada, independe do seu tipo, será um objeto instanciado da classe principal Conta Bancária e herdará todos os atributos e métodos disponíveis nela. E isto gera uma das principais vantagens da orientação a objetos: a reutilização de códigos. 

Observe em nosso exemplo que, todas as contas criadas, independente do seu tipo, herdam da classe principal todas as características e comportamentos comuns. Assim, não é necessário, por exemplo, reescrever o código responsável por consultar saldo para cada tipo de conta existente, pois, todas as contas herdam esse método da classe principal. 

2 – Exemplo prático de programação orientada a objetos 

Para fins didáticos e um melhor entendimento desses conceitos, vamos ver um exemplo simples de Java para representar a classe conta bancária.  

Se você quiser executar esse projeto na sua máquina, precisará ter o Java 17 instalado e uma IDE compatível com a linguagem como o IntelliJ ou Visual Studio Code, por exemplo.  

O primeiro arquivo de todo projeto Java é o Main.java, responsável por executar a aplicação, vamos criá-lo:

@SpringBootApplication 
public class BancoApplication { 
public static void main(String[] args) { 
ApplicationContext context = SpringApplication.run(BancoApplication.class, args); 
        BancoService bancoService = context.getBean(BancoService.class); 
        bancoService.ExecutaContas(); 

}
 

No arquivo Main.java nós estamos chamando a função ExecutaContas() da classe BancoService. Vamos criar um arquivo chamado BancoService.java: 

@Service 
public class BancoService { 
        public void ExecutaContas () { 
               ContaCorrente conta1 = new ContaCorrente(1, "João", 700.0, 200.00 ); 
               ContaDigital conta2 = new ContaDigital(2, "Maria", 500.0); 
               ContaSalario conta3 = new ContaSalario(3, "José", 1000.0); 

                conta1.consultarSaldo(); 
                conta2.consultarSaldo(); 
                conta3.consultarSaldo(); 
                conta1.depositar(200.0); 
                conta1.transferir(conta2,700.00); 
                conta2.sacar(500.00); 
                conta3.transferir(conta1,200.00); 
                conta1.consultarSaldo(); 
                conta2.consultarSaldo(); 
                conta3.consultarSaldo(); 
        }       

Note que o arquivo BancoService.java instância três objetos e executa uma série de ações que simulam as transações realizadas em um sistema bancário. 
 
Agora vamos criar as classes que representam os tipos de contas que instanciamos em BancoService: 

ContaCorrente.java

 public class ContaCorrente extends ContaBancaria { 
    private double chequeEspecial; 


    public ContaCorrente(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial, double chequeEspecial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.CORRENTE); 
this.chequeEspecial = chequeEspecial; 
    } 


    public double getChequeEspecial() { 
        return chequeEspecial; 
    } 


    @Override 
    public void consultarSaldo() { 
        double saldoTotal = getSaldo() + chequeEspecial; 
        System.out.println( "Conta: " + getNumeroConta() + " / " + "Titular: " + getTitularConta() + " / " + "Saldo atual: R$" + getSaldo() + " / Cheque Especial: R$" + chequeEspecial +  " / Saldo Total: R$" + saldoTotal); 
    } 

ContaDigital.java 

public class ContaDigital extends ContaBancaria { 
    public ContaDigital(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.DIGITAL); 
    } 

ContaSalario.java 

public class ContaSalario extends ContaBancaria { 
    public ContaSalario(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.SALARIO); 
    } 

Veja que as classes Conta Corrente, Conta Digital e Conta Salário possuem a palavra-chave extends, indicando que elas herdam atributos e métodos da classe Conta Bancária. 

Vamos agora criar o arquivo ContaBancaria.java  que possui a classe principal Conta Bancária: 

public class ContaBancaria { 
    // Atributos da classe 
    private int numeroConta; 
    private String titularConta; 
    private double saldo; 

    // Construtor da classe 
    public ContaBancaria(int numeroConta, String titularConta, 
                         double saldoInicial, TipoConta tipoConta) { 
        this.numeroConta = numeroConta; 
        this.titularConta = titularConta; 
        this.saldo = saldoInicial; 
    } 

    // Métodos da classe 
    public void depositar(double valor) { 
        saldo += valor; 
        System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Depósito de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
    } 

    public void sacar(double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Saque de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
        } else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para saque de R$" + valor); 
        } 
    } 

    public void consultarSaldo() { 
        System.out.println( 
                "Conta: "+numeroConta+" / "+"Titular: "+titularConta+" / "+"Saldo atual: R$" + saldo);  } 
    public void transferir(ContaBancaria destino, double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            destino.saldo += valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Transferência de R$" + valor + " realizada para a conta " + destino.numeroConta); 
} else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para transferência de R$" + valor); 
        } 
    }

    public double getSaldo() { 
        return saldo; 
    } 

    public int getNumeroConta() { 
        return numeroConta; 
    } 

    public String getTitularConta() { 
        return titularConta; 
    } 

Observe que a classe ContaBancaria possui três atributos (numeroConta, titularConta e saldo) e quatro métodos (depositar, sacar, consultarSaldo e transferir). Essa é a classe modelo de onde conta corrente, conta digital e conta salário irão herdar atributos e métodos.  

Para finalizar, vamos criar um arquivo chamado TipoConta.java que será um Enum de tipos de contas: 

public enum TipoConta { 
    CORRENTE, 
    SALARIO, 
    DIGITAL 

Após finalizar a criação dos arquivos e códigos do projeto vamos executá-lo. Teremos esse resultado no console da IDE: 

 
Conta: 1 / Titular: João / Saldo atual: R$700.0 / Cheque Especial: R$200.0 / Saldo Total: R$900.0 
Conta: 2 / Titular: Maria / Saldo atual: R$500.0 
Conta: 3 / Titular: José / Saldo atual: R$1000.0 
Conta 1 - Depósito de R$200.0 realizado com sucesso! 
Conta 1 - Transferência de R$700.0 realizada para a conta 2 
Conta 2 - Saque de R$500.0 realizado com sucesso! 
Conta 3 - Transferência de R$200.0 realizada para a conta 1 
Conta: 1 / Titular: João / Saldo atual: R$400.0 / Cheque Especial: R$200.0 / Saldo Total: R$600.0 
Conta: 2 / Titular: Maria / Saldo atual: R$700.0 
Conta: 3 / Titular: José / Saldo atual: R$800.0 

Esses prints mostram os resultados das ações executadas na função ExecutaContas() da classe BancoService. Essas ações são realizadas pelos objetos de ContaCorrente, ContaDigital e ContaSalario, instanciados de ContaBancaria. Apesar de ser um simples exemplo, observe que através dele conseguimos visualizar claramente os conceitos fundamentais da programação orientada a objetos e entender melhor esse paradigma amplamente usado no desenvolvimento de software.

3 – Usando programação orientada no dia a dia 

A programação orientada a objetos está presente em praticamente todos os sistemas e aplicativos que utilizamos diariamente. Amplamente usada em serviços back-end, mas não restrita somente a isso, a orientação a objetos está presente em redes sociais, streaming de vídeos, jogos, ERPs e muitas outras aplicações que fazem parte de nosso cotidiano. 

Aprender e entender os conceitos de orientação a objetos é fundamental para desenvolver sistemas funcionais e eficientes, que atendam aos objetivos e requisitos definidos nos projetos que trabalhamos.  

A orientação a objetos também é suportada por muitas linguagens e tecnologias. No exemplo acima, usamos Java que, certamente, é a linguagem orientada a objetos mais conhecida no mercado. Entretanto, outras linguagens como C++, C#, Python, PHP e Kotlin e vários frameworks de desenvolvimento como Laravel, Djano, .NET e Flutter, aceitam os conceitos de POO. A escolha de qual linguagem e tecnologia usar dependerá, diretamente, das preferências do desenvolvedor e dos requisitos do projeto, dispondo de um amplo leque de opções para atender a todos os públicos. 

Mas, é válido lembra que, a programação orientada a objetos vai além dos conceitos de classes, objetos, atributos e métodos, apresentados acima. Outros quatro conceitos se destacam na programação orientada a objetos, são eles: abstração, encapsulamento, herança e polimorfismo. Esses conceitos são conhecidos como pilares da programação orientada a objetos e se você quiser saber mais sobre esse assunto, clique aqui, para ler um artigo que escrevi sobre este assunto.   

Conclusão 

A programação orientada a objetos é uma poderosa ferramenta para desenvolver sistemas funcionais, robustos e escaláveis. Sua estrutura baseada em classes, objetos, atributos e métodos permite organizar o código de forma clara, coesa e reutilizável, agilizando o desenvolvimento de sistemas.  

Ao compreendermos e aplicarmos esses conceitos, estamos melhor preparados para criar soluções tecnológicas que as expectativas de nossos clientes e usuários. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto. 

O que é programação funcional? 

Ao trabalhar com desenvolvimento de software, diferentes paradigmas de programação oferecem abordagens distintas para a solução de problemas computacionais. Entre eles, destaca-se a programação funcional, uma metodologia que tem ganhado cada vez mais relevância devido à sua capacidade de produzir código mais previsível, testável e manutenível.  

Neste artigo iremos explorar os fundamentos da programação funcional e suas principais características.  Também veremos exemplos simples e práticos de códigos que nos ajudarão a entender melhor como esse paradigma pode ser aplicado no dia a dia dos programadores. 

1 – Entendendo o conceito de programação funcional 

A programação funcional (FP – Functional Programming) é um paradigma baseado no conceito de expressões e funções matemáticas. Ao aplicar a programação funcional em um projeto, os problemas serão decompostos em partes menores, as quais serão atribuídas para funções.  

As funções recebem valores de entrada, aplicam uma lógica de processamento e retornam novos valores como saída. Assim, um sistema é fracionado em um conjunto de funções, cujo somatório destas funções compõem um sistema maior.  

A programação funcional possui algumas características próprias. Abaixo vamos conhecer essas características e ver alguns exemplos de código escrito em JavaScript para facilitar o entendimento.  

2 – As características da programação funcional 

Funções puras: são funções que retornam sempre o mesmo valor quando passados os mesmos parâmetros.  

// Funções Puras+
const multiplicarPor2 = (numero) => numero * 2;

console.log(multiplicarPor2(3)); // Saída: 6  
console.log(multiplicarPor2(4)); // Saída: 8  
console.log(multiplicarPor2(3)); // Saída: 6  
console.log(multiplicarPor2(4)); // Saída: 8 

No exemplo acima, a função multiplicarPor2(), recebe um valor e multiplica-o por 2. Observe nas saídas que, sempre que uma função pura recebe o mesmo valor de entrada irá retornar o mesmo valor de saída.  

Funções de ordem superior: trata-se de uma função capaz de receber outras funções como argumento ou retornar  outras funções como resultado.  

// Funções de Ordem Superior  
const executarOperacao = (operacao, a, b) => operacao(a, b);  
const soma = (x, y) => x + y;  
const multiplicacao = (x, y) => x * y;

console.log(executarOperacao(soma, 5, 3)); // Saída: 8  
console.log(executarOperacao(multiplicacao, 5, 2)); // Saída: 10   

No exemplo acima, executarOperacao() assume o papel de uma função de ordem superior, enquanto soma() e multiplicação(), são funções de cálculos aritméticos que podem ser passadas como argumento para a função superior executarOperacao().  

Composição de funções: é a capacidade de criar uma função a partir da junção de outras funções.  

//Composição de funções  
const somar = (a, b) => a + b;  
const dobrar = (x) => x * 2;  
const composta = () => dobrar(somar(5, 10));  

console.log(composta()); // Saída: 30   

No exemplo acima, temos três funções distintas: somar(), responsável por realizar um cálculo de adição entre dois valores, dobrar() que recebe um valor e multiplica-o por 2, e composta(), a qual assume o papel de uma função composta de somar() e dobrar().   

Imutabilidade: os valores após serem atribuídos para as variáveis não sofrem mudanças, mantendo-se fixos durante toda a execução do código.  Ao trabalhar com dados imutáveis, novos valores são criados, ao invés de ocorrerem modificações nos valores existentes. Dessa forma, a imutabilidade torna o código mais previsível e estável, evitando efeitos colaterais inesperados no processamento. 

Para um melhor entendimento desse conceito, imagine que temos um array de números e queremos adicionar um novo número a ele.  Vamos visualizar dois exemplos: um utilizando uma função mutável e outro uma função imutável.  

A abordagem mutável seria assim: 

//Mutabilidade 
const listaNumeros = [1, 2, 3];
listaNumeros.push(4); // Modifica o array original 

console.log(listaNumeros); // Saída: [1, 2, 3, 4] 

Observe que, em uma abordagem mutável, a constante original listaNumeros, foi modificada durante a execução através da função push()

Agora vamos observar como seria na abordagem imutável: 

//Imutabilidade  
const listaNumeros = [1, 2, 3];
const adicionarNumero = (lista) => [...lista, 4];  

// Acrescenta um valor sem modificar o array original  
const numerosAtualizados = adicionarNumero(listaNumeros);  

console.log(listaNumeros); // Saída: [1, 2, 3]   
console.log(numerosAtualizados); // Saída: [1, 2, 3, 4]

Observe no exemplo acima que, a função adicionarNumero() recebe um array  de valores numéricos chamado listaNumeros e acrescenta o número 4. O resultado dessa operação é atribuído para a constante numerosAtualizados.  

A imutabilidade dos dados pode ser observada nas saídas do código, pois, apesar da constante listaNumeros ser utilizada mais de uma vez, ela não teve seus valores alterados. Foi gerada uma nova constante chamada numerosAtualizados para gravar os dados da operação realizada com a constante listaNumeros.     

Recursividade: na programação funcional, loops de repetição não são usados. No lugar dos loops é adotada a recursividade, que é a característica de uma função chamar a si mesma até que uma condição (chamada de caso base) seja atingida.  

//Recursividade  
const calcularFatorial = (n) => {  
if (n === 0) {  
   return 1; 
} else {  
   return n * calcularFatorial(n - 1);  
}};  
const numero = 5;  
const fatorial = calcularFatorial(numero); 
 
console.log(`O fatorial de ${numero} é: ${fatorial}`);  
//Saída: O fatorial de 5 é: 120   

No exemplo acima, calcularFatorial() é uma função recursiva que calcula o fatorial do valor informado em numero.   

3 – Usando paradigma funcional no dia a dia 

O paradigma funcional é suportado por diversas linguagens de programação. Entre as linguagens puramente funcionais destacam-se o Haskell e a família ML (Standard ML, OCaml e suas variantes). 

Nos exemplos acima, usamos JavaScript, uma linguagem multiparadigma, amplamente conhecida no mercado e compatível com os princípios da programação funcional. Mas além dela, existem outras opções disponíveis como C++, PHP, Python, TypeScript e Kotlin. Todas estas linguagens são multiparadigma e suportam a implementação de códigos seguindo o paradigma funcional. 

Na prática, a programação funcional encontra grande aplicação na Ciência de Dados, especialmente no processamento e análise de grandes volumes de dados. Isto se deve à natureza concisa e declarativa do código funcional, bem como à presença de funções de ordem superior como map, filter e reduce, que simplificam significativamente o tratamento de dados. 

Além disso, este paradigma mostra-se particularmente eficaz no desenvolvimento de algoritmos de busca e ordenação, assim como no processamento de eventos e sistemas reativos. 

Conclusão 

A programação funcional oferece uma abordagem poderosa e eficiente para o desenvolvimento de software, especialmente em aplicações que demandam alta confiabilidade e facilidade de manutenção. Ao adotar funções puras, imutabilidade, recursividade e outras características, este paradigma permite construir sistemas mais previsíveis e menos propensos a erros.  

O suporte a esse estilo de programação em diversas linguagens multiparadigma, usadas por desenvolvedores no dia a dia como JavaScript, Python e Kotlin, amplia ainda mais sua aplicabilidade em diversos contextos.  

Assim, a programação funcional não é apenas mais um recurso técnico, mas é um meio de transformar a maneira como abordamos problemas, tornando o código mais limpo, robusto e eficiente. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.

O que são Status Code? 

Na era da conectividade digital, a comunicação entre clientes e servidores é essencial para o funcionamento de sistemas e aplicações na internet. Essa troca de dados é realizada por meio do protocolo HTTP, que garante a troca de informações entre as partes envolvidas.  

Em cada requisição feita por um cliente, o servidor responde com um código numérico conhecido como Status Code, que tem como objetivo informar se a operação foi realizada com sucesso ou se encontrou algum erro. Esses códigos são fundamentais para desenvolvedores e administradores de sistemas, pois fornecem informações claras sobre o estado das requisições, ajudando a identificar problemas e manter a fluidez das operações.  

Neste texto, iremos conhecer as diferentes categorias de Status Code e seus principais exemplos, detalhando a função de cada um na comunicação entre cliente e servidor. 

1 – Entendendo o que é um Status Code 

A internet é baseada na troca constante de dados entre clientes e servidores. Nos dias atuais, praticamente, todos os sistemas e aplicações que usamos estão conectados à internet e comunicam-se com serviços remotos localizados em servidores web. Essa comunicação ocorre através do protocolo HTTP e é nesse cenário que surgem os Status Code. 

Os Status Code, ou códigos de  status HTTP, são códigos numéricos retornados por servidores web em resposta para cada requisição feita pelos usuários (ou clientes). Esses códigos indicam se uma solicitação HTTP foi bem-sucedida ou não.  

Os códigos são compostos por três dígitos: 

– O primeiro dígito varia de 1 a 5 e indica o tipo de status; 

– O segundo e terceiro dígitos referem-se aos status contemplados no intervalo do primeiro dígito; 

Os Status Code são divididos em cinco categorias principais, as quais representam classes de respostas do servidor, organizadas da seguinte forma: 

Código Tipo Explicação 
100 – 199 Respostas informativas (Informal) Requisição em processamento pelo servidor 
200 – 299 Respostas bem-sucedidas (Success) Requisição processada com sucesso pelo servidor 
300 – 399 Mensagens de redirecionamento (Redirection) Requisição precisa ser redirecionada para ser concluída 
400 – 499 Respostas de erro do cliente (Client Error) Requisição não pode ser concluída ou possui erro de sintaxe 
500 – 599 Respostas de erro do servidor (Server Error) Requisição não pode ser concluída por falha no lado do servidor 

2 – Lista de Status Code 

Abaixo serão listados os principais Status Code retornados em requisições HTTP: 

Respostas informativas 

100 – Continue: indica ao cliente que o cabeçalho (header) da requisição foi recebido e ele deve continuar a requisição enviando o corpo (body) ou ignorar a resposta se a requisição já estiver concluída. Esse status é útil para determinar se o servidor está disposto a aceitar a requisição antes que o seu corpo (body) seja enviado, tornando o processo mais eficiente. 

101 – Switching Protocols: o servidor está mudando os protocolos conforme solicitado pelo cliente como, por exemplo, mudar para uma versão mais recente do HTTP. 

102 – Processing: este código indica que o servidor recebeu e está processando a solicitação, mas ainda não tem uma resposta pronta. 

103 – Early Hints: indica que o cliente receberá alguns campos de cabeçalho de solicitação antes da mensagem HTTP final, com instruções para que o agente de usuário pré-carregue recursos enquanto aguarda a conclusão do processo.  

Respostas bem-sucedidas 

200 – OK: a requisição foi bem-sucedida e o servidor retornou a resposta esperada. 

201 – Created: requisição bem-sucedida e um novo recurso foi criado como resultado. Geralmente, retornado em métodos PUT ou POST. 

202 – Accepted: indica que a solicitação foi recebida pelo servidor, mas não pode ser atendida. Esse retorno ocorre nos casos em que outro processo ou servidor lida com a requisição e para processamento em lote. É um retorno sem compromisso, pois não é possível enviar, posteriormente, uma resposta HHTP assíncrona indicando o resultado da solicitação.  

204 – No Content: requisição bem-sucedida, mas o servidor não retornou nenhum conteúdo. Nesse caso, não há corpo no retorno, mas os cabeçalhos podem ter alguma utilidade. 

206 – Partial Content: esse código é retornado quando o cabeçalho Range é enviado pelo cliente solicitando apenas parte de um recurso. É útil nos casos em que é necessário fazer um download fracionado de um ou mais recursos. 

Mensagens de redirecionamento 

300 – Multiple Choices: esse status indica que existe mais de uma possível resposta para a requisição, cabendo ao agente do usuário escolher entre elas.  

301 – Moved Permanently: indica que o recurso solicitado foi movido permanentemente para uma nova URL. Geralmente, retorna a nova URL no cabeçalho da resposta no item Location. 

302 Found: indica que o recurso solicitado foi alocado, temporariamente, em uma URL diferente. 

Respostas de erro do cliente 

400 – Bad Request: a requisição não pode ser processada devido a algum erro no cliente. Pode ser causado por uma sintaxe incorreta, cookies inválidos ou cache DNS não sincronizado. 

401 – Unauthorized: a requisição precisa de autenticação para ser completada. Ocorre quando o cliente deve se autenticar para obter a resposta solicitada e não realiza essa etapa corretamente. 

403 – Forbidden: o servidor entendeu a solicitação, mas não pode autorizá-la. Semelhante ao status 401, este indica uma recusa na autorização da requisição mesmo com as credenciais válidas. Geralmente, a causa desse status está relacionada com limitações de permissão do usuário como, por exemplo, tentar acessar um recurso de edição com uma permissão de visualização. 

404 – Not Found: indica que a requisição falhou porque o servidor não conseguiu localizar o recurso solicitado. Esse erro está associado a URLs digitadas incorretamente, problemas de armazenamento em cache e propagação de domínio incompleta. Pode ser causado também por uma remoção, temporária ou permanente, do recurso no lado do servidor.  

405 – Method Not Allowed: indica que o método HTTP da requisição é reconhecido pelo servidor, porém, não está disponível para o recurso solicitado. 

Respostas de erro do servidor 

500 – Internal Server Error: ocorreu um erro inesperado no servidor e a requisição não pode ser atendida no momento. 

501 – Not Implemented: o método HTTP da requisição não é reconhecido pelo servidor. Esse erro é o oposto do status 405, no qual, o método é reconhecido pelo servidor, mas não está disponível para o recurso solicitado.  

502 – Bad Gateway: o servidor, ao atuar como um gateway ou proxy, recebeu uma resposta inválida do servidor upstream e não pode atender a requisição. 

503 – Service Unavailable: o servidor está indisponível no momento. Esse erro indica um problema temporário no lado do servidor, ocorrendo devido a manutenções ou sobrecargas. 

Esses são os códigos mais conhecidos e usados no dia a dia. Além deles, muitos outros códigos existem e podem ser retornados em uma requisição. Para conferir uma lista completa dos status code existentes, clique aqui para visualizar a documentação no MDN Web Docs. 

Conclusão 

Os Status Code são essenciais para monitorar e controlar a troca de informações na web, oferecendo transparência e eficiência na comunicação entre clientes e servidores. Cada código carrega consigo uma mensagem específica, indicando desde respostas informativas até erros críticos, seja do lado do cliente ou do servidor.  

Compreender esses códigos é crucial para garantir a manutenção de sistemas e aplicações, permitindo diagnósticos rápidos e correções assertivas em eventuais falhas. Embora alguns códigos sejam mais comuns no dia a dia, há uma vasta gama de status que podem ser encontrados em diferentes cenários. Assim, conhecer e entender os Status Code é vital para o sucesso na gestão e desenvolvimento de aplicações conectadas à internet. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.   

O que é CRUD? 

Diariamente, quando realizamos qualquer tarefa online, como enviar mensagens, fazer compras ou acessar redes sociais, estamos interagindo com sistemas que criam, consultam, modificam e excluem dados. Para garantir que essas operações aconteçam de forma eficiente e segura, entre diferentes dispositivos e sistemas, foram estabelecidos padrões e regras ao longo do tempo. 

O modelo CRUD (Create, Read, Update, Delete) é um desses padrões amplamente adotados no desenvolvimento de sistemas. Ele define quatro operações fundamentais para a manipulação de dados em bancos de dados, tanto relacionais quanto não relacionais. Além de padronizar as operações de processamento de dados, o CRUD também fornece uma estrutura clara para o desenvolvimento de APIs REST, amplamente utilizadas na comunicação entre aplicações e banco de dados. 

Ao longo deste texto, exploraremos o conceito de CRUD em detalhes, incluindo exemplos práticos no MongoDB, e veremos como ele se relaciona com os métodos HTTP e a criação de APIs. Vamos lá? 

1 – Significado de CRUD 

CRUD é um acrônimo para as iniciais que representam as quatro operações básicas de um banco de dados: Create (Criar), Read (Ler), Update (Atualizar), Delete (Excluir).  

Compatível tanto com bancos SQL quanto NoSQL, é por meio dessas operações que sistemas e aplicações recebem e manipulam os dados dos seus usuários. Além disso, outro ponto de destaque do CRUD, é que ele é o padrão adotado em APIs REST para interação com banco de dados, sendo, portanto, amplamente utilizado e conhecido no desenvolvimento de serviços back-end.  

Cada elemento do acrônimo CRUD representa uma operação que pode ser executada em um banco de dados, sendo definidos assim: 

Create (Criar): é a operação utilizada para criar dados em uma base.  

Read (Ler): é a operação de consulta (leitura) de dados de uma base.  

Update (Atualizar): essa operação é responsável por alterar dados registrados em uma base.

Delete (Excluir): essa operação, por sua vez, é responsável por excluir dados de uma base. 

De um modo geral, toda interação com o banco de dados precisa passar por um processo de autenticação, visando garantir a segurança dos dados. A leitura é a operação mais simples de todas, pois, trata-se somente de uma consulta aos dados criados e, geralmente, não possui grandes restrições de acesso. As demais operações são mais críticas e requerem uma atenção maior. Criar, modificar ou excluir dados deve ser restrito para poucas pessoas, as quais devem estar devidamente preparadas para realizar essas ações, pois, uma operação incorreta pode gerar grandes prejuízos para os envolvidos.  

Imagine uma situação em que um usuário inexperiente configura, incorretamente, uma operação de exclusão de dados em uma base de clientes. Era para excluir um cadastro em específico, mas, a operação excluiu a base inteira de clientes. Pense nos desdobramentos que isso poderia gerar. Por isso, é muito importante ter um controle rigoroso de qual operação pode ser executada por qual usuário, evitando que pessoas inexperientes ou, até mesmo, mal-intencionadas causem danos aos dados armazenados em uma base. 

2 – Exemplo de CRUD com MongoDB 

Para facilitar o entendimento do conceito de CRUD vamos criar um exemplo simples usando o MongoDB. Todos os comandos que veremos a seguir são aplicados, diretamente, no shell do MongoDB.  

Vamos começar criando uma collection chamada “funcionarios” para receber os dados:

use funcionarios 

Agora vamos criar os primeiros dados dessa collection usando a função insertMany(): 

db.funcionarios.insertMany([ 
{ matricula: "1000", nome: "Ana Maria Silva", cargo: "Auxiliar administrativo", salario: 2500.00}, 
  { matricula: "1001", nome: "Tiago Oliveira", cargo: "Auxiliar administrativo", salario: 2500.00}, 
  { matricula: "1002", nome: "Marcos Antonio Pereira", cargo: "Analista administrativo", salario: 4000.00}, 
  { matricula: "1003", nome: "Sergio Almeida", cargo: "Gerente", salario: 7000.00} 
]) 

Sua base de dados deve ter ficado assim:

Print do banco de dados Mongo após execução da função insertMany();

Observe que, automaticamente, o MongoDB gerou identificadores (_id) para cada documento registrado. Isso é uma regra do próprio MongoDB, onde todo documento precisa ter um campo _id, que é um identificador único para aquele registro dentro da coleção.  

Após criar os dados, vamos realizar uma operação de leitura (consulta) aos dados gravados usando a função find(): 

db.funcionarios.find() 

O resulta dessa função será visto no próprio shell do MongoDB: 

Print do banco de dados Mongo após execução da função find();

Agora vamos atualizar alguns dados de um registro da base, usando a função updateOne(): 

db.funcionarios.updateOne( 
     { matricula: "1001" },  # Critério de seleção 
     { $set: { cargo: "Assistente Administrativo" , salario: 3000.00 }} # Campos a serem atualizados ) 

Com a execução da operação acima, o resultado será esse: 

Print do banco de dados Mongo após execução da função updateOne();

Por fim, vamos excluir um registro da base, usando a função deleteOne(): 

db.funcionarios.deleteOne({ matricula: "1000"}) 

A função acima, irá gerar o seguinte resultado: 

Print do banco de dados Mongo após execução da função deleteOne();

As operações CRUD são a base para manipulação dos dados em bancos de dados. De um banco de dados para outro somente o que muda são os comandos utilizados para realizar as operações.   No entanto, o conceito fundamental permanece o mesmo, seja trabalhando com bancos de dados relacionais como MySQL ou PostgreSQL, ou com bancos NoSQL como MongoDB, que exemplificamos aqui. 

3 – O CRUD e os métodos HTTP 

Embora tenhamos demonstrado exemplos simples no MongoDB, em aplicações reais, estas operações geralmente são implementadas através de APIs REST ou interfaces de usuário, proporcionando uma camada adicional de segurança e controle da informação.  

Quando falamos de APIs REST, existe uma correspondência direta entre as operações CRUD e os métodos HTTP. Os métodos HTTP, também conhecidos como verbos HTTP, são utilizados para indicar a ação desejada ao interagir com um recurso em um servidor. Cada verbo HTTP tem um propósito específico que se alinha naturalmente com uma operação CRUD, como podemos ver na tabela abaixo: 

CRUD MÉTODO HTTP 
CREATE (Criar) POST 
READ (Ler) GET 
UPDATE (Atualizar) PUT / PATCH 
DELETE (Excluir) DELETE 

Na tabela acima, é possível perceber que para cada operação CRUD existe um método HTTP correspondente. Há uma observação no caso da operação UPDATE, que têm dois métodos HTTP: o PUT e o PATCH. 

A diferença entre eles é que, o verbo PATCH é usado para atualizações parciais de recursos, enquanto o verbo PUT é usado para substituição completa de um recurso existente. 

Entender claramente essa relação entre as operações CRUD e os métodos HTTP traz diversos benefícios para o desenvolvimento e consumo de APIs. Ao utilizar os verbos HTTP apropriados, obtemos uma semântica clara, onde a intenção de cada requisição se torna imediatamente explícita para outros desenvolvedores. 

A adoção do CRUD também permite a padronização de diferentes sistemas e frameworks, facilitando a comunicação entre eles e promovendo a interoperabilidade. 

Utilizar o CRUD no desenvolvimento de suas APIs permite construir uma comunicação simples, eficaz e segura com o seu banco de dados. Além disso, sua API será composta por serviços funcionais, robustos e escaláveis, pois, ao utilizar padrões de desenvolvimento consolidados no mercado será mais fácil de mantê-la em longo prazo, bem como aplicar melhorias. 

Conclusão 

O modelo CRUD é fundamental para a organização e manipulação de dados, garantindo simplicidade e consistência nas operações. Além de ser um conceito central em bancos de dados, ele também é essencial na construção de APIs REST e outras aplicações que lidam com dados. 

Adotar esse padrão facilita a criação de serviços mais eficientes e seguros, permitindo que desenvolvedores mantenham boas práticas de design e comunicação entre sistemas. Ao entender a relação entre as operações CRUD e os métodos HTTP, é possível construir interfaces intuitivas e escaláveis, alinhadas às melhores práticas da arquitetura de software. Em um mundo onde cada vez mais dados são criados e consumidos, o domínio desse conceito se torna indispensável para quem deseja desenvolver sistemas robustos, eficientes e bem estruturados. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quer aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.

O que é API REST? 

As APIs são ferramentas essenciais para conectar diferentes sistemas e serviços, principalmente com o crescimento da internet e das plataformas digitais. Dentre os vários tipos de APIs que existem, a API REST é uma das mais populares.

A API REST é aquela que segue os princípios de design da arquitetura REST. Esta arquitetura se popularizou devido a sua simplicidade e flexibilidade na construção de APIS e também pela sua independência das tecnologias utilizadas, facilitando e agilizando o trabalho de desenvolvedores. 

Neste artigo, vamos explorar os conceitos básicos da arquitetura REST, suas diretrizes e vantagens. Vamos lá! 

Têm dúvidas sobre o que é uma API? Clique aqui e conheça mais sobre esse recurso de integração de sistemas. 

1 – O que é REST? 

REST significa “Representational State Transfer”, que traduzido para o nosso idioma é “Transferência de Estado Representacional”, é um estilo de arquitetura de software que define diretrizes para a construção de APIs.  

Criada no ano 2000 pelo cientista da computação norte-americano Roy Fielding, a arquitetura REST possui o objetivo de facilitar a comunicação entre diferentes serviços conectados à internet. 

Sistemas e aplicações que fazem parte do nosso dia a dia usam tecnologias completamente diferentes na sua construção e são executados em diversos tipos de dispositivos. São as APIs REST que permitem que esses sistemas e aplicações comuniquem-se entre si, simplificando todo o seu processo de integração. 

Além disso, as regras definidas pela arquitetura REST também reduzem o tempo e o custo de desenvolvimento de novas aplicações, padronizando o processo de trabalho dos desenvolvedores e facilitando a manutenção de suas APIs ao longo do tempo.  

2 – As diretrizes da arquitetura REST 

Para que a arquitetura de um API seja considerada REST, quatro diretrizes precisam ser cumpridas, as quais são: 

1. Utilização de métodos HTTP para realizar operações nos recursos da API. Os métodos HTTP informam para o servidor o que precisa ser feito naquela requisição e, geralmente, são usados quatro métodos nas operações: GET, POST, PUT e DELETE, que compõem o chamado CRUD. 

2. Uso de URLs para identificar os recursos da API. Essas URLs também são chamadas de endpoints e servem como os pontos de comunicação entre a API e os sistemas externos. 

3. Transferência de dados entre cliente e servidor possui um formato padrão. Geralmente, são adotados formatos como JSON ou XML. 

4. Ausência de estados do lado do servidor: os estados são mantidos do lado do cliente, ocorrendo portanto uma comunicação stateless com o servidor. Isto significa que, os clientes podem requisitar recursos em qualquer ordem e como as requisições não possuem estado, elas são processadas de forma isoladas de todas as outras. Assim, o servidor completa cada solicitação do cliente, independentemente, do resultado das solicitações anteriores.

3 – Vantagens das APIs REST 

As APIs REST possuem uma série de vantagens que as tornaram populares no mercado, dentre as quais destacam-se: 

– Escalabilidade: por não possuir estados do lado do servidor, a arquitetura REST diminui a carga de trabalho do lado do servidor, permitindo que as APIs sejam escaláveis ao longo do tempo e suportem uma carga de tráfego maior com boa performance. 

Flexibilidade: a arquitetura REST permite a separação total entre recursos do cliente e do servidor. Os recursos possuem independência de plataforma, linguagem e sistema operacional. Dessa forma, eventuais mudanças de plataforma ou tecnologia na aplicação do servidor não afetam a aplicação do cliente e vice-versa. A capacidade de construir camadas de funções de aplicações na API aumenta ainda mais a flexibilidade. Por exemplo, os desenvolvedores podem fazer alterações na camada de banco de dados sem reescrever a lógica dos serviços da aplicação. 

Interoperabilidade: como não existem restrições rígidas para implementar APIs REST, elas podem ser utilizadas em uma ampla variedade de plataformas e linguagens de programação, permitindo a comunicação entre sistemas e aplicações heterogêneas.  

– Manutenibilidade: Como os componentes são desacoplados e a interface é padronizada, a arquitetura REST facilita a manutenção e evolução de APIS ao longo do tempo. É possível fazer correções ou atualizações em recursos específicos do sistema sem afetar o funcionamento geral da API.  

Conclusão 

A arquitetura REST oferece uma abordagem eficiente para a criação de APIs, facilitando a integração entre diferentes sistemas e garantindo flexibilidade e escalabilidade. Embora cada projeto tenha suas particularidades, seguir as diretrizes da arquitetura REST e as boas práticas mencionadas pode ser um grande diferencial para o sucesso no desenvolvimento de suas APIs.

Com o conhecimento correto e as ferramentas adequadas, é possível criar soluções que se adaptam facilmente às necessidades do mercado, garantindo manutenibilidade e eficiência a longo prazo. 

Se você quer aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.   

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

Entendendo os termos Front-end, Back-end e Full-Stack 

A tecnologia da informação e, especialmente, o desenvolvimento de softwares, são áreas repletas de termos técnicos que ajudam a definir diversos papéis e responsabilidades dentro de um projeto. Entre os termos mais populares, e que frequentemente geram confusão, estão front-end, back-end e full-stack. 

Essencialmente, esses termos nomeiam áreas diferentes de desenvolvimento de software. Neste artigo, exploraremos as características e particularidades de cada uma dessas áreas, começando pelo front-end: 

1 – O que é Front-end? 

Front-end é a área de desenvolvimento que cria as interfaces gráficas de sites, aplicativos e sistemas em geral. Portanto, quando falamos em front-end estamos falando das telas dos sistemas e suas funcionalidades, com as quais os usuários interagem e executam suas tarefas. Botões, caixas de seleção, textos, imagens, tabelas e todos os outros elementos visíveis em uma aplicação compõem essa camada. 

As aplicações front-end sempre são executadas no lado do cliente, em seu dispositivo local, transmitindo e recebendo informações, continuamente, com servidores web. 

Desenvolvedores front-end trabalham em seu dia a dia com linguagens como HTML, CSS, JavaScript e TypeScript. Além dessas linguagens, esses desenvolvedores também contam com alguns frameworks, bastante conhecidos e utilizados pelo mercado, como React, Angular, Vue, Flutter e Bootstrap. Esses frameworks possuem uma série de elementos e estruturas pré-configuradas que agilizam o processo de desenvolvimento das aplicações. 

2 – O que é back-end? 

Back-end é a área que desenvolve serviços e soluções que atuam no processamento de dados e informações nos bastidores de sites, aplicativos e sistemas em geral. O usuário não interage, diretamente, com essa parte do sistema, pois, esses serviços são executados em servidores.  

Os dados do front-end chegam ao back-end, geralmente, através de requisições HTTP. O back-end irá processar esses dados e devolverá o resultado para o front-end através de uma nova requisição.  

Os serviços de back-end são responsáveis por tarefas como gravar e recuperar informações de um banco de dados, fazer validações de dados, integrar diferentes serviços, executar cálculos complexos, entre muitas outas. 

Desenvolvedores back-end usam, em seu dia a dia, linguagens como Java, PHP, Python e C#. Falando em frameworks, alguns dos mais conhecidos são o Laravel, ASP .NET, Spring Boot e Django. 

Além dessas opções, desenvolvedores back-end também podem criar suas aplicações usando JavaScript, uma linguagem reconhecida pelo seu uso no front-end. Isso é possível, através de uma ferramenta chamada Node JS.  

O Node JS é capaz de interpretar e executar os scripts de forma autônoma, sem depender de um navegador Web. Ao contrário do que muitos pensam, o Node JS não é um framework, ele é na verdade um ambiente de execução baseado no “motor V8”, criado pelo Google para ler código JavaScript no Google Chrome.  

3 – E o que é full-stack? 

Quando falamos em front-end e back-end, não há como não se deparar com um outro termo muito comum: full-stack.  

Este termo se refere aos profissionais de desenvolvimento de software que trabalham tanto com desenvolvimento front-end quanto back-end. Ou seja, um desenvolvedor full-stack é um profissional capaz de desenvolver um sistema de ponta a ponta, gerando interfaces gráficas, conectando-as com serviços de back-end, criando os serviços de back-end e toda a sua lógica de tratamento de dados, criando regras de interação com bancos de dados.  

Um desenvolvedor full-stack precisa ter uma visão completa do ciclo de desenvolvimento de software, desde o planejamento, passando pelo design e codificação, até o deploy e manutenção do sistema. Além disso, o profissional deve ser capaz de aprender e adaptar-se a diferentes tecnologias, uma vez que o ecossistema de desenvolvimento de software está em constante evolução. 

Conclusão

Em resumo, o desenvolvimento de software é um campo vasto e diversificado, onde front-end, back-end e full-stack desempenham papéis cruciais e complementares. Enquanto o desenvolvedor front-end se concentra na experiência do usuário e na interface visual, o back-end lida com a lógica e o processamento de dados no lado do servidor. O desenvolvedor full-stack, por sua vez, possui a versatilidade de transitar entre essas duas áreas. 

É importante ressaltar que, embora essas categorias sejam distintas, elas não são isoladas. O sucesso de um projeto de software depende da harmonia e integração eficiente entre front-end e back-end. Além disso, a constante evolução tecnológica exige que os profissionais dessas áreas estejam sempre atualizados e dispostos a aprender novas ferramentas e linguagens. 

Independente da especialização escolhida, seja front-end, back-end ou full-stack, o mercado de desenvolvimento de software oferece inúmeras oportunidades para profissionais qualificados e apaixonados por tecnologia. O importante é encontrar a área que melhor se alinha com suas habilidades e interesses, e buscar constantemente o aprimoramento profissional nesse campo dinâmico e desafiador. 

Ficou interessado em aprender mais sobre programação? Clique aqui e explore a seção que tenho dedicada ao assunto.  

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato.   

Programação Imperativa e Programação Declarativa 

Ao falar em desenvolvimento de software, dois paradigmas de programação se destacam pela sua influência na forma como desenvolvedores abordam a criação de programas e sistemas: a programação imperativa e a programação declarativa. Cada um desses paradigmas oferece uma perspectiva única sobre como os problemas podem ser resolvidos e como o código deve ser estruturado para alcançar soluções eficientes. Este artigo irá explorar as principais características de cada paradigma, suas aplicações típicas e as considerações a serem feitas ao escolher entre eles, com o objetivo de fornecer uma visão abrangente que ajude desenvolvedores a tomar decisões informadas em seus projetos. 

Se você tem dúvidas sobre o que é um paradigma de programação, clique aqui, para ler um artigo que escrevi sobre esse assunto. 

1 – Programação Imperativa 

O paradigma da programação imperativa é baseado na codificação de instruções e comandos que dizem, exatamente, o que e como deve ser feito.  

Este paradigma está baseado no uso de laços de repetição, estruturas condicionais, atribuição de valores em variáveis e controle de estado. Instruções como if-else, while, switch e for, são características predominantes das linguagens de programação imperativas. Além disso, os códigos imperativos manipulam estados através do uso de variáveis que ficam armazenadas em memória, até que seja alcançado um resultado esperado. 

A programação imperativa pode ser encontrada em diversas linguagens como C, C++, C#, Java, PHP, Python, JavaScript, entre outras. Abaixo, temos um simples exemplo de um código imperativo, escrito em JavaScript: 

// Lista de frutas 
const frutas = ["Maçã", "Banana", "Laranja", "Limão"]; 

  
// Seleciona o elemento HTML onde a lista será inserida 
const listaElemento = document.getElementById("lista-de-frutas"); 

  
// Cria um elemento <ul> para a lista 
const ul = document.createElement("ul"); 


// Percorre a lista de frutas e cria um <li> para cada fruta 
for (let i = 0; i < frutas.length; i++) { 
   const li = document.createElement("li"); 
   li.textContent = frutas[i];  // Define o texto do <li> 
   ul.appendChild(li);  // Adiciona o <li> ao <ul> 
} 

// Adiciona o <ul> ao elemento HTML selecionado 
listaElemento.appendChild(ul); 

No exemplo acima, o código JavaScript está injetando em um documento HTML, uma lista com o nome de algumas frutas. Perceba que um código imperativo descreve, passo a passo, o que deve ser feito e como deve ser feito pelo computador. Desde localizar o elemento HTML onde serão inseridos os elementos até o comando de inserção das informações neste elemento, um código imperativo é detalhado, descrevendo passo a passo as ações a serem executadas. 

O paradigma imperativo é um dos mais usados no dia a dia dos programadores, sendo muito comum em uma ampla gama de projetos de softwares, dos mais simples aos mais complexos.  

2 – Programação Declarativa  

A principal característica da programação declarativa e principal diferença dela para a programação imperativa, é que os códigos declarativos dizem o que deve ser feito, sem detalhar como deve ser feito. 

Algumas das linguagens declarativas mais conhecidas são HTML, CSS, XML e o SQL. Além dessas linguagens, frameworks conhecidos no mercado, como o Flutter, usado no desenvolvimento mobile, e o ReactJS, usado no desenvolvimento web, são considerados declarativos.  

Abaixo, temos um exemplo simples de um código declarativo, escrito em HTML: 

<!DOCTYPE HTML> 
<html> 
  <head> 
     <title>Lista de Frutas</title> 
  </head> 

  <body> 
     <div id="lista-de-frutas"> 
       <ul>  
         <li>Maçã</li>  
         <li>Banana</li>  
         <li>Laranja</li> 
        </ul> 
     </div> 
  </body> 
</html> 

O código HTML acima, chega no mesmo resultado do código JavaScript apresentado, anteriormente, porém, é perceptível a diferença de abordagem entre eles. No HTML, percebe-se que a codificação descreve o que deve ser feito para apresentar a lista com o nome das frutas na tela, sem entrar em detalhes de como isso será feito. 

A programação declarativa está presente em muitos tipos de projetos, sendo muitas vezes usada em conjunto com outros paradigmas de programação, inclusive, o paradigma imperativo. Projetos de todos os portes podem ser construídos com linguagens declarativas, sendo, portanto, um paradigma versátil e adaptável a diferentes necessidades de desenvolvimento.  

3 – Quando usar cada paradigma? 

A escolha entre a programação imperativa ou declarativa depende das necessidades e objetivos de cada projeto. 

A programação imperativa tem como principais vantagens, o controle total sobre o fluxo de execução e o uso eficiente de recursos em situações de baixo nível (como programação de sistemas). Portanto, esse paradigma é a melhor escolha quando é necessário ter um controle detalhado sobre o fluxo de execução, visualizando passo a passo como o software deve operar para atingir um determinado objetivo. Assim, esse paradigma é, especialmente, útil em projetos que envolvem manipulação complexa de dados como, por exemplo, em jogos e softwares de sistema. 

Porém, há algumas desvantagens que devem ser levadas em consideração ao optar pela programação imperativa, como a complexidade crescente com a escala do código e o aumento do risco de erros devido à manipulação direta de estados. 

Por outro lado, a programação declarativa é recomendada quando o foco está em especificar o resultado a ser atingido, sem se preocupar com os detalhes do caminho para alcançá-lo. Esse paradigma possui como principais vantagens, a geração de códigos mais simples e legíveis, que serão mais fáceis de serem mantidos em médio e longo prazo. 

O paradigma declarativo é, amplamente, utilizado em aplicações web, na construção de interfaces de usuário (UI) e na manipulação de bancos de dados. Por exemplo, ao usar HTML para estruturar o conteúdo de uma página web, o desenvolvedor se preocupa em definir “o que” deve ser mostrado, deixando para o navegador a responsabilidade de “como” isso será feito. De forma similar, ao usar SQL para consultar um banco de dados, o foco está em “o que” se quer obter de dados, sem a necessidade de definir “como” o banco deve executar essa busca. 

Como desvantagens do paradigma declarativo, devemos considerar uma menor flexibilidade para otimizações específicas e a dependência de bibliotecas ou frameworks para funcionar em certos contextos. 

Tendo em vista, que cada projeto é único e possui seus próprios objetivos, custos e prazos, ao escolher por um ou outro paradigma, devemos levar em conta as suas características, vantagens e desvantagens e compará-las ao que se espera do projeto, procurando entender qual paradigma se encaixa melhor ao contexto daquele projeto. 

Muitas vezes, uma combinação entres esses dois paradigmas e, até mesmo, a combinação com outros paradigmas é a abordagem mais eficaz em um projeto. Enquanto a programação imperativa pode fornecer o controle necessário em partes críticas do código, a programação declarativa pode simplificar a definição de regras e layouts, melhorando a legibilidade e manutenção do software. Portanto, a escolha dos paradigmas de programação deve procurar um equilíbrio entre as características desses paradigmas e as necessidades do projeto, gerando escolhas mais assertivas e eficazes. 

Conclusão 

A escolha entre programação imperativa e declarativa não é apenas uma questão de preferência pessoal, mas sim uma decisão estratégica que deve ser guiada pelas necessidades específicas do projeto e pelos objetivos definidos.  

Enquanto a programação imperativa oferece um controle minucioso sobre o fluxo de execução, sendo ideal para situações que exigem manipulação detalhada de dados e recursos, a programação declarativa proporciona simplicidade e clareza, sendo adequada para especificar resultados sem se preocupar com os detalhes de implementação.  

Em muitos casos, uma abordagem híbrida que combina elementos de ambos os paradigmas pode ser mais eficaz, aproveitando o controle detalhado da programação imperativa junto com a legibilidade e simplicidade da programação declarativa. A compreensão profunda de cada paradigma e suas características permitirá que desenvolvedores escolham a abordagem mais adequada para suas necessidades, otimizando o desenvolvimento e manutenção do software. 

Se você quiser conhecer um pouco mais sobre outros paradigmas de programação, aproveite e acesse a categoria do site que é dedicada a esse assunto.

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Sinta-se à vontade para explorar os outros materiais do meu blog e, caso tenha dúvidas, sugestões ou reclamações, não hesite em entrar em contato. 

O que é 5G? 

A tecnologia 5G representa um salto significativo na evolução das redes móveis, prometendo transformar profundamente a maneira como nos conectamos e interagimos com o mundo ao nosso redor. Com altas taxas de download e upload, baixa latência e capacidade de conectar uma grande quantidade de dispositivos, simultaneamente, o 5G não apenas irá aprimorar a experiência de uso dos dispositivos móveis, mas também abre caminho para inovações como carros autônomos, cidades inteligentes e a Internet das Coisas (IoT).

Neste artigo, exploraremos o que é o 5G, seus potenciais para o futuro, e como ele funciona, analisando o impacto dessa tecnologia nas nossas vidas e no desenvolvimento das sociedades modernas. 

1 – Entendendo o que é o 5G 

5G é a quinta geração de tecnologias de redes de telefonia sem fio, também conhecidas como redes móveis. Apresentada no final de 2018, a tecnologia 5G, traz melhores taxas de download e upload, menor latência (ping) e conexões mais confiáveis em comparação com a tecnologia anterior, o 4G. 

Essas melhorias potencializam o uso de smartphones, tablets, carros autônomos, dispositivos de IoT, dispositivos de realidade aumentada e até mesmo sensores de cidades inteligentes. Bastante coisa, não é mesmo? Para termos mais clareza do potencial da tecnologia 5G, abaixo temos um quadro comparativo entre ela e as suas duas gerações predecessoras, o 3G e o 4G:

Quadro comparativo entre as tecnologias 3G, 4G e 5G
Fonte: o autor

Como é possível ver no quadro comparativo, o 5G oferece taxas elevadas de download e upload, bem como uma latência extremamente baixa. São essas características que prometem uma experiência superior ao acessar a internet em dispositivos móveis e no uso dos mais diversos tipos de dispositivos inteligentes. 

Ano após ano, com o crescente avanço tecnológico, a demanda por internet é cada vez maior. Carros autônomos, cidades inteligentes, inteligências artificiais, internet das coisas, realidade aumentada e muitas outras inovações tecnológicas geram volumes cada vez maiores de dados, que precisam ser transmitidos através de conexões sem fio, com uma velocidade adequada, para que o usuário tenha uma boa experiência de uso de seus aplicativos e dispositivos inteligentes. 

E foi pensando nesse cenário futuro, de alta conectividade entre dispositivos e gigantescos volumes de dados, que surgiu a tecnologia 5G, pois, as tecnologias atuais não têm capacidade para suportar as mudanças trazidas pela evolução tecnológica.  

2 – Quais são os potenciais do 5G para o futuro? 

Se você já passou da faixa dos 30 anos ou está próximo dessa idade, provavelmente, vai lembrar que antes do advento da internet, o celular era usado apenas para tarefas simples como fazer ligações, enviar SMS, ver as horas e programar o despertador. Foi com o passar dos anos e o avanço das tecnologias, especialmente, as relacionadas as conexões móveis, que o celular incorporou novas funcionalidades e, inclusive, passou a ser chamado de smartphone.  

Ouvir músicas sem precisar baixar, pedir comida por aplicativos, assistir a streamings de vídeo, fazer pagamentos direto pelo celular, entre outras tantas funcionalidades, indispensáveis nos dias de hoje, se tornaram possíveis somente pelo avanço das conexões móveis. 

A tecnologia 5G surge com a promessa de ampliar ainda mais o uso dos nossos dispositivos no dia a dia, trazendo novas funcionalidades e maior conforto para realizarmos nossas tarefas cotidianas. Abaixo, estão relacionadas algumas das novidades que iremos ver com a expansão da rede 5G: 

Carros autônomos: a latência extremamente baixa das redes 5G irá viabilizar o uso de carros autônomos. Até então, esses veículos não podiam ser usados, pois, eles dependem da troca de informações rápida e contínua com sensores instalados ao longo das ruas e estradas. A latência menor que 10 milissegundos da rede 5G permite que esses veículos enviem e recebam informações no tempo correto e tomem decisões assertivas, minimizando riscos de acidentes que podem gerar danos para a vida das pessoas. 

Internet das Coisas (IoT): o 5G irá impulsionar a Internet das Coisas (IoT) e, nos próximos anos, nós veremos cada vez mais dispositivos conectados à internet e com recursos mais inteligentes. Nas redes 5G podemos conectar, simultaneamente, até 1 milhão de dispositivos por quilômetro quadrado, enquanto nas redes 4G, são conectados no máximo 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado.  

Esse grande volume de dispositivos que podem ser conectados em redes 5G vai permitir que bilhões de dispositivos tenham acesso à internet, desde eletrodomésticos inteligentes até sensores em cidades inteligentes, abrindo um mundo de possibilidades. Desde a geladeira identificar um alimento que precisa ser comprado, até a cafeteira iniciar o preparo do café minutos antes do despertador tocar, são muitas as possibilidades trazidas pelo 5G e a internet das coisas. 

– Jogos online e streaming: com taxas elevadas de download e upload e uma latência baixíssima, o 5G vai proporcionar um grande avanço no streaming de áudio e vídeo, além de uma nova experiência em jogos online. Downloads, praticamente, instantâneos e resposta imediata as interações, elevarão a experiência de uso para outro patamar, que até então existia somente na imaginação dos usuários. 

– Cidades inteligentes: a conectividade massiva e a baixa latência oferecidas pelas redes 5G permitirão a integração de sistemas complexos em tempo real, criando ambientes urbanos mais seguros, sustentáveis e eficientes.

Sensores e câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade e interconectadas possibilitarão melhorias na gestão do tráfego e da segurança nas cidades, enviando dados, instantaneamente, para centrais de controle que tomarão decisões automáticas para otimizar o fluxo de veículos, reduzir congestionamentos, bem como identificar e responder a incidentes de forma quase imediata.  

A adoção do 5G nas cidades inteligentes abrirá caminho para novas formas de interação entre cidadãos e suas cidades, oferecendo serviços personalizados e uma melhor qualidade de vida para todos. 

3 – E como as redes 5G funcionam?

Assim como, nas gerações anteriores, as redes móveis 5G funcionam por meio da emissão e recepção de ondas de rádio, sendo, a grande diferença a frequência da rede, de 3,5 GHz em comparação com os 700 MHz da rede 4G. 

Abaixo, podemos ver de forma simplificada, a arquitetura de uma rede 5G. As novas redes móveis funcionam por meio de antenas, conhecidas como estações rádio base. Essas antenas emitem ondas de rádio para se conectar com os dispositivos sem fio, e intermediam a comunicação com o núcleo de rede (core). O núcleo de rede é um tipo de switch que centraliza e gerencia todas as conexões antes de entregar, efetivamente, o tráfego para a internet. 

As antenas da rede 5G podem ser instaladas nas mesmas estações da atual rede 4G, sendo possível adaptar a estrutura atual para trabalhar com os dois tipos de redes, em paralelo.  

Representação gráfica da arquitetura da rede 5G
Fonte: Tecnoblog 

No entanto, é válido ressaltar que, a rede 5G exige a instalação de um maior número de antenas por conta da utilização de espectros mais altos. Isto ocorre porque, quanto maior a frequência da onda, menor é a capacidade de penetração do sinal.  Assim, a implementação da rede 5G ocorrerá com a adaptação das antenas atuais e a instalação de novas antenas para garantir a cobertura de todas as regiões. 

No Brasil, o processo de implementação do 5G iniciou no ano de 2022, com a instalação das primeiras torres e antenas em Brasília. Atualmente, em agosto de 2024 (quando este artigo foi escrito), 810 municípios possuem torres e antenas licenciadas, enquanto 589 munícipios já possuem sinal 5G ativo, totalizando, aproximadamente, 28 milhões de usuários atendidos pela nova tecnologia. 

Se você ficou curioso para saber onde a cobertura da rede 5G já chegou no Brasil, a Anatel, disponibiliza em seu site, um mapa atualizado de quantas estações 5G estão licenciadas por estados e municípios brasileiros: Mapa Licenciamento 5G – Brasil  

Conclusão   

O advento da tecnologia 5G inaugura uma nova era de conectividade e inovação, com o potencial de revolucionar setores inteiros da economia e transformar, profundamente, o cotidiano das pessoas, englobando desde a viabilização de carros autônomos até o avanço das cidades inteligentes e o crescimento exponencial da Internet das Coisas.

À medida que essa tecnologia se expande, suas aplicações práticas continuarão a moldar o futuro, trazendo benefícios que vão muito além da simples velocidade de conexão. O 5G não é apenas uma evolução da infraestrutura de rede, é um catalisador para um futuro mais integrado e inteligente. 

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O que é uma API? 

Integrar sistemas e aplicações é uma tarefa cotidiana para quem trabalha com desenvolvimento de software. Ao criar uma nova solução, o desenvolvedor pode se deparar com a necessidade de integrar esse novo software com soluções já prontas, desenvolvidas por outras equipes que usaram métodos e tecnologias, completamente, diferentes das atuais. E diante desse cenário torna-se, fundamental, entender o que é uma API.

Com o propósito de tornar a integração de sistemas uma tarefa mais simples e eficiente, as APIs são uma importante ferramenta para equipes que trabalham com desenvolvimento de software.

Neste artigo, vamos descobrir o que é uma API, quais os principais tipos existentes e a importância de fazer sua documentação.  

1 – O que é uma API? 

API, é uma sigla para Application Programming Interface, que em português significa Interface de Programação de Aplicações, e pode ser definida como um mecanismo que permite a conexão entre diferentes sistemas e aplicações.

As APIs estabelecem padrões de comunicação entre diferentes aplicações, conhecidos como contratos. Nesses contratos, estão definidos os dados podem ser transacionados e sua estrutura.

APIs fazem parte da rotina de trabalho de desenvolvedores e são um importante recurso de integração de sistemas. Imagine a seguinte situação: um desenvolvedor recebe a tarefa de criar uma API de pedidos para um e-commerce. Entre suas responsabilidades, está a implementação do processamento de pagamentos, uma funcionalidade crítica para o sistema. Certamente, desenvolver essa funcionalidade do zero demandaria muito tempo e esforço.

No entanto, ao utilizar APIs, ele tem a possibilidade de reaproveitar serviços que já estão prontos. Ao conectar sua API com outra onde o serviço de pagamentos já está pronto e funcional, ele precisa apenas encaminhar os dados necessários para esse serviço e processar a resposta recebida, sem precisar construir a funcionalidade do início.

Esse é um dos principais benefícios das APIs: permitir a integração de diferentes serviços, reaproveitando soluções já prontas e otimizadas. Isso acelera o processo de desenvolvimento, reduz custos e torna os projetos mais eficientes.

1.1 – A relação entre APIs e a arquitetura cliente-servidor

APIs funcionam baseadas na arquitetura cliente-servidor: o cliente realiza solicitações (requisições) para um servidor, que processa cada solicitação recebida e retorna uma resposta.

Para que possamos compreender com mais clareza essa relação entre a arquitetura cliente-servidor e as APIs vamos imaginar o seguinte cenário: um usuário acessa o aplicativo ou site de um e-commerce e faz uma compra. Ao clicar no botão Finalizar Compra, uma solicitação é enviada para a API de pedidos desse e-commerce. Esta API possui uma série de responsabilidades como validar os dados do cliente, dos produtos comprados e o endereço de entrega, processar o pagamento, registrar as informações em uma base de dados apropriada e retornar ao cliente as informações do pedido criado.  

Observe no exemplo acima, que o pressionar de um botão do usuário (lado do cliente), iniciou uma solicitação para um servidor, onde uma API estava configurada para executar uma série de ações, consultas e registros em bancos de dados e, até mesmo, uma série de solicitações para outras APIs. Após, processar esses dados a API devolveu uma resposta para o usuário com as informações do seu pedido.

2 – Tipos de APIs 

As APIs podem ser classificadas de diferentes maneiras. A seguir, vamos ver duas formas populares de classificá-las:

2.1 – Por tipo de acesso

  • API Pública: essas APIs são abertas ao público em geral, podendo ser acessadas e usadas por qualquer pessoa ou organização. 
  • API Privada: são APIs restritas ao uso interno de uma organização.  
  • API de Parceiros: são APIs usadas entre organizações específicas, conforme contratos comerciais e interesses mútuos.

2.2 – Por tipo de arquitetura

As APIs também podem ser classificadas conforme sua arquitetura: 

  • API SOAP (Simple Object Access Protocol – Protocolo de Acesso a Objetos Simples):  é um protocolo de construção de APIs mais tradicional, onde cliente e servidor trocam mensagens usando XML. É um protocolo altamente estruturado sendo, geralmente, utilizado em APIs legadas e privadas. As APIs SOAP têm mensagens maiores em comparação com os outros tipos de APIs, gerando lentidão nas comunicações, além de serem APIs difíceis de serem escaladas.  
  • API RPC (Remote Procedure Call – Chamada de Procedimento Remoto):  essas APIs são baseadas na chamada de funções em servidores remotos. Algumas informações são transmitidas para o servidor e a função é executada, remotamente, retornando ao cliente o resultado, como se a função tivesse sido executada localmente. O RPC é muito útil quando é necessário executar uma função complexa sem comprometer os recursos locais, usando os recursos de um servidor remoto. 
  • API REST (Representational State Transfer – Transferência Representacional de Estado): é a arquitetura de design de APIs mais utilizada na atualidade.  Caracterizada pela simplicidade e flexibilidade, utiliza o protocolo HTTP para transferir dados em formato JSON ou XML. As requisições para API REST são baseadas nos verbos HTTP, que formam o chamado CRUD: Create (GET), Read (POST), Update (PUT), Delete (DELETE). 
  • GraphQL: GraphQL é uma linguagem de consulta desenvolvida especificamente para APIs. APIs baseadas em GraphQL podem ser alternativas para as APIs REST, bem como podem ser usadas em conjunto com esta arquitetura, dependendo das necessidades de cada projeto. AS APIs desenvolvidas em GraphQL tem como diferencial fornecer exatamente os dados solicitados pelo cliente e nada além disso, evitando o tráfego desnecessário de dados e aumentando a eficiência e performance dos sistemas.  

3 – Documentação de APIs 

A documentação de APIs é uma tarefa de grande importância, que em hipótese alguma deve ser negligenciada. É na documentação que os desenvolvedores obtêm as informações necessárias para estruturar corretamente as solicitações e interpretar as respostas da API.  

Uma documentação bem elaborada não define apenas como interagir com a API, mas também garante que os desenvolvedores entendam as funcionalidades disponíveis, as regras de autenticação e autorização, as limitações e os padrões de erro que podem ocorrer durante o uso. 

Para que a documentação de uma API seja eficaz, ela deve atender alguns critérios: 

  • Clara e Concisa: Textos bem escritos e diretos ajudam a evitar ambiguidades. As descrições devem ser suficientemente detalhadas para que qualquer desenvolvedor, independentemente de seu nível de experiência, possa compreender como utilizar a API adequadamente. 
  • Atualizada: Manter a documentação sincronizada com as atualizações da API é essencial para evitar problemas de integração e falhas que possam surgir de mudanças não documentadas. 
  • Estruturada: A documentação deve seguir uma estrutura lógica que inclua informações como endpoints disponíveis, métodos suportados, exemplos de requisições e respostas, parâmetros de entrada e saída, além de quaisquer requisitos especiais. 
  • Interativa: Incluir materiais gráficos, como diagramas de fluxo, exemplos de código e sandboxes interativas, facilita a compreensão e uso da API por parte dos desenvolvedores. Esses materiais ajudam a ilustrar conceitos complexos de forma visual e prática. 
  • Acessível: É importante que a documentação seja facilmente acessível, idealmente hospedada online, com recursos de pesquisa e navegação fáceis de usar. 

3.1 – Ferramentas para documentação

Para auxiliar no processo de documentação de APIs existem várias opções de ferramentas no mercado. Entre as mais conhecidas, certamente, estão o Swagger e o Postman

  • Swagger: baseado no conjunto de ferramentas OpenAPI, o Swagger permite que desenvolvedores criem, descrevam, consumam e visualizem APIs RESTful. Ele oferece um editor interativo que facilita a visualização e teste dos endpoints da API diretamente no navegador. Com o Swagger UI, as documentações são apresentadas em um formato intuitivo, permitindo que desenvolvedores experimentem requisições sem a necessidade de escrever código manualmente. 
  • Postman: conhecido como uma ferramenta de teste de APIs, o Postman também oferece robustas funcionalidades de documentação. Ele permite que equipes criem documentações interativas e compartilhem coleções de requisições, oferecendo um ambiente colaborativo onde as especificações da API podem ser detalhadas com exemplos claros. A integração com o Postman pode incluir testes automatizados, o que garante que a documentação permaneça alinhada com o comportamento real da API. 

Além de usar essas ferramentas, é importante também que a equipe de desenvolvimento adote uma abordagem contínua e colaborativa na criação e manutenção dos documentos. A prática de documentação contínua estipula que as atualizações dos documentos devem ser feitas em tempo real, conforme as mudanças são implementadas. Isto garante que a documentação permaneça relevante e útil ao longo do tempo.  

Conclusão   

As APIs desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de software, facilitando a integração entre diferentes sistemas e aplicações. Elas permitem que desenvolvedores utilizem serviços já existentes, otimizando tempo e recursos ao evitar a necessidade de criar soluções do zero. Com diferentes tipos e arquiteturas, as APIs atendem a uma variedade de necessidades, garantindo flexibilidade e eficiência na comunicação entre aplicações. 

Além disso, a documentação de APIs é crucial para garantir que desenvolvedores compreendam como utilizar esses recursos corretamente. Ferramentas como Swagger e Postman ajudam a tornar a documentação mais acessível e eficiente, contribuindo para o sucesso da integração de sistemas. 

À medida que a tecnologia continua a evoluir, as APIs se tornam ainda mais relevantes, proporcionando conectividade e interoperabilidade que são essenciais para o ecossistema digital atual. Compreender e utilizar APIs de forma eficaz é, portanto, uma competência vital para qualquer equipe de desenvolvimento de software que busca inovar e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado.