O que é programação estruturada?

No vasto universo do desenvolvimento de software, compreender os diferentes paradigmas de programação é crucial para qualquer profissional da área. Entre eles, a programação estruturada se destaca como um dos pilares que moldaram a forma como construímos sistemas. Mas o que exatamente ela significa e por que é tão relevante até hoje?

Neste texto, vamos entender o que é esse paradigma, como ele surgiu, quais são suas principais características e estruturas, e por que ele ainda é fundamental no aprendizado e, na prática da programação.

1 – O que é programação estruturada?

A programação estruturada é um paradigma de programação que preconiza a criação de programas organizados e de fácil entendimento, utilizando um conjunto limitado de estruturas de controle de fluxo. Ela surgiu como uma resposta aos desafios da programação não estruturada, que resultava em códigos complexos e difíceis de manter, popularmente conhecidos como “código espaguete”.

O objetivo principal da programação estruturada é simplificar o processo de desenvolvimento e depuração, promovendo a clareza e a modularidade do código. Em vez de saltos incondicionais (como o GOTO), ela incentiva o uso de construções bem definidas.

A programação estruturada parte da ideia central de que podemos desenvolver qualquer software, por mais complexo que ele seja, utilizando apenas três estruturas fundamentais de controle de fluxo.

  • Sequência: o sistema executa as instruções em ordem linear, uma após a outra. Essa é a forma mais básica de organizar um código, onde o sistema lê e processa cada comando na sequência em que ele aparece.
  • Seleção (ou Condição): permite que o programa execute diferentes blocos de código com base em uma condição. As estruturas mais comuns são o if/else (se/senão) e o switch/case (escolha/caso). Isso dá ao programa a capacidade de tomar decisões.
  • Iteração (ou Repetição/Loop): permite executar um bloco de código repetidamente enquanto uma condição for verdadeira ou por um número específico de vezes. Exemplos incluem for (para), while (enquanto) e do-while (faça-enquanto). Essas estruturas são essenciais para automatizar tarefas repetitivas.

Linguagens tradicionais como C, Pascal, Fortran, e ALGOL, por exemplo, adotam amplamente o paradigma da programação estruturada. Além delas, atualmente, muitas linguagens modernas como JavaScript, Python, PHP e outras também incorporam os princípios desse paradigma.

Em suma, a programação estruturada defende que a combinação dessas três estruturas básicas é suficiente para construir algoritmos eficientes, claros e fáceis de manter, independentemente da complexidade do problema.

2 – Quando esse paradigma de programação surgiu?

A programação estruturada ganhou força na década de 1960, impulsionada principalmente pelos trabalhos do cientista da computação Edsger W. Dijkstra. Na época, o desenvolvimento de software enfrentava uma crise de produtividade e qualidade. Os programas eram escritos de forma caótica, com muitos saltos GOTO que dificultavam o rastreamento do fluxo de execução e a identificação de erros. Desse modo, a manutenção e a expansão dos sistemas tornava-se um verdadeiro pesadelo.

Dijkstra, em seu famoso artigo “Go To Statement Considered Harmful” (Declaração Go To Considerada Prejudicial) de 1968, criticou severamente o uso indiscriminado do GOTO, argumentando que ele levava a programas “espalhafatosos” e ininteligíveis. Sua proposta era justamente a utilização das três estruturas de controle que mencionamos: sequência, seleção e iteração.

Assim, o surgimento da programação estruturada representou um avanço significativo para a engenharia de software, promovendo a modularidade, legibilidade e manutenibilidade do código. Ao dividir o programa em blocos menores e mais gerenciáveis (como funções e procedimentos), tornou-se mais fácil para os desenvolvedores entenderem, testarem e corrigirem partes específicas do sistema sem afetar o todo.

3 – Exemplo de programação estruturada

Com a finalidade de ilustrar os conceitos da programação estruturada, vamos analisar um exemplo simples de código que verifica se um número é par ou ímpar. Observe que, para fins didáticos, desenvolvemos esse código em três linguagens diferentes: JavaScript, Python e Java.

Ademais, note em cada linguagem utilizada, como a modularização das funções e o uso das estruturas de controle de fluxo acontecem na prática.

JSPythonC++

// Função para verificar se o número é par ou ímpar 
function verificarParOuImpar(numero) {

    // Utiliza uma estrutura condicional (if/else) para determinar a paridade
    if (numero % 2 === 0) {
        return "O número é par.";
    } else {
        return "O número é ímpar.";
    }
}

// Função principal para executar o programa 
function main() {
    var entradaValida = false;

    // Loop de repetição (while) para obter uma entrada numérica válida do usuário
    while (!entradaValida) {
        var numero = prompt("Digite um número inteiro: ");
        // Verifica se o valor inserido é de fato um número
        if (!isNaN(numero)) {
            entradaValida = true;
        } else {
            console.log("Por favor, digite um número válido.");
        }
    }

    // Invoca a função que checa a paridade do número (fluxo sequencial)
    console.log(verificarParOuImpar(numero));
}

// Inicia a execução do programa chamando a função principal (fluxo sequencial)
main();

# Função para verificar se o número é par ou ímpar
def verificar_par_ou_impar(numero):
    
    # Aplica uma condição (if/else) para checar se o número é par
    if numero % 2 == 0:
        return "O número é par."
    else:
        return "O número é ímpar."

# Função principal para executar o programa
def main():
    entrada_valida = False

    # Itera (loop while) até que o usuário forneça um número inteiro válido
    while not entrada_valida:
        numero_str = input("Digite um número inteiro: ")
        # Confere se a entrada fornecida é um número
        if numero_str.isdigit() or (numero_str.startswith('-') and numero_str[1:].isdigit()):
            numero = int(numero_str)
            entrada_valida = True
        else:
            print("Por favor, digite um número válido.")

    # Aciona a função que determina se o número é par ou ímpar (execução sequencial)
    print(verificar_par_ou_impar(numero))

# Garante que a função principal seja chamada ao executar o script
if __name__ == "__main__":
    main()

#include <iostream>
#include <string>  
#include <limits>   

// Função para verificar se o número é par ou ímpar
std::string verificarParOuImpar(int numero) {
    // Implementação de uma estrutura condicional (if/else) para validação
    if (numero % 2 == 0) {
        return "O número é par.";
    } else {
        return "O número é ímpar.";
    }
}

// Função principal para executar o programa
int main() {
    bool entradaValida = false;
    int numero = 0; // Inicializa a variável para ser usada no escopo

    // Estrutura de repetição (while) para garantir uma entrada numérica correta
    while (!entradaValida) {
        std::cout << "Digite um número inteiro: ";
        // Tenta ler um número inteiro
        if (std::cin >> numero) {
            entradaValida = true;
        } else {
            std::cout << "Por favor, digite um número válido." << std::endl;
            // Limpa o estado de erro do cin e descarta o restante da linha de entrada
            std::cin.clear();
            std::cin.ignore(std::numeric_limits::max(), '\n');
        }
    }

    // Chama a função que verifica a paridade do número (fluxo de execução)
    std::cout << verificarParOuImpar(numero) << std::endl;

    return 0; // Indica que o programa terminou com sucesso
}

Nestes exemplos, podemos observar claramente os princípios da Programação Estruturada aplicados na prática:

  • Modularidade: nas três linguagens que utilizamos em nosso exemplo, o código é dividido em duas funções, cada uma delas com sua responsabilidade específica.
    • verificarParOuImpar: função para verificar se o número é par ou ímpar.
    • main: função principal para executar o programa.
  • Estruturas de Controle: utilizamos if/else para tomar decisões (verificar par/ímpar e validar a entrada) e um while para repetir a solicitação de entrada até que um número válido seja fornecido.
  • Sequência: observe em todos os códigos que, tanto a organização das instruções dentro de cada função e as suas respectivas chamadas ocorrem em uma ordem lógica e sequencial.

Apesar de novos paradigmas terem surgido, como a programação orientada a objetos, a programação estruturada continua sendo a base para a escrita de código legível, eficiente e fácil de manter. Portanto, entender seus conceitos é fundamental para qualquer desenvolvedor que busca construir sistemas robustos e de alta qualidade.

Conclusão

A programação estruturada representou um divisor de águas na história do desenvolvimento de software, ao propor uma abordagem mais clara, lógica e modular para a construção de programas.

Mesmo que outros paradigmas tenham surgido, como a programação orientada a objetos e programação funcional, por exemplo, os princípios da programação estruturada continuam sendo amplamente utilizados e valorizados.

Por fim, podemos compreender que dominar a programação estruturada é um passo essencial para qualquer desenvolvedor, pois ela fornece a base para escrever códigos mais organizados, legíveis e fáceis de manter — qualidades indispensáveis na criação de sistemas robustos e duradouros.

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Como manter a segurança na internet?

Em um mundo cada vez mais conectado, onde a tecnologia permeia cada aspecto de nossas vidas, a segurança na internet se tornou um dos temas mais importantes da atualidade. Nossas informações pessoais, financeiras e profissionais estão constantemente transitando por redes e dispositivos, tornando-nos alvos potenciais para ataques cibernéticos.

Mas o que significa, de fato, “manter a segurança na internet”? Muito mais do que apenas criar senhas complexas, a segurança na internet envolve um conjunto de hábitos, ferramentas e conhecimentos que, juntos, formam uma barreira robusta contra as ameaças digitais.

Neste artigo, vamos explorar os principais pilares da segurança digital e apresentar boas práticas que podem (e devem) ser adotadas por qualquer pessoa — seja você um profissional de TI, estudante da área ou alguém que procura simplesmente navegar com mais tranquilidade.

1. O alicerce da segurança na internet: senhas fortes e únicas

Não há como falar de segurança na internet sem começar pelas senhas. Elas são, literalmente, as chaves que protegem nossas contas e informações de acessos indevidos. Subestimar a importância das senhas é uma das maiores vulnerabilidades que muitos de nós criamos.

Para proteger nossa privacidade na internet, o primeiro passo é criar senhas fortes. Para isso, elas devem atender a alguns requisitos fundamentais:

  • Crie senhas longas: uma senha deve ter, no mínimo, 8 caracteres. Mas o ideal é que ela seja ainda mais longa. Quanto mais caracteres, mais tempo e recursos são necessários para quebrá-la em um ataque de força bruta.
  • Combine números, letras e caracteres especiais: jamais utilize padrões óbvios como “123456” ou “abcdef”. A força de uma senha reside na combinação aleatória de letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais (como !, @, #, $, %, etc.). Pense em frases longas e fáceis de memorizar, mas difíceis de adivinhar.
  • Nada de senhas óbvias: datas de nascimento (a sua ou de pessoas próximas), nomes de parentes, nomes de animais de estimação, nome do time de futebol que você torce. Essas informações e quaisquer outras de cunho pessoal podem ser facilmente encontradas em suas redes sociais e na internet em geral. Assim, esse tipo de senha pode servir como uma porta de entrada para invasores. Seja criativo na hora de criar suas senhas e evite dados que possam ser facilmente associados a você.

2. Comportamentos que fortalecem sua segurança na internet

Criar senhas fortes é o primeiro passo, mas a segurança na internet vai além disso e exige a adoção de vários comportamentos conscientes. Ignorar esses comportamentos e não os adotar em seu dia a dia pode anular todo o seu esforço inicial de criar senhas fortes.

  • A regra de ouro: senhas únicas para cada serviço: reutilizar a mesma senha em diversas plataformas é um erro grave. Você já parou para pensar que, ao repetir sempre a mesma senha em todos os lugares, basta que apenas uma de suas contas seja comprometida e o invasor terá acesso a todas as outras onde você usa a mesma credencial? Invista na criação de senhas diferentes para cada serviço que você usa.
  • Não anote suas senhas: anotar suas senhas em papéis, blocos de anotações ou arquivos de texto não protegidos é extremamente perigoso. Se essas anotações, físicas ou virtuais, caírem em mãos erradas, sua privacidade estará comprometida. Procure utilizar mecanismos confiáveis de gerenciamento de senhas para não precisar recorrer às anotações.
  • Atualize suas senhas periodicamente: vazamentos de dados são uma realidade e podem acontecer a qualquer momento, para qualquer empresa. Mesmo que as empresas que armazenam nossos dados tomem as melhores medidas e usem os melhores recursos e ferramentas de segurança digital, ainda assim suas informações podem ser expostas. Por isso, crie o hábito de atualizar suas senhas regularmente, pelo menos uma vez ao ano para serviços comuns e com mais frequência para serviços críticos como seu e-mail principal e suas contas bancárias.

3. Camadas extras de proteção: medidas adicionais de segurança

A sofisticação dos ataques cibernéticos é cada vez maior e para nos proteger precisamos ir além do básico. Integrar medidas adicionais de segurança ao seu dia a dia é crucial para impedir a ação de criminosos digitais:

  • Utilize gerenciadores de senhas: com a quantidade de serviços digitais que utilizamos hoje em dia, memorizar senhas únicas para cada um é praticamente impossível. Nesse contexto, os gerenciadores de senhas são importantes ferramentas que armazenam suas credenciais de forma criptografada e segura. Isso lhe permite criar senhas complexas e únicas para cada serviço sem a necessidade de memorizá-las. Muitos desses serviços oferecem versões gratuitas e são compatíveis com diversos dispositivos.
  • Configure a autenticação multifator (MFA): a autenticação multifator (MFA) adiciona uma poderosa camada extra de proteção aos seus serviços digitais. Mesmo que sua senha seja descoberta por um invasor, ele ainda precisará superar um segundo fator de autenticação para acessar sua conta. Isso pode ser um código enviado por SMS, e-mail, aplicativo autenticador (como Google Authenticator ou Microsoft Authenticator) ou até mesmo sua impressão digital. Ative a MFA sempre que disponível, pois esta é uma das medidas mais eficazes para prevenir acessos indevidos.
  • Mantenha seus softwares atualizados: as atualizações de software, seja do seu sistema operacional (Windows, macOS, Android, iOS) ou de seus aplicativos, não trazem apenas novas funcionalidades. Elas corrigem vulnerabilidades de segurança que poderiam ser exploradas por invasores. Por isso, mantenha seus dispositivos e softwares sempre atualizados.

4 – Comportamentos extras para aumentar a segurança na internet

Além das medidas adicionais de segurança que podemos adotar em nossos dispositivos e sistemas, há também alguns comportamentos simples que podemos adotar para aumentar nossa segurança na internet:

  • Desconfie sempre: essa é uma regra fundamental. Jamais forneça suas senhas ou códigos de autenticação a terceiros, independentemente da justificativa ou do meio de comunicação utilizado (telefone, e-mail, WhatsApp, redes sociais). Empresas e instituições legítimas nunca solicitarão suas credenciais de acesso dessa forma. Desconfie de mensagens ou ligações suspeitas e, se necessário, procure as autoridades competentes.
  • Evite usar redes Wi-fi públicas: redes públicas, como as oferecidas em shoppings, cafés e aeroportos, são muito práticas, mas também muito perigosas. Geralmente, essas redes não possuem uma boa proteção e podem ser um alvo fácil para criminosos que tentam interceptar seus dados. Não as utilize para acessar informações sensíveis, como dados bancários ou e-mails importantes. Prefira utilizar sua conexão 4G/5G. Porém, se precisar utilizá-las, opte por uma VPN (Rede Privada Virtual), que cria uma conexão criptografada e segura, dificultando a interceptação das suas informações.
  • Não clique em links e anexos suspeitos: sempre desconfie de links ou anexos recebidos por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens, especialmente se a mensagem for alarmista ou pedir para você tomar uma atitude urgente. Clicar em links maliciosos ou baixar anexos infectados pode instalar programas espiões no seu dispositivo ou direcioná-lo para páginas falsas que roubam suas informações de login. Verifique sempre o remetente e o conteúdo antes de clicar e, em caso de dúvida, entre em contato, por meio de um canal oficial, diretamente com a empresa ou pessoa que supostamente lhe enviou a mensagem.

Conclusão

Manter a segurança na internet é um processo contínuo que envolve a criação de senhas fortes, a adoção de comportamentos seguros e o uso dos recursos tecnológicos de segurança disponíveis. É dessa forma que você deixa de ser uma presa fácil para invasores e constrói uma verdadeira muralha contra ameaças cibernéticas, podendo usufruir dos benefícios da internet de forma segura e tranquila.

Lembre-se: suas informações pessoais são valiosas e proteger seus dados é proteger a si mesmo. Por isso, invista na sua segurança digital e proteja sua privacidade em um mundo cada vez mais conectado.

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O que é Python?

Considerada uma das linguagens mais populares e poderosas da atualidade, o Python vem conquistando tanto iniciantes quanto profissionais experientes por sua simplicidade, versatilidade e ampla gama de aplicações.

Mas o que exatamente torna o Python tão especial? Por que ele é recomendado como primeira linguagem para quem está começando, e ao mesmo tempo é utilizado em grandes projetos de empresas como Google, Netflix e NASA?

Neste artigo, vamos explorar o que é Python, suas principais características, onde e como surgiu, como instalá-lo no seu computador e, por fim, veremos um exemplo prático que demonstra como a linguagem funciona.

Se você está dando os primeiros passos no mundo da programação ou simplesmente quer entender por que o essa lingaugem é tão popular, este guia é para você. Vamos começar?

1- O que é Python?

Python é uma linguagem de programação de alto nível, interpretada, de propósito geral e multiparadigma. Mas o que isso significa na prática?

  • Alto Nível: isso quer dizer que Python se aproxima mais da linguagem humana do que da máquina, tornando-o mais fácil de ler e escrever.
  • Interpretada: ao contrário de linguagens compiladas (como C++ ou Java), o código Python é executado linha por linha por um interpretador, sem a necessidade de um processo de compilação prévia. Isso agiliza o desenvolvimento e a depuração.
  • Propósito Geral: Python não é uma linguagem restrita a uma área específica. Ela pode ser utilizada no desenvolvimento web, inteligência artificial, ciência de dados, automação, jogos, finanças e muito mais.
  • Multiparadigma: Suporta diferentes estilos de programação, incluindo programação orientada a objetos (POO), programação funcional e programação imperativa.

Python é uma linguagem que possui sintaxe simples e intuitiva, projetada para ser fácil de ler e escrever. São essas características que a tornam ideal tanto para iniciantes quanto para desenvolvedores experientes.

Além disso, sua vasta quantidade de bibliotecas disponíveis fazem dela uma escolha sólida para uma ampla gama de aplicações, desde simples scripts de análises de dados até sistemas complexos de automação de tarefas.

1.1 – Principais características do Python

Além das caracterísitcas apresentadas acima, o Python possui outras que ajudaram a linguagem a se popularizar na comunidade de desenvolvimento:

  • Tipagem dinâmica: não é necessário declarar o tipo das variáveis. A definição dos tipos ocorre em tempo de execução do código.
  • Portabilidade: códigos Python podem ser executados em diferentes sistemas operacionais (Windows, Linux, macOS), exigindo pouca ou nenhuma modificação. Escreva uma vez, execute em qualquer lugar.
  • Sintaxe simples e legível: a sintaxe de Python é extermamente limpa e intuitiva, assemelhando-se ao inglês. Isso facilita a criação, o entendimento e a manutenção do código no longo prazo.
  • Grande Biblioteca Padrão e Ecossistema Rico: o Python fornece uma vasta coleção de módulos e pacotes pré-construídos que permitem realizar uma infinidade de tarefas sem “reinventar a roda”. Além disso, o ecossistema é complementado por milhares de bibliotecas de terceiros (como pandas para análise de dados, requests para requisições HTTP, Django e Flask para desenvolvimento web, e TensorFlow para aprendizado de máquina).
  • Comunidade Ativa e Abrangente: Há uma comunidade global massiva de desenvolvedores Python. Isso significa que você sempre encontrará suporte, documentação detalhada, tutoriais e uma infinidade de recursos para ajudar no seu aprendizado e na solução de problemas.

2 – Onde e como o Python surgiu?

Python foi criado, no final dos anos 1908, por Guido van Rossum, um programador holandês. Sua primeira versão oficial (0.9.0) foi lançada em 1991. A ideia de Guido era desenvolver uma linguagem que fosse tão poderosa quanto o C, mas que possuísse uma sintaxe mais simples e encorajasse a adoção de boas práticas de programação.

O nome Python não veio do animal, mas sim do grupo britânico de comédia Monty Python’s Flying Circus, do qual Guido era fã.Ele resolveu homenagear o grupo nomeando sua linguagem dessa forma.

Desde seu lançamento, o Python evoluiu muito e se tornou uma das linguagens mais dominantes no cenário tecnológico global.

3 – Como instalar o Python

Instalar o Python é um processo relativamente simples, mas varia um pouco dependendo do seu sistema operacional. Abaixo veremos os passos básicos para os principais sistemas operacionais:

3.1 – Windows

No Windows você pode utilizar um executável para instalar o Python na sua máquina:

  1. Acesse a página oficial de downloads aqui.
  2. Selecione a versão recomendada para seu Windows e faça seu download.
  3. Execute o instalador e não esqueça de marcar a opção “Add Python to PATH” antes de continuar. Essa etapa é muito importante, pois, criará de forma automática uma variável de ambiente para a linguagem.
  4. Clique em Install Now e aguarde a conclusão.
  5. Verificação: Abra o Prompt de Comando do Windows. Para isso pressione Win + R, ou abra o menu iniciar, digite cmd e pressione Enter. No cmd digite python --version ou py --version. Com isso, você visualizará a versão do Python instalada em seu computador.

3.2 – Linux (Debian/Ubuntu)

A maioria das distribuições Linux já vem com o Python instalado por padrão, não havendo necessidade executar os passos a seguir. Porém, se a sua distribuição Linux não vier com a linguagem instalada por padrão, basta executar os comandos abaixo no seu terminal:

sudo apt update
sudo apt install python3

Para verificar a versão do Python instalada no seu Linux, abra o Terminal e digite python3 --version.

3.3 – macOS

No macOs a forma mais prática de instalar o Python é através do gerenciador de pacotes Homebrew. Se você não o tem, instale-o com:

/bin/bash -c "$(curl -fsSL https://raw.githubusercontent.com/Homebrew/install/HEAD/install.sh)"

Após instalar o Homebrew, instale Python com o seguinte comando:

brew install python

Para verificar a versão instalada, abra o Terminal e digite python3 --version.

3.4 – Escolhendo uma IDE

Seja qual for seu sistema operacional, assim que concluída a instalação do Python, você precisará de uma IDE para escrever seus códigos de forma eficiente. Eu particularmente, já trabalhei e gosto de duas IDEs para Python: o Visual Studio Code e o PyCharm. Fica a seu critério escolher uma dessas duas IDEs ou outra que seja do seu gosto para começar a codar.

4 – Usando o Python na prática

Depois de instalar o Python, chegou a hora de escrevermos nosso primeiro código. Vamos criar um pequeno script que solicita o nome do usuário e calcula a sua idade com base no ano de nascimento informada:

nome = input("Digite seu nome: ")
ano_nascimento = int(input("Digite seu ano de nascimento: "))
ano_atual = 2025

idade = ano_atual - ano_nascimento

print(f"Olá, {nome}! Pelos meus cálculos, agora em {ano_atual}, você tem {idade} anos.")

Esse pequeno script já introduz conceitos importantes da linguagem, como:

  • Leitura de entrada com input()
  • Conversão de tipos (int)
  • Operações matemáticas
  • Uso de variáveis e interpolação de strings com f-strings

Salve esse arquivo com um nome como calcula_idade.py. Independente do nome que você escolher, o importante é que o arquivo possua a extensão.py. Agora, no seu terminal, acesse o diretório onde salvou o arquivo e execute-o com o comando:

python calcula_idade.py

O script irá solicitar seu nome e ano de nascimento e lhe dará um retorno semelhante a esse aqui:

Conclusão

O Python é uma linguagem acessível, poderosa e extremamente versátil. Sua sintaxe clara facilita o aprendizado e permite que o programador foque mais na lógica do problema e menos nos detalhes técnicos da linguagem. Por isso, essa linguagem tem sido a porta de entrada de muitos estudantes no mundo da programação e também uma ferramenta indispensável para profissionais experientes de diversas áreas.

Ao longo deste artigo, conhecemos o que é Python, suas principais características, onde surgiu, como instalar no seu computador e vimos um pequeno exemplo de uso. Agora, o próximo passo é com você: explore, experimente e continue aprendendo. O Python tem um ecossistema riquíssimo e uma comunidade ativa que com certeza te ajudará a evoluir rapidamente.

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O que é Docker?

Com a crescente demanda por soluções ágeis, escaláveis e portáteis no desenvolvimento de software, o Docker tem se destacado como uma poderosa ferramenta que revolucionou a maneira como aplicações são construídas, distribuídas e executadas.

Baseado na ideia de automatizar a implantação de aplicações por meio de contêineres, o Docker tem ganhado popularidade e notoriedade na comunidade de desenvolvimento devido a sua versatilidade, agilidade e eficiência.

Mas afinal, o que é Docker, para que ele serve e como funciona na prática? Neste artigo, você encontrará a resposta para cada uma dessas perguntas. Vamos começar?

1 – O que é Docker e para que serve?

O Docker é uma plataforma de código aberto que permite automatizar o empacotamento, a distribuição e a execução de aplicações em containers. Um container é uma unidade leve, portátil e autossuficiente que contém tudo o que uma aplicação precisa para funcionar: código, bibliotecas, dependências, variáveis de ambiente e arquivos de configuração.

Diferente das tradicionais máquinas virtuais, que emulam sistemas operacionais inteiros, os containers compartilham o núcleo (kernel) do sistema operacional do host, sendo muito mais leves e rápidos.

O Docker permite criar ambientes isolados que garantem que uma aplicação funcione da mesma forma em qualquer lugar — seja em um ambiente de desenvolvimento, em servidores de teste ou em ambientes de produção.

Em suma, o Docker serve para:

  • Facilitar a criação de ambientes consistentes para desenvolvimento, testes e produção;
  • Simplificar o processo de distribuição e implantação de software;
  • Isolar aplicações e serviços;
  • Aumentar a escalabilidade e a portabilidade dos sistemas.

1.1 – Principais características do Docker

As principais características dessa ferramenta incluem:

  • Portabilidade: um container pode ser executado em qualquer lugar que tenha o Docker instalado (Windows, Linux, macOS, servidores em nuvem, etc.).
  • Leveza: os containers utilizam menos recursos que máquinas virtuais, pois compartilham o mesmo kernel do sistema operacional.
  • Isolamento: cada container roda de forma isolada, evitando conflitos entre aplicações e versões de bibliotecas.
  • Rapidez na inicialização: containers iniciam quase instantaneamente.
  • Reprodutibilidade: através dos arquivos Dockerfile, é possível versionar e reproduzir exatamente o mesmo ambiente em diferentes máquinas.
  • Escalabilidade: a integração com ferramentas como Kubernetes, o que agiliza e facilita a escalabilidade de aplicações em ambientes distribuídos.

2 – Como surgiu o Docker?

A ideia de isolamento de processos e contêineres não é nova, existindo conceitos similares há décadas, desde os antigos sistemas Unix (como LXC). No entanto, o Docker popularizou e simplificou significativamente o uso de contêineres, tornando-os acessíveis a um público muito mais amplo.

No ano de 2010, o Docker nasceu, originalmente, para uso interno da empresa de plataforma como serviço (PaaS) DotCloud (que posteriormente mudou seu nome para Docker Inc.), fundada por Solomon Hykes na França.

Foi em março de 2013 que o Docker foi lançado ao público como um projeto de código aberto. Sua facilidade de uso, a vasta comunidade que se formou ao redor e a solução eficaz para os desafios de implantação rapidamente impulsionaram sua adoção em todo o mundo.

A visão por trás do Docker era fornecer uma maneira padronizada e portátil de empacotar e executar aplicações, independentemente da infraestrutura subjacente. Essa abordagem resolveu muitos dos problemas enfrentados por desenvolvedores e equipes de operações, como inconsistências de ambiente, dificuldades de implantação e lentidão no ciclo de desenvolvimento.

3 – Como instalar o Docker?

A instalação do Docker varia conforme o sistema operacional. Abaixo, vamos ver os passos básicos de instalação para os principais sistemas:

3.1 – Windows e macOS

  1. Acesse o site oficial clicando aqui.
  2. Baixe a versão Docker Desktop para o seu sistema.
  3. Siga as etapas do assistente de instalação.
  4. Após instalado, abra o Docker Desktop e aguarde a inicialização do serviço.

3.2 Linux (exemplo para sistemas Ubuntu):

No terminal do Linux, execute os seguintes comandos.

sudo apt update
sudo apt install docker.io -y
sudo systemctl enable docker
sudo systemctl start docker

Com os passos acima, você conseguirá instalar o Docker de forma rápida e fácil em sistemas operacionais Linux. Mas, caso seja necessário, na página oficial do Docker, neste link aqui, você encontra tutoriais mais detalhados, inclusive para outras distribuições Linux além do Ubuntu.

4 – Utilizando o Docker na prática

Para melhorar seu entendimento de Docker vamos elaborar um exemplo simples e prático que lhe ajudará a compreender o funcionamento da ferramenta. Para começar, vamos verificar a versão instalada em seu sistema, executando o comando abaixo no terminal:

docker --version

Esse comando irá retornar a versão instalada em seu sistema, confirmando que as etapas executadas no item anterior foram bem sucedidas.

Agora vamos executar um servidor web (por exemplo, Nginx), com o seguinte comando:

docker run -d -p 8080:80 nginx

Acesse http://localhost:8080 e você verá a página padrão do Nginx rodando em um container.

4.1 – Criando uma aplicação Node.js

Para este exemplo vamos criar uma simples aplicação em Node.js que apresentará uma simples mensagem na tela do usuário. A estrutura do nosso projeto será a seguinte::

meu-app-node/
├── app.js
├── package.json
└── Dockerfile

Vamos criar o arquivo app.js:

const express = require('express');
const app = express();
const port = 3000;

app.get('/', (req, res) => {
  res.send('Olá, esta é uma aplicação Node.js rodando em um container Docker!');
});

app.listen(port, () => {
  console.log(`Servidor rodando em http://localhost:${port}`);
});

O próximo arquivo que criaremos é o package.json:

{
  "name": "meu-app-node",
  "version": "1.0.0",
  "main": "app.js",
  "scripts": {
    "start": "node app.js"
  },
  "dependencies": {
    "express": "^4.18.2"
  }
}

Por fim, vamos criar nosso Dockerfile:

# Usa uma imagem oficial do Node.js
FROM node:18

# Cria diretório da aplicação
WORKDIR /app

# Copia arquivos para o container
COPY package*.json ./
RUN npm install

COPY . .

# Expõe a porta 3000
EXPOSE 3000

# Comando para iniciar a aplicação
CMD ["npm", "start"]

4.2 – Executando o container

No seu terminal, navegue até a pasta onde estão os arquivos do seu projeto Node.js e execute o seguinte comando para construir a imagem Docker:

docker build -t meu-app-node .

Agora, vamos executar o container:

docker run -d -p 3000:3000 meu-app-node

Abra seu navegador web e acesse http://localhost:3000

Ao acessar esse endereço você visualizará essa mensagem na tela: “Olá, esta é uma aplicação Node.js rodando em um container Docker!”

Veja como é simples executar uma aplicação Node.js a partir de um container Docker. E o mais interessante de tudo, é que podemos usufruir dos recursos oferecidos pelo Docker para praticamente qualquer linguagem ou tipo de aplicação, mostrando a versatilidade dessa ferramenta e o grande número de possibilidades que temos com ela.

Conclusão

O Docker é uma ferramenta poderosa que transformou o modo como desenvolvedores e equipes de operações criam, testam e implantam aplicações. Com ele, é possível garantir ambientes consistentes, escaláveis e eficientes, otimizando processos de desenvolvimento e entrega contínua.

Se você ainda não experimentou, vale a pena começar — o Docker pode ser um divisor de águas no seu fluxo de trabalho, aumentando a sua produtividade e a qualidade de suas entregas.

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O que é um paradigma de programação?

Os paradigmas de programação representam diferentes estilos ou abordagens para escrever e organizar código. Cada paradigma define um modelo conceitual que influencia diretamente como problemas são analisados, como soluções são projetadas e como o software é implementado e mantido. Compreender esses paradigmas é essencial para todo desenvolvedor que deseja escrever código mais eficiente, legível e sustentável.

Neste artigo, vamos explorar os principais paradigmas de programação, suas características, exemplos e quando aplicá-los. Começamos com uma base conceitual.

1 – O que é um paradigma de programação?

Para entendermos o conceito de paradigma de programação, devemos primeiramente compreender o significado da palavra paradigma.  O termo “paradigma” vem do grego paradeigma, que significa modelo ou exemplo. De acordo com o dicionário Priberam, a palavra paradigma pode ser definida como: “Algo que serve de exemplo geral ou de modelo.” 

No contexto da computação, um paradigma de programação é um modelo conceitual que determina a forma de escrever códigos. Eles fornecem diretrizes sobre como estruturar algoritmos, organizar dados e controlar o fluxo de execução.

Linguagens de programação podem seguir um único paradigma (como Haskell, voltada exclusivamente ao paradigma funcional) ou ser multiparadigma, combinando diferentes abordagens (como Python e JavaScript, que suportam paradigmas imperativo, orientado a objetos e funcional).

2. Principais Paradigmas de Programação

Ao longo da evolução da computação, diversos paradigmas foram desenvolvidos para atender a diferentes demandas e contextos. A seguir, vamos conhecer os principais:

2.1 Programação imperativa

A programação imperativa é uma das formas mais tradicionais de programar. Nesse paradigma, o código é escrito como uma sequência de instruções que alteram o estado do sistema. É como dar ordens ao computador: determinando passo a passo, quais comandos ele deve executar e em qual ordem.

Características:

  • Foco em como resolver o problema.
  • Uso explícito de variáveis, laços e estruturas de controle.
  • Controle detalhado do fluxo de execução.

Exemplos de linguagens: C, C++, Java, Python, JavaScript, PHP.

2.2 Programação declarativa

A programação declarativa é conhecida como o oposto da imperativa. Nesse paradigma, o foco recai sobre o que deve ser feito, e não em como deve ser feito. Assim, o programador descreve ao computador a sequência lógica a executar e o resultado que se espera alcançar, sem determinar o fluxo de controle. O sistema se encarrega de executar as ações necessárias para alcançar esse resultado.

Portanto, na programação declarativa, as instruções possuem uma abordagem mais generalista e não detalham exatamente cada etapa da execução.

Características:

  • Abstrai o controle do fluxo de execução.
  • Minimiza efeitos colaterais.
  • Ideal para tarefas onde regras e resultados são mais importantes que o processo.

Exemplos: SQL, HTML, CSS, XML, Prolog.

2.3 Programação estruturada

Derivada do paradigma imperativo, a programação estruturada introduz boas práticas como a divisão do código em blocos lógicos (modularização do software) e está fundamentada no uso de estruturas básicas de controle de fluxo: sequências, decisões e repetições.

Na programação estruturada, entende-se que para resolver um problema de forma eficiente, ele deve ser quebrado em partes menores (subprogramas ou módulos). Cada uma dessas partes será responsável por resolver uma determinada fração do problema maior. Esse é o conceito de modularização de software, onde todo programa é composto por um conjunto de programas menores interconectados, chamados de módulos ou subprogramas. 

Os softwares construídos com esse paradigma usam as seguintes estruturas de controle de fluxo: 

Sequências: as instruções são escritas na sequência em que serão executadas.  

Decisões/condições: blocos de código são executados somente quando determinadas condições são cumpridas. Usa-se estruturas como IF – ELSE e SWITCH – CASE. 

Repetições: blocos de código são executados várias vezes até que uma condição seja cumprida. Usa-se estruturas como FOR, WHILE e Recursividade. 

Características:

  • Redução de código espaguete.
  • Organização por funções e blocos.
  • Uso de estruturas como if/else, switch, for, while.

Exemplos: C, C++, C#, Java, Python, PHP.

2.4 Programação procedural

Também derivada do paradigma imperativo, a programação procedural agrupa as instruções em procedimentos (também chamados de funções, métodos ou sub-rotinas). Cada procedimento realiza uma tarefa específica, promovendo modularização e reutilização de código. Esses procedimentos devem ser acionados sequencialmente, durante a execução do software.

Características:

  • Organização baseada em chamadas de funções.
  • Separação de responsabilidades.
  • Facilidade de manutenção e testes.

Exemplos: C, C++, PHP, Python, Go.

2.5 Programação orientada a objetos (POO)

A programação orientada a objetos também deriva da programação imperativa. É o paradigma mais difundido e usado na atualidade. A POO modela o software com base em objetos do mundo real. A ideia central é replicar o mundo real através de códigos que usam classes e objetos para representar tudo aquilo que existe. 

As classes são os modelos que representam coisas reais. Já os objetos são instâncias dessas classes, que encapsulam dados (atributos) e comportamentos (métodos). Esse paradigma favorece a reutilização, escalabilidade e organização do código.

Características:

  • Encapsulamento, herança, polimorfismo e abstração.
  • Interação entre objetos para compor o comportamento do sistema.
  • Facilita a modelagem de domínios complexos.

Exemplos: Java, C++, C#, Python, Ruby, PHP.

2.6 Programação funcional

Baseada em conceitos matemáticos, a programação funcional trata funções como cidadãos de primeira classe. Ela evita estados mutáveis e prioriza funções puras — que sempre produzem o mesmo resultado para os mesmos argumentos.

Características:

  • Imutabilidade e ausência de efeitos colaterais.
  • Uso intensivo de funções e composição.
  • Paradigma adequado para concorrência e paralelismo.

Exemplos: Haskell, Elixir, Scala, JavaScript (parcialmente), Kotlin (parcialmente).

2.7 Programação lógica

A programação lógica também deriva da programação declarativa. Ela está baseada no uso de regras e lógica formal para resolução de problemas. O programador declara fatos e regras, e o motor de inferência da linguagem deduz as conclusões.

Características:

  • Usa lógica de predicados para inferir respostas.
  • Muito usada em inteligência artificial e sistemas especialistas.

Exemplo: Prolog.

2.8 Programação reativa

Também derivada da programação declarativa, a programação reativa possui foco na construção de sistemas orientados a eventos e fluxo de dados assíncronos. É ideal para aplicações que exigem respostas imediatas a mudanças de estado, como interfaces gráficas e aplicações em tempo real.

Características:

  • Fluxos de dados e propagação de mudanças.
  • Combina bem com programação funcional e orientada a eventos.

Exemplos: RxJS, Reactor (Java), Angular (RxJS), Kotlin Flow.

3. Qual o melhor paradigma de programação?

Depois de ler este artigo, talvez você esteja se perguntando qual o melhor paradigma de programação? E a resposta é: depende. Nenhum paradigma é universalmente melhor, tudo depende do contexto. A escolha do paradigma ideal inclui fatores como:

  • A natureza do problema.
  • Requisitos de desempenho e manutenção.
  • Equipe envolvida e conhecimento técnico.
  • Linguagens e tecnologias adotadas pela organização.

Na prática, muitos projetos adotam uma abordagem híbrida, usando múltiplos paradigmas conforme a necessidade. É comum, por exemplo, combinar POO com técnicas funcionais em linguagens modernas como Python, Kotlin ou JavaScript.

Portanto, cabe aos profissionais de desenvolvimento entender os conceitos básicos de cada paradigma e usá-los de acordo com as suas necessidades.

Conclusão

Conhecer os paradigmas de programação é essencial para desenvolver software de maneira mais eficaz. Eles moldam a maneira como pensamos e resolvemos problemas computacionais.

Ao dominar diferentes paradigmas, o desenvolvedor ganha flexibilidade, capacidade analítica e autonomia para escolher a melhor abordagem para cada desafio. Lembre-se: aprender novos paradigmas amplia sua visão como desenvolvedor e contribui para um código mais limpo, sustentável e adaptável.

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O que é Node.js?

Com o crescimento constante do desenvolvimento web e a necessidade de aplicações cada vez mais rápidas e escaláveis, surgiram diversas soluções para otimizar o back-end das aplicações. E uma das tecnologias que mais se destacou nesse cenário é o Node.js.

Este ambiente de execução JavaScript permite que desenvolvedores utilizem uma linguagem bastante popular no front-end também no lado do servidor, tornando o desenvolvimento full-stack mais acessível e eficiente.

Neste texto, exploraremos o que é o Node.js, suas principais características, sua origem, como instalá-lo e um exemplo prático para demonstrar seu funcionamento. Vamos lá?

1 – O que é Node.js?

Node.js é um ambiente de execução JavaScript, de código aberto, multiplataforma e do tipo server-side (que é executado do lado do servidor). Ele permite rodar códigos JavaScript fora do navegador web, permitindo usar essa linguagem na criação de diversos tipos de aplicações que vão além de páginas web.

O Node.js é construído sobre o motor JavaScript do Google Chrome, conhecido como “motor V8”, responsável por interpretar código JS de forma extremamente rápida. Na prática, o Node.js pega o motor JavaScript do Google Chrome e o “empacota” para que ele possa ser usado para executar código JS em qualquer lugar, não apenas no seu browser.

Assim, é possível utilizar o Node.js para desenvolver aplicações escaláveis e de alto desempenho, como APIs, servidores web, automações e até mesmo aplicações desktop com frameworks como o Electron.

Diferente de muitas outras linguagens server-side, o Node.js é orientado a eventos e utiliza um modelo assíncrono baseado em callbacks e promises. Isso torna-o muito eficiente para aplicações que exigem alta escalabilidade e I/O intensivo.

1.1 – Principais características

Baseado no Motor V8: como mencionado anteriormente, o coração do Node.js é o motor V8, conhecido por sua alta performance e velocidade na execução de código JavaScript. Isso o torna uma ferramenta altamente eficiente para o desenvolvimento de aplicações web.

Arquitetura Orientada a Eventos e Não Bloqueante (I/O Não Bloqueante): essa é uma das características mais marcantes e poderosas do Node.js. Em vez de esperar que uma operação demorada (como ler um arquivo ou acessar um banco de dados) termine antes de continuar o processamento, o Node.js utiliza um sistema de “funções de callbacks”. Esse sistema de callback permite que o servidor continue processando outras requisições enquanto espera o término de requisições anteriores, tornando-o altamente escalável e capaz de lidar com muitas conexões simultâneas.

Single-Threaded (com Event Loop): apesar de ser single-threaded (usar apenas uma linha de execução principal), o Node.js consegue lidar com concorrência de forma eficiente graças ao seu “event loop”. Esse loop fica constantemente verificando se alguma operação não bloqueante terminou e, em caso afirmativo, executa o callback associado.

Grande Ecossistema de Pacotes (npm): o Node.js possui o gerenciador de pacotes npm (Node Package Manager), o maior ecossistema de bibliotecas e ferramentas de código aberto do mundo. Com o npm, você pode facilmente encontrar e instalar pacotes para praticamente qualquer necessidade, desde frameworks web até utilitários para manipulação de arquivos. Isso acelera muito o desenvolvimento.

JavaScript em Todos os Lugares: uma das grandes vantagens do Node.js é a possibilidade de usar a mesma linguagem (JavaScript) tanto no front-end (navegador) quanto no back-end (servidor). Isso facilita o desenvolvimento full-stack, melhora a comunicação entre as equipes e permite o reaproveitamento de código.

Escalabilidade: devido à sua arquitetura não bloqueante, o Node.js é altamente escalável e adequado para aplicações que precisam lidar com múltiplas conexões simultâneas e alto tráfego.

2 – Como surgiu o Node.js?

A história do Node.js começa com Ryan Dahl, um engenheiro de software que trabalhava no desenvolvimento do Google Chrome. Ele estava frustrado com as limitações dos servidores web tradicionais, especialmente em relação ao gerenciamento de conexões simultâneas.

Dahl percebeu que os servidores web da época (como o Apache) eram ineficientes em operações de I/O, como leitura de arquivos ou acesso ao banco de dados. Em 2009, durante a JSConf EU, ele apresentou o Node.js como uma alternativa. A ideia principal era usar o motor V8 do Chrome, reconhecido por sua alta velocidade e eficiência, para construir um ambiente de execução JavaScript eficiente para o lado do servidor, adotando um modelo assíncrono e baseado em eventos, que traz mais leveza e performance às aplicações.

Alguns dos fatores que contribuíram para o surgimento e sucesso desta ferramenta foram:

  • A popularidade crescente do JavaScript: na época, o JavaScript já era a linguagem dominante no front-end, e a possibilidade de usá-la no back-end abriu novas possibilidades para os desenvolvedores.
  • A necessidade de aplicações web mais escaláveis e em tempo real: aplicações como chats, jogos online e dashboards em tempo real precisavam de tecnologias que pudessem lidar com muitas conexões simultâneas de forma eficiente. O modelo não bloqueante do Node.js se encaixou perfeitamente nessa necessidade.
  • A insatisfação com os modelos de programação tradicionais: muitos desenvolvedores achavam os modelos de programação baseados em threads (comuns em outras linguagens de servidor) complexos e propensos a problemas de concorrência. O modelo orientado a eventos do Node.js ofereceu uma alternativa mais simples e intuitiva.

Desde sua criação, o Node.js cresceu exponencialmente e se tornou uma das tecnologias mais populares e utilizadas no desenvolvimento web. Ele é utilizado para construir desde APIs e microsserviços até aplicações web completas e ferramentas de linha de comando.

3 – Como instalar o Node.js

Instalar o Node.js é um processo simples e fácil. Veja abaixo um passo a passo de como instalá-lo:

3.1 – Acesse o site oficial

  • Vá para: https://nodejs.org
  • Baixe a versão LTS (Long Term Support), compatível com o seu sistema operacional.

3.2 – Instalação do Node.js

  • No Windows, execute o instalador e siga os passos padrão (próximo, próximo… concluir).
  • No Linux, execute os comandos via terminal para instalar os recursos.
  • Observação: durante a instalação, o gerenciador de pacotes Node Package Manager (npm) também será instalado automaticamente.

3.3 – Verifique a instalação

Abra o terminal ou prompt de comando e digite:

node -v
npm -v

Esses comandos exibirão, respectivamente, as versões instaladas do Node.js e do NPM, confirmando que tudo está funcionando corretamente.

4. Criando um exemplo prático

Agora, com o Node.js e o npm instalados, vamos criar um simples servidor HTTP. Quando acessado, esse servidor responderá ao usuário a data e hora atual do sistema.

4.1 – Criação do código

Crie um novo arquivo onde você irá inserir o código abaixo e salve-o com o nome server.js:

// Importa o módulo 'http' para criar o servidor
const http = require('http');

// Define a porta em que o servidor vai escutar as requisições
const porta = 3000;

// Cria o servidor
const servidor = http.createServer((req, res) => {
  // Define o cabeçalho da resposta para indicar que o conteúdo é texto plano
  res.writeHead(200, { 'Content-Type': 'text/plain' });

  // Obtém a data e hora atuais
  const agora = new Date();

  // Envia a data e hora atuais como resposta
  res.end(`A data e a hora atuais são: ${agora}`);
});

// Inicia o servidor e o faz escutar na porta definida
servidor.listen(porta, () => {
  console.log(`Servidor rodando em http://localhost:${porta}/`);
});

4.2 – Execute o servidor

No terminal, vá até o diretório onde está o server.js e execute:

node server.js

Após executar o comando acima, você receberá essa mensagem em seu navegador: Servidor rodando em http://localhost:3000/

Agora, abra seu navegador e acesse: http://localhost:3000

Ao acessar o link acima, você verá na sua tela uma mensagem informando a data e hora atuais do seu computador.

Conclusão

O Node.js se consolidou como uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento de aplicações modernas e escaláveis. Sua arquitetura não bloqueante, combinada com a popularidade do JavaScript e um vasto ecossistema de pacotes, torna-o ideal para criar desde simples servidores até sistemas complexos baseados em arquitetura de microsserviços.

Dominar essa ferramenta é um passo importante para qualquer desenvolvedor que deseje trabalhar com tecnologias atuais e de alto desempenho no back-end. O exemplo apresentado neste texto é apenas o começo — explorar mais profundamente essa plataforma certamente abrirá novas possibilidades e aprimorará suas habilidades como programador.

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O que é segurança da informação?

A informação é um dos ativos mais valiosos no mundo contemporâneo. Tanto usuários individuais quanto organizações possuem uma quantidade crescente de dados e informações que precisam ser mantidas em segurança. 

A segurança da informação é a área do conhecimento que trata das questões de segurança dos ambientes onde dados e informações são criados, processados e armazenados. E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, essa área não se restringe apenas as informações disponíveis em meios digitais, mas também contempla as informações existentes em ambientes físicos.

Neste artigo, vamos conhecer o que é segurança da informação, seus principais pilares, bem como vamos ver algumas ameaças de segurança e boas práticas que podemos adotar.

1 – O que é segurança da informação?

Segurança da informação é um conjunto de práticas, políticas e tecnologias usadas para proteger informações — sejam elas digitais ou físicas — contra acessos não autorizados, alterações indevidas, perdas, vazamentos ou destruição.

Em outras palavras, trata-se de garantir que os dados estejam seguros, corretos e acessíveis apenas por quem deve acessá-los, no momento certo.

Para entender melhor o conceito de segurança da informação, imagine um cofre com muitos documentos valiosos. A segurança da informação é a área que garante através de diversas técnicas, ferramentas e métodos que apenas pessoas autorizadas possam abrir o cofre, bem como garante que o conteúdo dele não seja alterado sem permissão e que esteja disponível sempre que for necessário.

Mas porque a segurança da informação é importante?

Analise comigo: hoje, praticamente tudo depende de informações: empresas, governos, sistemas de saúde, escolas, redes sociais, entre outros. Um simples vazamento de dados em qualquer um desses sistemas pode causar prejuízos financeiros, danos à reputação e riscos à privacidade.

Além disso, com o crescimento do uso da internet, redes e dispositivos conectados (como celulares e computadores), aumentam também os riscos com invasões de hackers, infecção por malwares, falhas humanas ou técnicas que podem comprometer a segurança de nossas informações.

2 – Pilares de segurança da informação

Para proteger nossos dados em um mundo cada vez mais digitalizado, a área de segurança da informação se baseia em três princípios fundamentais — conhecidos como Tríade CIA:

  1. Confidencialidade (Confidentiality): garante que as informações serão acessadas somente pelo seu proprietário ou pelos usuários por ele autorizados. Por exemplo: sua senha de banco deve ser conhecida apenas por você, enquanto uma planilha com contatos comerciais deve ser acessada somente pelos vendedores de uma empresa.
  2. Integridade (Integrity): garante que, as informações terão suas propriedades originais preservadas, sem sofrer nenhum tipo de perda ou alteração, acidentais ou não autorizadas. Por exemplo: um contrato eletrônico não pode ser modificado sem que as partes autorizem.
  3. Disponibilidade (Availability): garante que as informações estarão acessíveis e prontas para uso sempre que o proprietário quiser utilizá-las. Por exemplo: o sistema de um hospital precisa estar disponível 24 horas para atender emergências.

A confidencialidade, a integridade e a disponibilidade constituem os pilares fundamentais da segurança da informação. Sempre que estivermos criando novos sistemas, dando manutenção ou fazendo melhorias em nossos sistemas atuais, devemos planejar cada uma de nossas ações tendo em vista o atendimento desses requisitos.

2.1 – Pilares de segurança complementares

Porém, é válido ressaltar que, a bibliografia da área de segurança da informação tem sido, frequentemente, atualizada e expandida. Atualmente, já são apontados outros fatores complementares para garantir a segurança de nossas informações: 

  1. Autenticidade: toda informação gerada deve possuir um registro de sua autoria, bem como todas as alterações realizadas após a sua criação também devem ser devidamente registradas.
  2. Irretratabilidade: também chamada de não-repúdio, essa propriedade exige que o sistema possua mecanismos que não permitam que o autor da informação negue a autoria da informação. Certificados digitais e assinaturas eletrônicas são exemplos desses mecanismos.
  3. Legalidade: toda informação gerada e todos os procedimentos adotados em relação a ela, devem estar em conformidade com a legislação vigente. Atualmente, no Brasil, a legislação mais importante sobre esse assunto, é a Lei N° 13.709, de 14 de agosto de 2018, conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)

3 – Principais ameaças à segurança da informação

A segurança da informação precisa lidar com diversos tipos de ameaças, que podem surgir tanto de fora quanto de dentro de uma organização. Veja alguns dos principais riscos:

1. Malwares (vírus, worms, ransomware): são programas maliciosos criados para invadir, danificar ou roubar dados. Um dos exemplos mais perigosos é o ransomware, que sequestra arquivos e exige pagamento para liberá-los.

2. Phishing: técnica usada para enganar pessoas e obter informações confidenciais, como senhas e dados bancários. Normalmente acontece por e-mails ou mensagens falsas que imitam empresas reais.

3. Ataques de hackers (ciberataques): são invasores que exploram falhas em sistemas ou redes para roubar dados, espionar, causar prejuízo ou paralisar serviços.

4. Falhas humanas: erros simples como usar senhas fracas, clicar em links suspeitos ou deixar documentos sensíveis desprotegidos podem comprometer a segurança.

5. Ameaças internas: funcionários ou parceiros com acesso indevido a informações podem, intencionalmente ou por descuido, causar vazamentos ou alterações indesejadas.

4 – Boas práticas de segurança

Independentemente de ser um profissional da área de TI ou um simples usuário, todos podemos contribuir para proteger a informação. Em seguida, vamos ver algumas boas práticas de segurança da informação recomendadas:

  • Use senhas fortes e únicas: misture letras, números e símbolos. Evite usar datas ou nomes fáceis de adivinhar.
  • Ative a autenticação em dois fatores (2FA): um passo extra que protege mesmo que a senha seja descoberta.
  • Mantenha sistemas atualizados: atualizações corrigem falhas de segurança.
  • Evite clicar em links desconhecidos: verifique o remetente e o conteúdo antes de clicar.
  • Realize backups regularmente: isso garante recuperação em caso de perda ou ataque.
  • Treine usuários e colaboradores: a conscientização é essencial para reduzir erros e ataques de engenharia social.

Conclusão

Segurança da informação vai muito além de apenas proteger computadores e dispositivos. Antes de tudo, trata-se de proteger pessoas, negócios e a sociedade como um todo em um mundo cada vez mais digital.

Desde criar uma senha forte e segura até proteger sistemas complexos em grandes empresas, tudo faz parte de um esforço coletivo para manter os dados seguros.

Investir em segurança da informação não é apenas uma escolha técnica: é uma necessidade estratégica para garantir confiança, continuidade e integridade em tudo o que envolve dados.

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O que é DevOps?

Em um cenário cada vez mais dinâmico e competitivo, empresas de tecnologia precisam entregar software com mais rapidez, qualidade e segurança. Nesse contexto, a cultura DevOps surge como uma resposta eficiente, promovendo integração entre equipes, automação de processos e melhoria contínua.

Mais do que uma prática técnica, o DevOps representa uma mudança de mentalidade, onde desenvolvimento e operações deixam de atuar de forma isolada para colaborar ativamente em todas as etapas do ciclo de vida de uma aplicação.

Neste artigo, vamos conhecer o que é DevOps, suas principais características e como colocá-lo em prática. Vamos começar?

1 – O que é DevOps?

DevOps é um conjunto de práticas que busca integrar as equipes de desenvolvimento de software (Dev) e operações de TI (Ops), com o objetivo de que trabalhem juntas de forma mais eficiente e colaborativa durante todo o ciclo de vida de um software, desde a concepção até a operação e manutenção. Em vez de equipes separadas, o DevOps promove uma mentalidade de responsabilidade compartilhada e comunicação contínua.

Mais do que ferramentas e processos, o DevOps é uma mudança cultural dentro das empresas de tecnologia — onde as barreiras entre desenvolvimento e operações são quebradas, promovendo integração, automação e melhoria contínua.

A cultura DevOps é uma abordagem que melhora a colaboração entre equipes, acelera o ciclo de entrega de software, aumenta a qualidade dos sistemas e garante maior confiabilidade nas aplicações.

1.1 – Principais características da cultura DevOps

Colaboração e comunicação entre equipes: este é o cerne do DevOps. As equipes de desenvolvimento e operações trabalham juntas desde o planejamento até a entrega e manutenção do software. Isso significa trabalho colaborativo, comunicação aberta, feedback constante, um senso de pertencimento a um objetivo comum e o compartilhamento de informações, objetivos e responsabilidades.

Automação de processos: a cultura DevOps proporciona a automação de tarefas repetitivas e manuais como testes, integração, deploy e monitoramento. A automação acelera os processos, reduz erros e libera as equipes para se concentrarem em tarefas mais estratégicas.

– Integração Contínua (CI) e Entrega Contínua (CD): o objetivo é entregar software de forma rápida, frequente e confiável. Isso é alcançado através de uma pipeline de integração e entrega contínua (CI/CD) responsável por automatizar as etapas de construção, testes e implantação do software.

– Infraestrutura como Código (IaC): a infraestrutura de TI (servidores, redes, armazenamento, etc.) é gerenciada e provisionada usando código, da mesma forma que o software. Isso permite versionamento, automação e repetibilidade na criação e gerenciamento da infraestrutura.

– Monitoramento e feedback contínuo: o monitoramento constante do desempenho de software e infraestrutura é essencial para identificar problemas rapidamente e garantir a estabilidade do sistema. O feedback obtido do monitoramento e das experiências dos usuários serve como fomento para melhorar continuamente o software e os processos.

Responsabilidade compartilhada: todos são responsáveis pelo sucesso do software — da qualidade do código à estabilidade em produção.

Cultura de aprendizado e experimentação: o DevOps incentiva uma cultura onde as equipes se sentem seguras para experimentar, aprender com os erros e implementar melhorias contínuas. A análise de falhas é vista como uma oportunidade de aprendizado, e não de culpabilização de integrantes da equipe.

2 – Como aplicar a cultura DevOps na prática

A aplicação da cultura DevOps traz diversos benefícios para empresa e departamentos de tecnologia da informação, dentre os quais podemos citar: entregas mais rápidas e frequentes; menor taxa de falhas em produção; maior estabilidade e performance dos sistemas; melhor alinhamento entre negócio e tecnologia; ambiente de trabalho mais colaborativo.

A complexidade de implementação da cultura DevOps está diretamente relacionada com fatores como tamanho da empresa ou departamento, nível de maturidade dos processos, experiências prévias da equipe, abertura para mudanças, entre outros.

2.1 – Etapas da implementação

O processo de implementação é composto pelas etapas a seguir:

1 – Comece pela Cultura

– A tecnologia é um facilitador, mas a mudança cultural é fundamental. Invista em treinamento e conscientização para que as equipes entendam os princípios do DevOps e se sintam engajadas na mudança.

2 – Promova a colaboração

– Integre as equipes de Dev e Ops em squads distintas.

– Use ferramentas de comunicação eficientes (como Slack, Teams, Jira, etc.).

– Realize cerimônias conjuntas (como daily meetings, retrospectives e plannings).

3- Implemente CI/CD

– Use ferramentas de CI/CD como Jenkins, GitHub Actions, GitLab CI, CircleCI, Azure DevOps, etc.

– Identifique as tarefas manuais e repetitivas que podem ser automatizadas. Comece com a automação de processos básicos de build, testes e deploy e, progressivamente, avance para os mais complexos.

4 – Automatize infraestrutura (IaC)

– Utilize ferramentas como Terraform, Ansible, ou AWS CloudFormation para criar e gerenciar infraestruturas de forma automatizada e versionada.

5 – Monitore tudo

– Utilize ferramentas como Prometheus, Grafana, New Relic ou Datadog para monitorar em tempo real o desempenho de serviços e aplicações. Também configure alertas para detectar problemas rapidamente.

6 – Adote práticas de observabilidade

– Centralize logs (ex: ELK Stack), use dashboards e métricas para entender o comportamento da aplicação.

7 – Fomente a cultura de aprendizado:

– Realize post-mortems sem culpabilizar ninguém.

– Compartilhe boas práticas e incentive sua aplicação pela equipe.

– Crie um ciclo de feedback. Estabeleça canais para coletar feedback dos usuários e das equipes de operações. Use esse feedback para melhorar continuamente o software e os processos.

8 – Mensure o Progresso

– Defina métricas para acompanhar o sucesso da sua implementação de DevOps. Isso pode incluir a frequência de implantações, o tempo de resposta a incidentes, a taxa de erros e a satisfação do cliente.

Conclusão

A adoção da cultura DevOps vai além da simples aplicação de ferramentas — ela requer transformação organizacional, comprometimento das equipes e uma postura contínua de aprendizado e adaptação.

Ao unir pessoas, processos e tecnologia em torno de um objetivo comum, o DevOps impulsiona a inovação, aumenta a qualidade das entregas e promove ambientes de trabalho mais integrados e eficientes.

Empresas que investem na implementação da cultura DevOps estão mais preparadas para responder rapidamente às mudanças do mercado e entregar valor real aos seus clientes.

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O que é TypeScript?

O JavaScript é uma linguagem essencial para o desenvolvimento web moderno, porém, quando o projeto cresce, surgem desafios relacionados à escalabilidade e manutenibilidade do código. Foi nesse contexto que o TypeScript surgiu como uma poderosa ferramenta complementar.

Neste artigo, você vai entender o que é TypeScript, porque ele foi criado, quais são seus principais recursos e verá um exemplo prático de como utilizá-lo na construção de um contador de cliques. Se você já conhece JavaScript, prepare-se para dar um passo adiante na robustez do seu código!

1 – O que é TypeScript?

TypeScript é um superset do JavaScript. Um “superset” (ou superconjunto) é uma linguagem de programação que estende as funcionalidades de uma linguagem base, adicionando novas características sem alterar a funcionalidade original da linguagem base.

Na prática, isso significa que todo código JavaScript válido também é código TypeScript válido. Sendo um superset, o TypeScript adiciona algumas funcionalidades extras ao JavaScript que veremos a seguir:

  • Tipagem Estática Opcional: Permite definir explicitamente os tipos de dados (como string, number, boolean, etc.) para variáveis, parâmetros de funções, retornos de funções e objetos. Essa tipagem é opcional, o que significa que você pode escolher quando e onde usá-la.
  • Interfaces: Permitem definir contratos para a estrutura de objetos, especificando quais propriedades e métodos um objeto deve ter.
  • Classes: Embora o JavaScript tenha classes desde o ECMAScript 2015, o TypeScript oferece um suporte mais robusto e familiar para quem vem de linguagens orientadas a objetos.
  • Enums (Enumerações): Permitem definir um conjunto de constantes nomeadas, tornando o código mais legível e manutenível.
  • Namespaces: Fornecem uma maneira de organizar o código e evitar conflitos de nomes em aplicações grandes.
  • Generics: Permitem escrever código reutilizável que pode trabalhar com diferentes tipos sem perder a segurança de tipo.
  • Ferramentas de Desenvolvimento: O TypeScript vem com um compilador (tsc) que verifica o código em busca de erros de tipo e o transpila para JavaScript. Ele também oferece um Language Service que melhora a experiência de desenvolvimento em editores de código com recursos como autocompletar, navegação de código e refatoração.

Em resumo, o TypeScript visa tornar o desenvolvimento JavaScript mais robusto, escalável e fácil de manter, especialmente para projetos grandes e complexos, através da adição de recursos como a tipagem estática e outros mais avançados.

2 – Como o TypeScript surgiu?

O TypeScript foi criado e é mantido pela Microsoft. Seu surgimento está diretamente ligado aos desafios enfrentados no desenvolvimento de aplicações JavaScript de grande escala.

No início dos anos 2010, o JavaScript estava se tornando cada vez mais popular para o desenvolvimento de aplicações web complexas. No entanto, sua natureza dinâmica e sem tipagem de dados, apresentava alguns problemas significativos:

  • Dificuldade em detectar erros precocemente: Erros de tipo só eram descobertos em tempo de execução, o que poderia levar a bugs inesperados em produção.
  • Manutenção complexa: Em projetos grandes, a falta de tipagem tornava difícil entender a estrutura do código e realizar refatorações com segurança.
  • Escalabilidade limitada: A ausência de ferramentas robustas para organização e modularização dificultava o desenvolvimento de aplicações muito grandes.
  • Experiência de desenvolvimento menos produtiva: A falta de informações de tipo dificultava o uso de recursos avançados de IDEs, como autocompletar e verificação de erros em tempo real.

Diante desses desafios, a Microsoft identificou a necessidade de criar uma linguagem que pudesse aproveitar a flexibilidade e o vasto ecossistema do JavaScript, ao mesmo tempo em que adicionava recursos para melhorar a produtividade e a qualidade do código em projetos maiores.

Anders Hejlsberg, um renomado engenheiro de software da Microsoft, liderou o desenvolvimento do TypeScript. O objetivo não era criar uma linguagem do zero, mas sim adicionar tipagem estática ao JavaScript, para uso imediato, especialmente, pelos times de desenvolvimento do TFS e Office.

A primeira versão pública do TypeScript foi lançada em outubro de 2012. Desde então, a linguagem vem ganhado uma enorme popularidade na comunidade de desenvolvimento web, sendo adotada em projetos de todos os tamanhos, desde pequenas bibliotecas até grandes aplicações empresariais. Sua compatibilidade com o JavaScript, a adoção de tipagem estática e outros recursos avançados foram fatores-chave para o seu sucesso.

3 – Exemplo prático com TypeScript

Assim como fiz no artigo sobre O que é JavaScript?, vamos ver um exemplo prático com TypeScript para reforçar nosso entendimento sobre o assunto.

O TypeScript é utilizado em conjunto com o HTML e o CSS para construção de páginas e aplicações web. Cada linguagem possui uma função específica:

– HTML: linguagem de marcação responsável pela estrutura das páginas e aplicações, definindo cabeçalhos, títulos, parágrafos e outros elementos.

– CSS: linguagem de folha de estilos responsável pela personalização do layout da página, definindo cores, fontes, posição dos elementos, entre outros atributos.

– TypeScript: linguagem de programação responsável pela interação da página, definindo ações ao clicar em botões, digitar textos em campos de input, entre outros.

Para nosso exemplo, iremos criar um contador de cliques igual do artigo O que é JavaScript? Vamos utilizar HTML, CSS e TypeScript no lugar de JavaScript neste exemplo.

Sugestão do autor: para um melhor entendimento das diferenças entre o JavaScript e o TypeScript, recomendo que você analise atenciosamente os códigos dos dois artigos. Lembre-se que se trata do mesmo exemplo, um contador de cliques, mudando apenas a linguagem utilizada em sua construção.

3.1 – Criando os arquivos e configurando o ambiente

Para nosso contador de cliques, vamos criar três arquivos: index.html, styles.css e counter.ts. Observe a estrutura abaixo:

Além de criar os arquivos acima, certifique-se de que você tem o TypeScript instalado em seu sistema operacional. Caso você ainda não tiver o TypeScript instalado, acesse esse link e siga as orientações.

Lembre-se que todo código TypeScript precisa ser transpilado para JavaScript. Por isso, antes de instalar o TypeScript, certifique-se que você possui em sua máquina, o Node JS e um gerenciador de dependências como o npm ou yarn. Se precisar de ajuda para instalar o Node e o gerenciador de dependências, consulte esse link aqui.

3.2 – Criando os códigos

Após criar os arquivos acima e instalar o Node, um gerenciador de dependências e o TypeScript, vamos criar os códigos, começando pelo arquivo index.html:

<!DOCTYPE html>

<html lang="pt-BR">

    <head>
        <meta charset="UTF-8">
        <meta name="viewport" content="width=device-width, initial-scale=1.0">
        <link rel="stylesheet" type="text/css" href="./css/styles.css">
        <script defer type="text/javascript" src="./scripts/counter.js"></script>
        <title>Contador com TypeScript</title>
    </head>

    <body>
        <div class="container">
            <div class="titulo">
                <h1>Contador: <span id="counter">0</span></h1>
            </div>
            <div class="botoes">
                <button id="increment">+</button>
                <button id="decrement">-</button>
            </div>
        </div>
    </body>
</html>

Em nosso código HTML, definimos no <body> um contador e dois botões: um para somar cliques e outro para subtrair os cliques. Além disso, no <head> passamos alguns metadados da página, definindo um título e referenciando dois arquivos: styles.css, onde estão os estilos da página e counter.ts, onde está a lógica de funcionamento do contador.

Agora, vamos criar o código de styles.css:

.container {
    display: flex;
    justify-content: center;
    height: 95vh;
    flex-direction: column;

}

.titulo, .botoes {
    width: 99vw;
    text-align: center;
    color: #222;
}

h1 {
    font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;
    font-size: 2.4rem;
}

#counter {
    display: inline-block;
    min-width: 60px;
    font-size: 2.2rem;
    text-align: left;
}

button {
    width: 50px;
    height: 50px;
    font-size: 1.8rem;
    font-weight: bold;
    border: none;
    border-radius: 50%;
    cursor: pointer;
    transition: 0.3s ease-in-out;
    background-color: #0068de;
    color: white;
    margin-right: 40px;
    box-shadow: 0 4px 4px rgba(0, 0, 0, 0.2);
}

button:hover {
    background-color: #0277fd;
    transform: scale(1.1);
}

button:active {
    transform: scale(0.9);
}

Repare que no código CSS acima, definimos a posição, tamanho e estilos de cada elemento da página. A aplicação do CSS leva ao resultado abaixo, com o contador centralizado na tela e os botões estilizados com visual simples e agradável:

Agora vamos criar o código de counter.ts, para configurar as ações do contador de cliques:

// Seleciona os elementos do HTML com verificação de null
const counter = document.getElementById("counter") as HTMLElement | null;
const incrementBtn = document.getElementById("increment") as HTMLButtonElement | null;
const decrementBtn = document.getElementById("decrement") as HTMLButtonElement | null;

// Variável que armazena o valor do contador
let count: number = 0;

// Função para atualizar o contador na tela
function updateCounter(): void {
  if (counter) {
    counter.textContent = count.toString();
  }
}

// Função que soma cliques ao contador 
incrementBtn?.addEventListener("click", () => {
  count++;
  updateCounter();
});

// Função que subtrai cliques no contador 
decrementBtn?.addEventListener("click", () => {
  count--;
  updateCounter();
});

O código TypeScript possui a lógica de acréscimo e subtração de valores no contador. Vamos analisar o código:

– Seleciona os elementos do documento HTML usando document.getElementById(), especificando o tipo de elemento HTML onde será o valor será capturado.

– Define uma variável count, do tipo number, para armazenar o valor do contador.

– Cria uma função updateCounter() para atualizar o valor do contador na tela.

– Adiciona duas funções de callback addEventListener() aos botões para detectar cliques e atualizar o contador.

3.3 – Executando o projeto

Agora vamos executar nosso projeto. Antes de fazer isso, precisamos observar um detalhe muito importante do TypeScript. Talvez você tenha observado em nosso documento HTML que estamos fazendo referência para um arquivo JavaScript, chamado counter.js em nosso head e não para o arquivo counter.ts

<script defer type="text/javascript" src="./scripts/counter.js"></script>

Isso acontece porque os navegadores web não executam código TypeScript. Antes de executar nosso projeto precisamos transpilar nosso código para JavaScript, gerando o arquivo counter.js. Para transpilar o código, vamos acessar a pasta scripts via terminal utilizando:

cd scripts

Em seguida, vamos executar o seguinte comando:

tsc counter.ts

Pronto, ao executar o comando acima, será gerado um arquivo chamado counter.js, que pode ser executado em qualquer navegador web.

Agora vamos abrir o arquivo index.html e obteremos o seguinte resultado:

Veja que, a linguagem TypeScript utilizada com HTML e CSS, permite criar aplicações e páginas web funcionais de forma simples e eficiente. O TypeScript representa uma nova ferramenta de desenvolvimento web que possui grande potencial de agregar novas funcionalidades e recursos aprimorados. Não deixe de estudar e explorar essa nova linguagem.

Conclusão

O TypeScript surge como uma evolução natural para quem já domina o JavaScript e busca mais segurança, organização e produtividade no desenvolvimento de aplicações web. Seu sistema de tipagem estática, junto com recursos como interfaces, enums e generics, proporciona uma experiência muito mais robusta, especialmente em projetos de grande porte.

O exemplo do contador de cliques mostrou como é simples integrar TypeScript com HTML e CSS para criar interfaces interativas e modernas. Ao dominar essa linguagem, você se prepara para encarar desafios mais complexos com mais confiança e controle sobre o seu código.

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato.

Entendendo o que é criptografia

Em um mundo cada vez mais conectado, proteger nossas informações se tornou uma prioridade. Seja ao enviar uma mensagem no WhatsApp, fazer uma compra online ou acessar uma conta bancária via aplicativo, precisamos garantir a confidencialidade de nossos dados, resguardando-os de acessos não autorizados. Para isso, há um mecanismo invisível que garante que esses dados não caiam em mãos erradas: a criptografia.

Mas afinal, o que é criptografia? E o que significam os termos criptografia simétrica e criptografia assimétrica? Neste artigo, vamos explicar esses conceitos de forma clara, com exemplos práticos para facilitar a sua compreensão. Vamos começar?

1 – O que é Criptografia?

Criptografia é a ciência de transformar informações legíveis (conhecidas como texto plano) em um formato ilegível (conhecido como texto cifrado) por meio de algoritmos matemáticos. O objetivo é garantir a confidencialidade da informação — ou seja, garantir que somente pessoas autorizadas possam entendê-la.

Quando alguém precisa acessar a informação original, ela precisa aplicar um processo inverso chamado descriptografia.

Para entender melhor o conceito de criptografia, vamos imaginar um exemplo simples: imagine que você quer enviar a mensagem “EU TE AMO”, mas quer esconder o conteúdo. Você poderia substituir cada letra por outra. Por exemplo, avançando 3 letras no alfabeto (técnica chamada de cifra de César):

  • E → H
  • U → X
  • T → W
  • E → H
  • A → D
  • M → P
  • O → R

A mensagem cifrada seria: HX WH DPR

Claro que hoje em dia utilizamos métodos muito mais avançados de encriptação de dados, mas a ideia é a mesma: transformar o significado dos dados para protegê-los.

2 – Criptografia simétrica

Na criptografia simétrica, também conhecida como criptografia de chave secreta, utiliza-se a mesma chave tanto para cifrar quanto para decifrar a mensagem. Isso significa que ambas as partes (quem envia e quem recebe) precisam compartilhar uma chave secreta comum.

2.1 – Como funciona a criptografia simétrica

  1. Geração da Chave: O remetente gera uma chave secreta e precisa compartilhá-la de forma segura com o destinatário da mensagem. Este compartilhamento seguro da chave é um ponto crítico na criptografia simétrica.
  2. Criptografia: O remetente utiliza a chave secreta para aplicar um algoritmo de criptografia aos dados originais (texto plano), transformando-os em um texto cifrado ininteligível.
  3. Transmissão: O texto cifrado é transmitido através de um canal de comunicação (que pode ser inseguro).
  4. Descriptografia: O destinatário, possuindo a mesma chave secreta, utiliza o algoritmo de descriptografia correspondente para reverter o texto cifrado ao seu formato original (texto plano).
Representação gráfica do processo de criptografia simétrica.
Fonte: o autor

A rapidez é uma das principais vantagens dos algoritmos simétricos, tornando-os adequados para criptografar grandes volumes de dados. Outra vantagem é a simplicidade, pois ao utilizar uma única chave torna-se mais simples de entender e implementar a criptografia.

Entretanto, há também algumas desvantagens na criptografia simétrica. A principal é o gerenciamento das chaves, pois, é necessário compartilhar a chave secreta de forma segura entre todos os envolvidos. Se a chave cair em mãos erradas, toda a comunicação criptografada fica comprometida. Outro ponto é que, em sistemas com muitos usuários, a escalabilidade torna-se um desafio, pois gerenciar de forma segura um grande número de chaves secretas, torna-se em uma tarefa complexa e difícil.

2.2 – Algoritmos simétricos comuns

Para criar chaves simétricas precisamos utilizar um tipo específico de algoritmo. Os mais populares são:

  • AES (Advanced Encryption Standard): Um dos algoritmos simétricos mais utilizados atualmente, considerado altamente seguro.
  • DES (Data Encryption Standard): Um algoritmo mais antigo, considerado vulnerável a ataques de força bruta devido ao seu tamanho de chave menor.
  • 3DES (Triple DES): Uma evolução do DES que aplica o algoritmo três vezes para aumentar a segurança.

3 – Criptografia assimétrica

A criptografia assimétrica, também conhecida como criptografia de chave pública, surgiu para resolver o problema da troca segura de chaves. Para isso, ela utiliza um par de chaves: uma chave pública e uma chave privada.

  • A chave pública pode ser compartilhada com qualquer pessoa.
  • A chave privada deve ser mantida em segredo pelo dono.

Na criptografia assimétrica, o que uma chave faz, pode ser desfeito somente por sua chave par. Se você criptografar uma mensagem com a chave pública de alguém, somente a chave privada correspondente pode decifrá-la.

3.1 – Como funciona a criptografia assimétrica

  1. Geração do Par de Chaves: Cada entidade (usuário, servidor, etc.) gera seu próprio par de chaves pública e privada. Essas chaves são matematicamente relacionadas, mas é computacionalmente inviável derivar a chave privada a partir da chave pública.  
  2. Criptografia (com a chave pública do destinatário): Se Alice deseja enviar uma mensagem secreta para Bob, ela utiliza a chave pública de Bob para criptografar a mensagem.
  3. Transmissão: A mensagem criptografada é enviada para Bob.
  4. Descriptografia (com a chave privada do destinatário): O destinatário recebe a mensagem e descriptografa ela com sua chave privada. É válido ressaltar que, somente a chave privada de Bob pode descriptografar a mensagem cifrada, nenhuma outra pode fazer isso.
Representação gráfica do processo de criptografia assimétrica.
Fonte: o autor

A criptografia assimétrica possui como vantagem um gerenciamento de chaves simplificado, onde não há necessidade de compartilhar uma chave secreta entre as partes. Cada um possui seu próprio par de chaves, tornando esse modelo muito mais simples em relação ao modelo simétrico. A segurança aprimorada também é uma vantagem, pois, como a chave privada nunca precisa ser transmitida, o risco de interceptação é minimizado. Além disso, chaves assimétricas também podem ser utilizadas para assinaturas digitais, permitindo verificar a autenticidade e integridade dos dados.

Como desvantagens podemos citar a complexidade computacional. Os algoritmos assimétricos geralmente são mais lentos e exigem mais poder computacional em comparação aos algoritmos simétricos. O tamanho das chaves também é um fator de atenção. Para alcançar um nível de segurança comparável aos algoritmos simétricos, as chaves assimétricas tendem a ser maiores.

3.2 – Algoritmos Assimétricos Comuns

Assim como, para criar chaves simétricas precisamos utilizar um tipo específico de algoritmo, o mesmo vale para as chaves assimétricas. Os algoritmos mais populares para isso são:

  • DSA (Digital Signature Algorithm): Um algoritmo específico para criação de assinaturas digitais.
  • RSA (Rivest–Shamir–Adleman): Um dos primeiros e mais amplamente utilizados algoritmos de chave pública.
  • ECC (Elliptic Curve Cryptography): Um algoritmo mais moderno que oferece segurança equivalente ao RSA com chaves menores, sendo mais eficiente para dispositivos com recursos limitados.

Conclusão

A criptografia é uma das principais ferramentas para garantir a segurança da informação. Seja no modelo simétrico ou assimétrico, ela permite proteger dados contra acessos não autorizados e assegurar a confidencialidade e autenticidade das comunicações.

Ao entender como funcionam esses dois modelos — e onde cada um se aplica melhor —, conseguimos valorizar as tecnologias por trás da segurança digital que usamos diariamente, muitas vezes sem nem perceber.

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato.