O que é Java?

Java. Provavelmente, você já ouviu falar desse termo, seja em uma aula da faculdade, durante o desenvolvimento de um software, ou até mesmo no dia a dia, ao se deparar com algum aplicativo ou sistema. Mas o que exatamente é o Java? E por que ele é tão importante no mundo da programação?

Neste artigo, vamos mergulhar no universo Java, desvendando seus conceitos fundamentais, sua história, como dar os primeiros passos na sua instalação e até mesmo desenvolver um pequeno projeto prático. Vamos começar?

1 – O que é Java?

O Java é uma linguagem de programação de alto nível, orientada a objetos, reconhecida pela sua portabilidade e robustez. Desenvolvida pela Sun Microsystems (adquirida pela Oracle em 2010), a linguagem foi lançada em 1995 e rapidamente se tornou uma das mais populares e amplamente utilizadas no mundo.

Sua filosofia principal é “Write Once, Run Anywhere” (WORA), que significa “Escreva uma vez, execute em qualquer lugar”. Isso é possível graças à Máquina Virtual Java (JVM), que interpreta o código Java compilado (bytecode) e o executa em diferentes plataformas, independentemente do sistema operacional subjacente. Isso lhe confere uma portabilidade excepcional, sendo um dos seus principais diferenciais em comparação com outras linguagens disponíveis no mercado.

O Java é a base para uma infinidade de aplicações, como sistemas corporativos robustos, aplicativos móveis (principalmente Android), aplicações web (backends), jogos, Big Data, Internet das Coisas (IoT) e muito mais.

1.1 – Principais características

Até agora, já conseguimos ver que o Java se destaca por diversas características que o tornam uma escolha atraente para diversos projetos de desenvolvimento, desde os mais simples aos mais complexos. Porém, há uma série de outras características que tornam essa linguagem ainda mais poderosa:

  • Orientação a Objetos: tudo em Java é um objeto (com poucas exceções). Isso facilita a modelagem do mundo real em código, promovendo a reutilização, a modularidade e a manutenção do software.
  • Portabilidade: como mencionado, a JVM garante que o código Java possa ser executado em qualquer sistema operacional que possua uma JVM instalada, sem necessidade de recompilação.
  • Segurança: a linguagem foi projetada com a segurança em mente desde o início. A JVM oferece um ambiente seguro para a execução de programas, com recursos como sandboxing e verificação de bytecode.
  • Robustez: juntamente com a segurança, há também um forte tratamento de erros e exceções, o que ajuda a construir aplicações mais confiáveis e menos propensas a falhas.
  • Multithreading: o Java é uma linguagem que suporta multithreading nativamente, permitindo que os programas executem múltiplas tarefas simultaneamente, otimizando o uso dos recursos do processador e melhorando o desempenho das aplicações.
  • Alto Desempenho: embora seja interpretada pela JVM, o JIT (Just-In-Time) compiler otimiza o bytecode em tempo de execução, resultando em um desempenho muito próximo ao de linguagens compiladas.
  • Grandes Bibliotecas e Ecossistema: desenvolvedores Java possuem uma vasta coleção de APIs (Application Programming Interfaces) padrão e um enorme ecossistema de bibliotecas e frameworks de terceiros, o que acelera o desenvolvimento e oferece soluções para praticamente qualquer necessidade.
  • Comunidade Ativa: a comunidade Java é uma das maiores e mais ativas do mundo, oferecendo suporte, recursos, tutoriais e soluções para os mais diversos problemas.

2 – Como surgiu o Java?

A história do Java começa no início da década de 1990, na Sun Microsystems. Originalmente, o projeto, liderado por James Gosling, era conhecido como “Oak” e tinha como objetivo criar uma linguagem para dispositivos embarcados e eletrônicos de consumo. A ideia era ter uma linguagem que fosse independente de plataforma, leve e confiável.

No entanto, com o boom da World Wide Web, a equipe percebeu o potencial da sua criação para o desenvolvimento de aplicações para a internet. Em 1995, a linguagem foi oficialmente lançada com o nome Java, e rapidamente ganhou popularidade devido à sua capacidade de criar applets (pequenos programas executados em navegadores web), revolucionando a forma como o conteúdo interativo era entregue online. Desde então, a linguagem evoluiu e se adaptou, expandindo-se para diversos outros domínios de aplicação.

Em 2010, a Oracle Corporation adquiriu a Sun Microsystems e passou a ser a responsável pelo desenvolvimento e manutenção do Java até os dias atuais.

3 – Como instalar o Java?

Para começar a programar em Java, é necessário instalar o JDK (Java Development Kit), o qual inclui o compilador (chamado javac), ferramentas de desenvolvimento e a JVM (Java Virtual Machine). A seguir, vamos ver como instalar o Java nos principais sistemas operacionais:

3.1 – Instalação no Windows

1 – Acesse o site oficial da Oracle e baixe o instalador compatível com seu sistema (Windows x64 Installer).
2 – Execute o arquivo .exe e siga os passos do assistente de instalação.
3 – Após a instalação, se necessário, adicione o caminho do Java (geralmente C:\Program Files\Java\jdk-xx\bin) à variável de ambiente Path.
4 – Para verificar se está tudo certo, abra o Prompt de Comando e digite:

java -version

3.2 – Instalação no Linux

1 – Atualize os repositórios:

sudo apt update

2 – Instale o JDK:

sudo apt install openjdk-17-jdk

(Esse comando instala a versão 17 do Java. Substitua openjdk-17-jdk pela versão desejada, por exemplo, openjdk-11-jdk para a versão 11).

java -version

Além dos comandos acima, você também pode instalar o Java via pacote .tar.gz, .rpm ou .deb, os quais podem ser encontrados aqui.

3.3 – Instalação no macOS

1 – Baixe o JDK no site da Oracle.
2 – Execute o instalador .dmg.

O JDK será instalado no caminho padrão: /Library/Java/JavaVirtualMachines/.

3 – Para verificar: java -version

Caso prefira, também é possível instalar o Java no macOS utilizando o Homebrew:

brew install openjdk

3.4 – Escolhendo a IDE

Embora seja possível programar em Java com qualquer editor de texto, o uso de uma IDE (Integrated Development Environment) torna o desenvolvimento mais produtivo. Algumas das IDEs mais populares são:

  • IntelliJ IDEA: muito usado por profissionais de programação, oferece recursos avançados de análise de código e integração com frameworks modernos.
  • Eclipse: uma IDE gratuita e altamente extensível, usada amplamente em projetos corporativos.
  • NetBeans: simples e direta, essa IDE é ideal para quem está começando.
  • VS Code: um editor de código leve com suporte a Java via extensões. Ideal para quem prefere um ambiente mais genérico e quando se possui recursos limitados no computador.

4 – Java na prática: calculando variação percentual

Agora que temos o ambiente configurado, vamos colocar a mão na massa com um exemplo prático. Em vez do tradicional “Hello World!”, vamos desenvolver um programa que calcula a variação percentual entre dois números informados pelo usuário via terminal.

A fórmula para calcular a variação percentual é:

Variação percentual = ((Valor Final – Valor Inicial)/Valor Inicial) x 100

Vamos começar criando um arquivo chamado CalculadoraVariacaoPercentual.java. Nosso código para fazer esse cálculo será esse aqui:

import java.util.Scanner; // Importa a classe Scanner para ler a entrada do usuário

public class CalculadoraVariacaoPercentual {

    public static void main(String[] args) {

        // Cria um objeto Scanner para ler a entrada do console
        Scanner scanner = new Scanner(System.in);

        System.out.println("--- Calculadora de Variação Percentual ---");

        // Solicita e lê o valor inicial
        System.out.print("Digite o valor inicial: ");
        double valorInicial = scanner.nextDouble(); // Lê um número decimal (double)

        // Solicita e lê o valor final
        System.out.print("Digite o valor final: ");
        double valorFinal = scanner.nextDouble(); // Lê um número decimal (double)

        // Verifica se o valor inicial é zero para evitar divisão por zero
        if (valorInicial == 0) {
            System.out.println("Erro: O valor inicial não pode ser zero para calcular a variação percentual.");
        } else {
            // Calcula a variação
            double variacao = valorFinal - valorInicial;

            // Calcula a variação percentual
            double variacaoPercentual = (variacao / valorInicial) * 100;

            // Exibe os resultados
            System.out.println("\n--- Resultados ---");
            System.out.println("Valor Inicial: " + String.format("%.2f", valorInicial)); // Formata para 2 casas decimais
            System.out.println("Valor Final: " + String.format("%.2f", valorFinal));   // Formata para 2 casas decimais
            System.out.println("Variação Absoluta: " + String.format("%.2f", variacao)); // Formata para 2 casas decimais
            System.out.println("Variação Percentual: " + String.format("%.2f", variacaoPercentual) + "%"); // Formata e adiciona '%'
        }

        scanner.close(); // Fecha o objeto Scanner para liberar recursos
    }
}

Conclusão

Java é uma das linguagens mais relevantes no mundo da programação. Reconhecido como uma linguagem de programação poderosa e versátil, o Java possui uma história rica e um futuro promissor. Sua portabilidade, robustez, o vasto ecossistema e uma grande comunidade ativa tornam-na em uma excelente escolha para o desenvolvimento de uma ampla gama de aplicações.

Se você está pensando em aprender uma linguagem de programação, Java é, sem dúvida, uma excelente porta de entrada para o mundo do desenvolvimento de software. Com as ferramentas certas e o ambiente de desenvolvimento configurado, você está pronto para explorar todo o potencial dessa poderosa linguagem. Aproveite para criar seus primeiros projetos e junte-se à vibrante comunidade Java!

Espero que este conteúdo seja útil de alguma forma para você. Se gostou do conteúdo, compartilhe com seus amigos e aproveite para conhecer mais sobre programação aqui!

O que é Python?

Considerada uma das linguagens mais populares e poderosas da atualidade, o Python vem conquistando tanto iniciantes quanto profissionais experientes por sua simplicidade, versatilidade e ampla gama de aplicações.

Mas o que exatamente torna o Python tão especial? Por que ele é recomendado como primeira linguagem para quem está começando, e ao mesmo tempo é utilizado em grandes projetos de empresas como Google, Netflix e NASA?

Neste artigo, vamos explorar o que é Python, suas principais características, onde e como surgiu, como instalá-lo no seu computador e, por fim, veremos um exemplo prático que demonstra como a linguagem funciona.

Se você está dando os primeiros passos no mundo da programação ou simplesmente quer entender por que o essa lingaugem é tão popular, este guia é para você. Vamos começar?

1- O que é Python?

Python é uma linguagem de programação de alto nível, interpretada, de propósito geral e multiparadigma. Mas o que isso significa na prática?

  • Alto Nível: isso quer dizer que Python se aproxima mais da linguagem humana do que da máquina, tornando-o mais fácil de ler e escrever.
  • Interpretada: ao contrário de linguagens compiladas (como C++ ou Java), o código Python é executado linha por linha por um interpretador, sem a necessidade de um processo de compilação prévia. Isso agiliza o desenvolvimento e a depuração.
  • Propósito Geral: Python não é uma linguagem restrita a uma área específica. Ela pode ser utilizada no desenvolvimento web, inteligência artificial, ciência de dados, automação, jogos, finanças e muito mais.
  • Multiparadigma: Suporta diferentes estilos de programação, incluindo programação orientada a objetos (POO), programação funcional e programação imperativa.

Python é uma linguagem que possui sintaxe simples e intuitiva, projetada para ser fácil de ler e escrever. São essas características que a tornam ideal tanto para iniciantes quanto para desenvolvedores experientes.

Além disso, sua vasta quantidade de bibliotecas disponíveis fazem dela uma escolha sólida para uma ampla gama de aplicações, desde simples scripts de análises de dados até sistemas complexos de automação de tarefas.

1.1 – Principais características do Python

Além das caracterísitcas apresentadas acima, o Python possui outras que ajudaram a linguagem a se popularizar na comunidade de desenvolvimento:

  • Tipagem dinâmica: não é necessário declarar o tipo das variáveis. A definição dos tipos ocorre em tempo de execução do código.
  • Portabilidade: códigos Python podem ser executados em diferentes sistemas operacionais (Windows, Linux, macOS), exigindo pouca ou nenhuma modificação. Escreva uma vez, execute em qualquer lugar.
  • Sintaxe simples e legível: a sintaxe de Python é extermamente limpa e intuitiva, assemelhando-se ao inglês. Isso facilita a criação, o entendimento e a manutenção do código no longo prazo.
  • Grande Biblioteca Padrão e Ecossistema Rico: o Python fornece uma vasta coleção de módulos e pacotes pré-construídos que permitem realizar uma infinidade de tarefas sem “reinventar a roda”. Além disso, o ecossistema é complementado por milhares de bibliotecas de terceiros (como pandas para análise de dados, requests para requisições HTTP, Django e Flask para desenvolvimento web, e TensorFlow para aprendizado de máquina).
  • Comunidade Ativa e Abrangente: Há uma comunidade global massiva de desenvolvedores Python. Isso significa que você sempre encontrará suporte, documentação detalhada, tutoriais e uma infinidade de recursos para ajudar no seu aprendizado e na solução de problemas.

2 – Onde e como o Python surgiu?

Python foi criado, no final dos anos 1908, por Guido van Rossum, um programador holandês. Sua primeira versão oficial (0.9.0) foi lançada em 1991. A ideia de Guido era desenvolver uma linguagem que fosse tão poderosa quanto o C, mas que possuísse uma sintaxe mais simples e encorajasse a adoção de boas práticas de programação.

O nome Python não veio do animal, mas sim do grupo britânico de comédia Monty Python’s Flying Circus, do qual Guido era fã.Ele resolveu homenagear o grupo nomeando sua linguagem dessa forma.

Desde seu lançamento, o Python evoluiu muito e se tornou uma das linguagens mais dominantes no cenário tecnológico global.

3 – Como instalar o Python

Instalar o Python é um processo relativamente simples, mas varia um pouco dependendo do seu sistema operacional. Abaixo veremos os passos básicos para os principais sistemas operacionais:

3.1 – Windows

No Windows você pode utilizar um executável para instalar o Python na sua máquina:

  1. Acesse a página oficial de downloads aqui.
  2. Selecione a versão recomendada para seu Windows e faça seu download.
  3. Execute o instalador e não esqueça de marcar a opção “Add Python to PATH” antes de continuar. Essa etapa é muito importante, pois, criará de forma automática uma variável de ambiente para a linguagem.
  4. Clique em Install Now e aguarde a conclusão.
  5. Verificação: Abra o Prompt de Comando do Windows. Para isso pressione Win + R, ou abra o menu iniciar, digite cmd e pressione Enter. No cmd digite python --version ou py --version. Com isso, você visualizará a versão do Python instalada em seu computador.

3.2 – Linux (Debian/Ubuntu)

A maioria das distribuições Linux já vem com o Python instalado por padrão, não havendo necessidade executar os passos a seguir. Porém, se a sua distribuição Linux não vier com a linguagem instalada por padrão, basta executar os comandos abaixo no seu terminal:

sudo apt update
sudo apt install python3

Para verificar a versão do Python instalada no seu Linux, abra o Terminal e digite python3 --version.

3.3 – macOS

No macOs a forma mais prática de instalar o Python é através do gerenciador de pacotes Homebrew. Se você não o tem, instale-o com:

/bin/bash -c "$(curl -fsSL https://raw.githubusercontent.com/Homebrew/install/HEAD/install.sh)"

Após instalar o Homebrew, instale Python com o seguinte comando:

brew install python

Para verificar a versão instalada, abra o Terminal e digite python3 --version.

3.4 – Escolhendo uma IDE

Seja qual for seu sistema operacional, assim que concluída a instalação do Python, você precisará de uma IDE para escrever seus códigos de forma eficiente. Eu particularmente, já trabalhei e gosto de duas IDEs para Python: o Visual Studio Code e o PyCharm. Fica a seu critério escolher uma dessas duas IDEs ou outra que seja do seu gosto para começar a codar.

4 – Usando o Python na prática

Depois de instalar o Python, chegou a hora de escrevermos nosso primeiro código. Vamos criar um pequeno script que solicita o nome do usuário e calcula a sua idade com base no ano de nascimento informada:

nome = input("Digite seu nome: ")
ano_nascimento = int(input("Digite seu ano de nascimento: "))
ano_atual = 2025

idade = ano_atual - ano_nascimento

print(f"Olá, {nome}! Pelos meus cálculos, agora em {ano_atual}, você tem {idade} anos.")

Esse pequeno script já introduz conceitos importantes da linguagem, como:

  • Leitura de entrada com input()
  • Conversão de tipos (int)
  • Operações matemáticas
  • Uso de variáveis e interpolação de strings com f-strings

Salve esse arquivo com um nome como calcula_idade.py. Independente do nome que você escolher, o importante é que o arquivo possua a extensão.py. Agora, no seu terminal, acesse o diretório onde salvou o arquivo e execute-o com o comando:

python calcula_idade.py

O script irá solicitar seu nome e ano de nascimento e lhe dará um retorno semelhante a esse aqui:

Conclusão

O Python é uma linguagem acessível, poderosa e extremamente versátil. Sua sintaxe clara facilita o aprendizado e permite que o programador foque mais na lógica do problema e menos nos detalhes técnicos da linguagem. Por isso, essa linguagem tem sido a porta de entrada de muitos estudantes no mundo da programação e também uma ferramenta indispensável para profissionais experientes de diversas áreas.

Ao longo deste artigo, conhecemos o que é Python, suas principais características, onde surgiu, como instalar no seu computador e vimos um pequeno exemplo de uso. Agora, o próximo passo é com você: explore, experimente e continue aprendendo. O Python tem um ecossistema riquíssimo e uma comunidade ativa que com certeza te ajudará a evoluir rapidamente.

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O que é Node.js?

Com o crescimento constante do desenvolvimento web e a necessidade de aplicações cada vez mais rápidas e escaláveis, surgiram diversas soluções para otimizar o back-end das aplicações. E uma das tecnologias que mais se destacou nesse cenário é o Node.js.

Este ambiente de execução JavaScript permite que desenvolvedores utilizem uma linguagem bastante popular no front-end também no lado do servidor, tornando o desenvolvimento full-stack mais acessível e eficiente.

Neste texto, exploraremos o que é o Node.js, suas principais características, sua origem, como instalá-lo e um exemplo prático para demonstrar seu funcionamento. Vamos lá?

1 – O que é Node.js?

Node.js é um ambiente de execução JavaScript, de código aberto, multiplataforma e do tipo server-side (que é executado do lado do servidor). Ele permite rodar códigos JavaScript fora do navegador web, permitindo usar essa linguagem na criação de diversos tipos de aplicações que vão além de páginas web.

O Node.js é construído sobre o motor JavaScript do Google Chrome, conhecido como “motor V8”, responsável por interpretar código JS de forma extremamente rápida. Na prática, o Node.js pega o motor JavaScript do Google Chrome e o “empacota” para que ele possa ser usado para executar código JS em qualquer lugar, não apenas no seu browser.

Assim, é possível utilizar o Node.js para desenvolver aplicações escaláveis e de alto desempenho, como APIs, servidores web, automações e até mesmo aplicações desktop com frameworks como o Electron.

Diferente de muitas outras linguagens server-side, o Node.js é orientado a eventos e utiliza um modelo assíncrono baseado em callbacks e promises. Isso torna-o muito eficiente para aplicações que exigem alta escalabilidade e I/O intensivo.

1.1 – Principais características

Baseado no Motor V8: como mencionado anteriormente, o coração do Node.js é o motor V8, conhecido por sua alta performance e velocidade na execução de código JavaScript. Isso o torna uma ferramenta altamente eficiente para o desenvolvimento de aplicações web.

Arquitetura Orientada a Eventos e Não Bloqueante (I/O Não Bloqueante): essa é uma das características mais marcantes e poderosas do Node.js. Em vez de esperar que uma operação demorada (como ler um arquivo ou acessar um banco de dados) termine antes de continuar o processamento, o Node.js utiliza um sistema de “funções de callbacks”. Esse sistema de callback permite que o servidor continue processando outras requisições enquanto espera o término de requisições anteriores, tornando-o altamente escalável e capaz de lidar com muitas conexões simultâneas.

Single-Threaded (com Event Loop): apesar de ser single-threaded (usar apenas uma linha de execução principal), o Node.js consegue lidar com concorrência de forma eficiente graças ao seu “event loop”. Esse loop fica constantemente verificando se alguma operação não bloqueante terminou e, em caso afirmativo, executa o callback associado.

Grande Ecossistema de Pacotes (npm): o Node.js possui o gerenciador de pacotes npm (Node Package Manager), o maior ecossistema de bibliotecas e ferramentas de código aberto do mundo. Com o npm, você pode facilmente encontrar e instalar pacotes para praticamente qualquer necessidade, desde frameworks web até utilitários para manipulação de arquivos. Isso acelera muito o desenvolvimento.

JavaScript em Todos os Lugares: uma das grandes vantagens do Node.js é a possibilidade de usar a mesma linguagem (JavaScript) tanto no front-end (navegador) quanto no back-end (servidor). Isso facilita o desenvolvimento full-stack, melhora a comunicação entre as equipes e permite o reaproveitamento de código.

Escalabilidade: devido à sua arquitetura não bloqueante, o Node.js é altamente escalável e adequado para aplicações que precisam lidar com múltiplas conexões simultâneas e alto tráfego.

2 – Como surgiu o Node.js?

A história do Node.js começa com Ryan Dahl, um engenheiro de software que trabalhava no desenvolvimento do Google Chrome. Ele estava frustrado com as limitações dos servidores web tradicionais, especialmente em relação ao gerenciamento de conexões simultâneas.

Dahl percebeu que os servidores web da época (como o Apache) eram ineficientes em operações de I/O, como leitura de arquivos ou acesso ao banco de dados. Em 2009, durante a JSConf EU, ele apresentou o Node.js como uma alternativa. A ideia principal era usar o motor V8 do Chrome, reconhecido por sua alta velocidade e eficiência, para construir um ambiente de execução JavaScript eficiente para o lado do servidor, adotando um modelo assíncrono e baseado em eventos, que traz mais leveza e performance às aplicações.

Alguns dos fatores que contribuíram para o surgimento e sucesso desta ferramenta foram:

  • A popularidade crescente do JavaScript: na época, o JavaScript já era a linguagem dominante no front-end, e a possibilidade de usá-la no back-end abriu novas possibilidades para os desenvolvedores.
  • A necessidade de aplicações web mais escaláveis e em tempo real: aplicações como chats, jogos online e dashboards em tempo real precisavam de tecnologias que pudessem lidar com muitas conexões simultâneas de forma eficiente. O modelo não bloqueante do Node.js se encaixou perfeitamente nessa necessidade.
  • A insatisfação com os modelos de programação tradicionais: muitos desenvolvedores achavam os modelos de programação baseados em threads (comuns em outras linguagens de servidor) complexos e propensos a problemas de concorrência. O modelo orientado a eventos do Node.js ofereceu uma alternativa mais simples e intuitiva.

Desde sua criação, o Node.js cresceu exponencialmente e se tornou uma das tecnologias mais populares e utilizadas no desenvolvimento web. Ele é utilizado para construir desde APIs e microsserviços até aplicações web completas e ferramentas de linha de comando.

3 – Como instalar o Node.js

Instalar o Node.js é um processo simples e fácil. Veja abaixo um passo a passo de como instalá-lo:

3.1 – Acesse o site oficial

  • Vá para: https://nodejs.org
  • Baixe a versão LTS (Long Term Support), compatível com o seu sistema operacional.

3.2 – Instalação do Node.js

  • No Windows, execute o instalador e siga os passos padrão (próximo, próximo… concluir).
  • No Linux, execute os comandos via terminal para instalar os recursos.
  • Observação: durante a instalação, o gerenciador de pacotes Node Package Manager (npm) também será instalado automaticamente.

3.3 – Verifique a instalação

Abra o terminal ou prompt de comando e digite:

node -v
npm -v

Esses comandos exibirão, respectivamente, as versões instaladas do Node.js e do NPM, confirmando que tudo está funcionando corretamente.

4. Criando um exemplo prático

Agora, com o Node.js e o npm instalados, vamos criar um simples servidor HTTP. Quando acessado, esse servidor responderá ao usuário a data e hora atual do sistema.

4.1 – Criação do código

Crie um novo arquivo onde você irá inserir o código abaixo e salve-o com o nome server.js:

// Importa o módulo 'http' para criar o servidor
const http = require('http');

// Define a porta em que o servidor vai escutar as requisições
const porta = 3000;

// Cria o servidor
const servidor = http.createServer((req, res) => {
  // Define o cabeçalho da resposta para indicar que o conteúdo é texto plano
  res.writeHead(200, { 'Content-Type': 'text/plain' });

  // Obtém a data e hora atuais
  const agora = new Date();

  // Envia a data e hora atuais como resposta
  res.end(`A data e a hora atuais são: ${agora}`);
});

// Inicia o servidor e o faz escutar na porta definida
servidor.listen(porta, () => {
  console.log(`Servidor rodando em http://localhost:${porta}/`);
});

4.2 – Execute o servidor

No terminal, vá até o diretório onde está o server.js e execute:

node server.js

Após executar o comando acima, você receberá essa mensagem em seu navegador: Servidor rodando em http://localhost:3000/

Agora, abra seu navegador e acesse: http://localhost:3000

Ao acessar o link acima, você verá na sua tela uma mensagem informando a data e hora atuais do seu computador.

Conclusão

O Node.js se consolidou como uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento de aplicações modernas e escaláveis. Sua arquitetura não bloqueante, combinada com a popularidade do JavaScript e um vasto ecossistema de pacotes, torna-o ideal para criar desde simples servidores até sistemas complexos baseados em arquitetura de microsserviços.

Dominar essa ferramenta é um passo importante para qualquer desenvolvedor que deseje trabalhar com tecnologias atuais e de alto desempenho no back-end. O exemplo apresentado neste texto é apenas o começo — explorar mais profundamente essa plataforma certamente abrirá novas possibilidades e aprimorará suas habilidades como programador.

Espero que este conteúdo seja útil de alguma forma para você. Se gostou do conteúdo, compartilhe com seus amigos e aproveite para conhecer mais sobre programação aqui!