O que é programação orientada a objetos? 

A programação orientada a objetos (POO) é um dos paradigmas mais conhecidos e utilizados na construção de sistemas computacionais. Baseada na ideia de aproximar o mundo real com o mundo da computação, a orientação a objetos nos permite estruturar o código de forma organizada e reutilizável, algo essencial para a construção de softwares robustos e escaláveis.

Neste texto, vamos explorar os fundamentos da orientação a objetos, seus conceitos-chave, e como aplicá-los na prática por meio de exemplos em Java, uma das linguagens mais populares nesse contexto. 

1 – Entendendo o conceito de programação orientada a objetos 

A programação orientada a objetos (OOP – Object-oriented programming) é um paradigma baseado no conceito de representar aquilo que existe no mundo real em sistemas computacionais através de classes e objetos.  

Esse paradigma serve como um modelo de análise, projeto e desenvolvimento de sistemas que procura aproximar o mundo real ao mundo da programação de computadores, tornando mais fácil o entendimento e solução de problemas complexos. 

Para entender esse paradigma pense, por exemplo, em um sistema bancário: nesse sistema temos uma classe principal chamada Conta Bancária. A partir desta classe, serão criados todos os tipos de contas bancárias disponibilizadas pelo banco. Note no exemplo abaixo que temos três tipos de contas: corrente, digital e salário. Estas contas e todas as demais que o banco vier a oferecer serão objetos da classe principal Conta Bancária. 

Representação gráfica da relação entre classes e objetos.
Fonte: o autor

Essa relação entre classe e objeto é a base do paradigma da programação orientada a objetos. Uma classe pode ser entendida como um modelo, enquanto os objetos, são tudo aquilo que construímos com base nesse modelo (classe). Quando um objeto é construído ocorre o que chamamos de instância de classe.  

Dessa forma, quando usamos os princípios da orientação a objetos para desenvolver um sistema, transformamos cada um dos requisitos em classes e objetos. E para cada uma dessas classes e objetos definimos atributos e métodos próprios que serão utilizados para processar os dados recebidos e retornar as saídas do sistema. 

1.1 – O que são atributos e métodos? 

Atributo e métodos são dois conceitos fundamentais na programação orientada a objetos e podemos entendê-los da seguinte forma: os atributos são as características de cada classe e objeto, enquanto os métodos são as ações e comportamentos dessas classes e objetos. Atributos e métodos são definidos nas classes e compartilhados pelos objetos instanciados através delas.  

Pensando na classe conta bancária, alguns exemplos de atributos podem ser: número da conta, titular da conta, saldo. Enquanto, exemplos de métodos podem ser: depositar, sacar, consultar saldo, transferir.

Representação gráfica detalhada da relação entre classes e objetos
Fonte: o autor

Analisando a imagem acima, percebemos que os atributos e métodos são inseridos na classe Conta Bancária. Dessa forma, cada conta bancária criada, independe do seu tipo, será um objeto instanciado da classe principal Conta Bancária e herdará todos os atributos e métodos disponíveis nela. E isto gera uma das principais vantagens da orientação a objetos: a reutilização de códigos. 

Observe em nosso exemplo que, todas as contas criadas, independente do seu tipo, herdam da classe principal todas as características e comportamentos comuns. Assim, não é necessário, por exemplo, reescrever o código responsável por consultar saldo para cada tipo de conta existente, pois, todas as contas herdam esse método da classe principal. 

2 – Exemplo prático de programação orientada a objetos 

Para fins didáticos e um melhor entendimento desses conceitos, vamos ver um exemplo simples de Java para representar a classe conta bancária.  

Se você quiser executar esse projeto na sua máquina, precisará ter o Java 17 instalado e uma IDE compatível com a linguagem como o IntelliJ ou Visual Studio Code, por exemplo.  

O primeiro arquivo de todo projeto Java é o Main.java, responsável por executar a aplicação, vamos criá-lo:

@SpringBootApplication 
public class BancoApplication { 
public static void main(String[] args) { 
ApplicationContext context = SpringApplication.run(BancoApplication.class, args); 
        BancoService bancoService = context.getBean(BancoService.class); 
        bancoService.ExecutaContas(); 

}
 

No arquivo Main.java nós estamos chamando a função ExecutaContas() da classe BancoService. Vamos criar um arquivo chamado BancoService.java: 

@Service 
public class BancoService { 
        public void ExecutaContas () { 
               ContaCorrente conta1 = new ContaCorrente(1, "João", 700.0, 200.00 ); 
               ContaDigital conta2 = new ContaDigital(2, "Maria", 500.0); 
               ContaSalario conta3 = new ContaSalario(3, "José", 1000.0); 

                conta1.consultarSaldo(); 
                conta2.consultarSaldo(); 
                conta3.consultarSaldo(); 
                conta1.depositar(200.0); 
                conta1.transferir(conta2,700.00); 
                conta2.sacar(500.00); 
                conta3.transferir(conta1,200.00); 
                conta1.consultarSaldo(); 
                conta2.consultarSaldo(); 
                conta3.consultarSaldo(); 
        }       

Note que o arquivo BancoService.java instância três objetos e executa uma série de ações que simulam as transações realizadas em um sistema bancário. 
 
Agora vamos criar as classes que representam os tipos de contas que instanciamos em BancoService: 

ContaCorrente.java

 public class ContaCorrente extends ContaBancaria { 
    private double chequeEspecial; 


    public ContaCorrente(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial, double chequeEspecial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.CORRENTE); 
this.chequeEspecial = chequeEspecial; 
    } 


    public double getChequeEspecial() { 
        return chequeEspecial; 
    } 


    @Override 
    public void consultarSaldo() { 
        double saldoTotal = getSaldo() + chequeEspecial; 
        System.out.println( "Conta: " + getNumeroConta() + " / " + "Titular: " + getTitularConta() + " / " + "Saldo atual: R$" + getSaldo() + " / Cheque Especial: R$" + chequeEspecial +  " / Saldo Total: R$" + saldoTotal); 
    } 

ContaDigital.java 

public class ContaDigital extends ContaBancaria { 
    public ContaDigital(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.DIGITAL); 
    } 

ContaSalario.java 

public class ContaSalario extends ContaBancaria { 
    public ContaSalario(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.SALARIO); 
    } 

Veja que as classes Conta Corrente, Conta Digital e Conta Salário possuem a palavra-chave extends, indicando que elas herdam atributos e métodos da classe Conta Bancária. 

Vamos agora criar o arquivo ContaBancaria.java  que possui a classe principal Conta Bancária: 

public class ContaBancaria { 
    // Atributos da classe 
    private int numeroConta; 
    private String titularConta; 
    private double saldo; 

    // Construtor da classe 
    public ContaBancaria(int numeroConta, String titularConta, 
                         double saldoInicial, TipoConta tipoConta) { 
        this.numeroConta = numeroConta; 
        this.titularConta = titularConta; 
        this.saldo = saldoInicial; 
    } 

    // Métodos da classe 
    public void depositar(double valor) { 
        saldo += valor; 
        System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Depósito de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
    } 

    public void sacar(double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Saque de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
        } else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para saque de R$" + valor); 
        } 
    } 

    public void consultarSaldo() { 
        System.out.println( 
                "Conta: "+numeroConta+" / "+"Titular: "+titularConta+" / "+"Saldo atual: R$" + saldo);  } 
    public void transferir(ContaBancaria destino, double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            destino.saldo += valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Transferência de R$" + valor + " realizada para a conta " + destino.numeroConta); 
} else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para transferência de R$" + valor); 
        } 
    }

    public double getSaldo() { 
        return saldo; 
    } 

    public int getNumeroConta() { 
        return numeroConta; 
    } 

    public String getTitularConta() { 
        return titularConta; 
    } 

Observe que a classe ContaBancaria possui três atributos (numeroConta, titularConta e saldo) e quatro métodos (depositar, sacar, consultarSaldo e transferir). Essa é a classe modelo de onde conta corrente, conta digital e conta salário irão herdar atributos e métodos.  

Para finalizar, vamos criar um arquivo chamado TipoConta.java que será um Enum de tipos de contas: 

public enum TipoConta { 
    CORRENTE, 
    SALARIO, 
    DIGITAL 

Após finalizar a criação dos arquivos e códigos do projeto vamos executá-lo. Teremos esse resultado no console da IDE: 

 
Conta: 1 / Titular: João / Saldo atual: R$700.0 / Cheque Especial: R$200.0 / Saldo Total: R$900.0 
Conta: 2 / Titular: Maria / Saldo atual: R$500.0 
Conta: 3 / Titular: José / Saldo atual: R$1000.0 
Conta 1 - Depósito de R$200.0 realizado com sucesso! 
Conta 1 - Transferência de R$700.0 realizada para a conta 2 
Conta 2 - Saque de R$500.0 realizado com sucesso! 
Conta 3 - Transferência de R$200.0 realizada para a conta 1 
Conta: 1 / Titular: João / Saldo atual: R$400.0 / Cheque Especial: R$200.0 / Saldo Total: R$600.0 
Conta: 2 / Titular: Maria / Saldo atual: R$700.0 
Conta: 3 / Titular: José / Saldo atual: R$800.0 

Esses prints mostram os resultados das ações executadas na função ExecutaContas() da classe BancoService. Essas ações são realizadas pelos objetos de ContaCorrente, ContaDigital e ContaSalario, instanciados de ContaBancaria. Apesar de ser um simples exemplo, observe que através dele conseguimos visualizar claramente os conceitos fundamentais da programação orientada a objetos e entender melhor esse paradigma amplamente usado no desenvolvimento de software.

3 – Usando programação orientada no dia a dia 

A programação orientada a objetos está presente em praticamente todos os sistemas e aplicativos que utilizamos diariamente. Amplamente usada em serviços back-end, mas não restrita somente a isso, a orientação a objetos está presente em redes sociais, streaming de vídeos, jogos, ERPs e muitas outras aplicações que fazem parte de nosso cotidiano. 

Aprender e entender os conceitos de orientação a objetos é fundamental para desenvolver sistemas funcionais e eficientes, que atendam aos objetivos e requisitos definidos nos projetos que trabalhamos.  

A orientação a objetos também é suportada por muitas linguagens e tecnologias. No exemplo acima, usamos Java que, certamente, é a linguagem orientada a objetos mais conhecida no mercado. Entretanto, outras linguagens como C++, C#, Python, PHP e Kotlin e vários frameworks de desenvolvimento como Laravel, Djano, .NET e Flutter, aceitam os conceitos de POO. A escolha de qual linguagem e tecnologia usar dependerá, diretamente, das preferências do desenvolvedor e dos requisitos do projeto, dispondo de um amplo leque de opções para atender a todos os públicos. 

Mas, é válido lembra que, a programação orientada a objetos vai além dos conceitos de classes, objetos, atributos e métodos, apresentados acima. Outros quatro conceitos se destacam na programação orientada a objetos, são eles: abstração, encapsulamento, herança e polimorfismo. Esses conceitos são conhecidos como pilares da programação orientada a objetos e se você quiser saber mais sobre esse assunto, clique aqui, para ler um artigo que escrevi sobre este assunto.   

Conclusão 

A programação orientada a objetos é uma poderosa ferramenta para desenvolver sistemas funcionais, robustos e escaláveis. Sua estrutura baseada em classes, objetos, atributos e métodos permite organizar o código de forma clara, coesa e reutilizável, agilizando o desenvolvimento de sistemas.  

Ao compreendermos e aplicarmos esses conceitos, estamos melhor preparados para criar soluções tecnológicas que as expectativas de nossos clientes e usuários. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto. 

O que é programação funcional? 

Ao trabalhar com desenvolvimento de software, diferentes paradigmas de programação oferecem abordagens distintas para a solução de problemas computacionais. Entre eles, destaca-se a programação funcional, uma metodologia que tem ganhado cada vez mais relevância devido à sua capacidade de produzir código mais previsível, testável e manutenível.  

Neste artigo iremos explorar os fundamentos da programação funcional e suas principais características.  Também veremos exemplos simples e práticos de códigos que nos ajudarão a entender melhor como esse paradigma pode ser aplicado no dia a dia dos programadores. 

1 – Entendendo o conceito de programação funcional 

A programação funcional (FP – Functional Programming) é um paradigma baseado no conceito de expressões e funções matemáticas. Ao aplicar a programação funcional em um projeto, os problemas serão decompostos em partes menores, as quais serão atribuídas para funções.  

As funções recebem valores de entrada, aplicam uma lógica de processamento e retornam novos valores como saída. Assim, um sistema é fracionado em um conjunto de funções, cujo somatório destas funções compõem um sistema maior.  

A programação funcional possui algumas características próprias. Abaixo vamos conhecer essas características e ver alguns exemplos de código escrito em JavaScript para facilitar o entendimento.  

2 – As características da programação funcional 

Funções puras: são funções que retornam sempre o mesmo valor quando passados os mesmos parâmetros.  

// Funções Puras+
const multiplicarPor2 = (numero) => numero * 2;

console.log(multiplicarPor2(3)); // Saída: 6  
console.log(multiplicarPor2(4)); // Saída: 8  
console.log(multiplicarPor2(3)); // Saída: 6  
console.log(multiplicarPor2(4)); // Saída: 8 

No exemplo acima, a função multiplicarPor2(), recebe um valor e multiplica-o por 2. Observe nas saídas que, sempre que uma função pura recebe o mesmo valor de entrada irá retornar o mesmo valor de saída.  

Funções de ordem superior: trata-se de uma função capaz de receber outras funções como argumento ou retornar  outras funções como resultado.  

// Funções de Ordem Superior  
const executarOperacao = (operacao, a, b) => operacao(a, b);  
const soma = (x, y) => x + y;  
const multiplicacao = (x, y) => x * y;

console.log(executarOperacao(soma, 5, 3)); // Saída: 8  
console.log(executarOperacao(multiplicacao, 5, 2)); // Saída: 10   

No exemplo acima, executarOperacao() assume o papel de uma função de ordem superior, enquanto soma() e multiplicação(), são funções de cálculos aritméticos que podem ser passadas como argumento para a função superior executarOperacao().  

Composição de funções: é a capacidade de criar uma função a partir da junção de outras funções.  

//Composição de funções  
const somar = (a, b) => a + b;  
const dobrar = (x) => x * 2;  
const composta = () => dobrar(somar(5, 10));  

console.log(composta()); // Saída: 30   

No exemplo acima, temos três funções distintas: somar(), responsável por realizar um cálculo de adição entre dois valores, dobrar() que recebe um valor e multiplica-o por 2, e composta(), a qual assume o papel de uma função composta de somar() e dobrar().   

Imutabilidade: os valores após serem atribuídos para as variáveis não sofrem mudanças, mantendo-se fixos durante toda a execução do código.  Ao trabalhar com dados imutáveis, novos valores são criados, ao invés de ocorrerem modificações nos valores existentes. Dessa forma, a imutabilidade torna o código mais previsível e estável, evitando efeitos colaterais inesperados no processamento. 

Para um melhor entendimento desse conceito, imagine que temos um array de números e queremos adicionar um novo número a ele.  Vamos visualizar dois exemplos: um utilizando uma função mutável e outro uma função imutável.  

A abordagem mutável seria assim: 

//Mutabilidade 
const listaNumeros = [1, 2, 3];
listaNumeros.push(4); // Modifica o array original 

console.log(listaNumeros); // Saída: [1, 2, 3, 4] 

Observe que, em uma abordagem mutável, a constante original listaNumeros, foi modificada durante a execução através da função push()

Agora vamos observar como seria na abordagem imutável: 

//Imutabilidade  
const listaNumeros = [1, 2, 3];
const adicionarNumero = (lista) => [...lista, 4];  

// Acrescenta um valor sem modificar o array original  
const numerosAtualizados = adicionarNumero(listaNumeros);  

console.log(listaNumeros); // Saída: [1, 2, 3]   
console.log(numerosAtualizados); // Saída: [1, 2, 3, 4]

Observe no exemplo acima que, a função adicionarNumero() recebe um array  de valores numéricos chamado listaNumeros e acrescenta o número 4. O resultado dessa operação é atribuído para a constante numerosAtualizados.  

A imutabilidade dos dados pode ser observada nas saídas do código, pois, apesar da constante listaNumeros ser utilizada mais de uma vez, ela não teve seus valores alterados. Foi gerada uma nova constante chamada numerosAtualizados para gravar os dados da operação realizada com a constante listaNumeros.     

Recursividade: na programação funcional, loops de repetição não são usados. No lugar dos loops é adotada a recursividade, que é a característica de uma função chamar a si mesma até que uma condição (chamada de caso base) seja atingida.  

//Recursividade  
const calcularFatorial = (n) => {  
if (n === 0) {  
   return 1; 
} else {  
   return n * calcularFatorial(n - 1);  
}};  
const numero = 5;  
const fatorial = calcularFatorial(numero); 
 
console.log(`O fatorial de ${numero} é: ${fatorial}`);  
//Saída: O fatorial de 5 é: 120   

No exemplo acima, calcularFatorial() é uma função recursiva que calcula o fatorial do valor informado em numero.   

3 – Usando paradigma funcional no dia a dia 

O paradigma funcional é suportado por diversas linguagens de programação. Entre as linguagens puramente funcionais destacam-se o Haskell e a família ML (Standard ML, OCaml e suas variantes). 

Nos exemplos acima, usamos JavaScript, uma linguagem multiparadigma, amplamente conhecida no mercado e compatível com os princípios da programação funcional. Mas além dela, existem outras opções disponíveis como C++, PHP, Python, TypeScript e Kotlin. Todas estas linguagens são multiparadigma e suportam a implementação de códigos seguindo o paradigma funcional. 

Na prática, a programação funcional encontra grande aplicação na Ciência de Dados, especialmente no processamento e análise de grandes volumes de dados. Isto se deve à natureza concisa e declarativa do código funcional, bem como à presença de funções de ordem superior como map, filter e reduce, que simplificam significativamente o tratamento de dados. 

Além disso, este paradigma mostra-se particularmente eficaz no desenvolvimento de algoritmos de busca e ordenação, assim como no processamento de eventos e sistemas reativos. 

Conclusão 

A programação funcional oferece uma abordagem poderosa e eficiente para o desenvolvimento de software, especialmente em aplicações que demandam alta confiabilidade e facilidade de manutenção. Ao adotar funções puras, imutabilidade, recursividade e outras características, este paradigma permite construir sistemas mais previsíveis e menos propensos a erros.  

O suporte a esse estilo de programação em diversas linguagens multiparadigma, usadas por desenvolvedores no dia a dia como JavaScript, Python e Kotlin, amplia ainda mais sua aplicabilidade em diversos contextos.  

Assim, a programação funcional não é apenas mais um recurso técnico, mas é um meio de transformar a maneira como abordamos problemas, tornando o código mais limpo, robusto e eficiente. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.

O que são Status Code? 

Na era da conectividade digital, a comunicação entre clientes e servidores é essencial para o funcionamento de sistemas e aplicações na internet. Essa troca de dados é realizada por meio do protocolo HTTP, que garante a troca de informações entre as partes envolvidas.  

Em cada requisição feita por um cliente, o servidor responde com um código numérico conhecido como Status Code, que tem como objetivo informar se a operação foi realizada com sucesso ou se encontrou algum erro. Esses códigos são fundamentais para desenvolvedores e administradores de sistemas, pois fornecem informações claras sobre o estado das requisições, ajudando a identificar problemas e manter a fluidez das operações.  

Neste texto, iremos conhecer as diferentes categorias de Status Code e seus principais exemplos, detalhando a função de cada um na comunicação entre cliente e servidor. 

1 – Entendendo o que é um Status Code 

A internet é baseada na troca constante de dados entre clientes e servidores. Nos dias atuais, praticamente, todos os sistemas e aplicações que usamos estão conectados à internet e comunicam-se com serviços remotos localizados em servidores web. Essa comunicação ocorre através do protocolo HTTP e é nesse cenário que surgem os Status Code. 

Os Status Code, ou códigos de  status HTTP, são códigos numéricos retornados por servidores web em resposta para cada requisição feita pelos usuários (ou clientes). Esses códigos indicam se uma solicitação HTTP foi bem-sucedida ou não.  

Os códigos são compostos por três dígitos: 

– O primeiro dígito varia de 1 a 5 e indica o tipo de status; 

– O segundo e terceiro dígitos referem-se aos status contemplados no intervalo do primeiro dígito; 

Os Status Code são divididos em cinco categorias principais, as quais representam classes de respostas do servidor, organizadas da seguinte forma: 

Código Tipo Explicação 
100 – 199 Respostas informativas (Informal) Requisição em processamento pelo servidor 
200 – 299 Respostas bem-sucedidas (Success) Requisição processada com sucesso pelo servidor 
300 – 399 Mensagens de redirecionamento (Redirection) Requisição precisa ser redirecionada para ser concluída 
400 – 499 Respostas de erro do cliente (Client Error) Requisição não pode ser concluída ou possui erro de sintaxe 
500 – 599 Respostas de erro do servidor (Server Error) Requisição não pode ser concluída por falha no lado do servidor 

2 – Lista de Status Code 

Abaixo serão listados os principais Status Code retornados em requisições HTTP: 

Respostas informativas 

100 – Continue: indica ao cliente que o cabeçalho (header) da requisição foi recebido e ele deve continuar a requisição enviando o corpo (body) ou ignorar a resposta se a requisição já estiver concluída. Esse status é útil para determinar se o servidor está disposto a aceitar a requisição antes que o seu corpo (body) seja enviado, tornando o processo mais eficiente. 

101 – Switching Protocols: o servidor está mudando os protocolos conforme solicitado pelo cliente como, por exemplo, mudar para uma versão mais recente do HTTP. 

102 – Processing: este código indica que o servidor recebeu e está processando a solicitação, mas ainda não tem uma resposta pronta. 

103 – Early Hints: indica que o cliente receberá alguns campos de cabeçalho de solicitação antes da mensagem HTTP final, com instruções para que o agente de usuário pré-carregue recursos enquanto aguarda a conclusão do processo.  

Respostas bem-sucedidas 

200 – OK: a requisição foi bem-sucedida e o servidor retornou a resposta esperada. 

201 – Created: requisição bem-sucedida e um novo recurso foi criado como resultado. Geralmente, retornado em métodos PUT ou POST. 

202 – Accepted: indica que a solicitação foi recebida pelo servidor, mas não pode ser atendida. Esse retorno ocorre nos casos em que outro processo ou servidor lida com a requisição e para processamento em lote. É um retorno sem compromisso, pois não é possível enviar, posteriormente, uma resposta HHTP assíncrona indicando o resultado da solicitação.  

204 – No Content: requisição bem-sucedida, mas o servidor não retornou nenhum conteúdo. Nesse caso, não há corpo no retorno, mas os cabeçalhos podem ter alguma utilidade. 

206 – Partial Content: esse código é retornado quando o cabeçalho Range é enviado pelo cliente solicitando apenas parte de um recurso. É útil nos casos em que é necessário fazer um download fracionado de um ou mais recursos. 

Mensagens de redirecionamento 

300 – Multiple Choices: esse status indica que existe mais de uma possível resposta para a requisição, cabendo ao agente do usuário escolher entre elas.  

301 – Moved Permanently: indica que o recurso solicitado foi movido permanentemente para uma nova URL. Geralmente, retorna a nova URL no cabeçalho da resposta no item Location. 

302 Found: indica que o recurso solicitado foi alocado, temporariamente, em uma URL diferente. 

Respostas de erro do cliente 

400 – Bad Request: a requisição não pode ser processada devido a algum erro no cliente. Pode ser causado por uma sintaxe incorreta, cookies inválidos ou cache DNS não sincronizado. 

401 – Unauthorized: a requisição precisa de autenticação para ser completada. Ocorre quando o cliente deve se autenticar para obter a resposta solicitada e não realiza essa etapa corretamente. 

403 – Forbidden: o servidor entendeu a solicitação, mas não pode autorizá-la. Semelhante ao status 401, este indica uma recusa na autorização da requisição mesmo com as credenciais válidas. Geralmente, a causa desse status está relacionada com limitações de permissão do usuário como, por exemplo, tentar acessar um recurso de edição com uma permissão de visualização. 

404 – Not Found: indica que a requisição falhou porque o servidor não conseguiu localizar o recurso solicitado. Esse erro está associado a URLs digitadas incorretamente, problemas de armazenamento em cache e propagação de domínio incompleta. Pode ser causado também por uma remoção, temporária ou permanente, do recurso no lado do servidor.  

405 – Method Not Allowed: indica que o método HTTP da requisição é reconhecido pelo servidor, porém, não está disponível para o recurso solicitado. 

Respostas de erro do servidor 

500 – Internal Server Error: ocorreu um erro inesperado no servidor e a requisição não pode ser atendida no momento. 

501 – Not Implemented: o método HTTP da requisição não é reconhecido pelo servidor. Esse erro é o oposto do status 405, no qual, o método é reconhecido pelo servidor, mas não está disponível para o recurso solicitado.  

502 – Bad Gateway: o servidor, ao atuar como um gateway ou proxy, recebeu uma resposta inválida do servidor upstream e não pode atender a requisição. 

503 – Service Unavailable: o servidor está indisponível no momento. Esse erro indica um problema temporário no lado do servidor, ocorrendo devido a manutenções ou sobrecargas. 

Esses são os códigos mais conhecidos e usados no dia a dia. Além deles, muitos outros códigos existem e podem ser retornados em uma requisição. Para conferir uma lista completa dos status code existentes, clique aqui para visualizar a documentação no MDN Web Docs. 

Conclusão 

Os Status Code são essenciais para monitorar e controlar a troca de informações na web, oferecendo transparência e eficiência na comunicação entre clientes e servidores. Cada código carrega consigo uma mensagem específica, indicando desde respostas informativas até erros críticos, seja do lado do cliente ou do servidor.  

Compreender esses códigos é crucial para garantir a manutenção de sistemas e aplicações, permitindo diagnósticos rápidos e correções assertivas em eventuais falhas. Embora alguns códigos sejam mais comuns no dia a dia, há uma vasta gama de status que podem ser encontrados em diferentes cenários. Assim, conhecer e entender os Status Code é vital para o sucesso na gestão e desenvolvimento de aplicações conectadas à internet. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.