O que são linguagens de programação? 

No mundo cada vez mais digital em que vivemos, as linguagens de programação são recursos fundamentais para o desenvolvimento das tecnologias que utilizamos em nosso dia a dia.

De smartphones a sistemas bancários, de redes sociais a jogos eletrônicos, todo software que conhecemos nasceu através de uma ou mais linguagens de programação.

Mas afinal, o que são essas linguagens e como elas funcionam? Neste artigo, vamos explorar os fundamentos das linguagens de programação, entender suas diferentes classificações e conhecer as principais linguagens utilizadas atualmente no mercado de tecnologia. 

1 – O que é uma linguagem de programação? 

Linguagens de programação são um conjunto de regras léxicas, sintáticas e semânticas utilizadas para escrever o código fonte de softwares. São linguagens formais, semelhantes aos idiomas (linguagens naturais) que conhecemos e usamos para nos comunicar com outras pessoas, como por exemplo, inglês, português, espanhol etc.  

Porém, apesar das linguagens de programação possuírem muitas semelhanças com as linguagens naturais, elas não foram criadas para comunicação entre seres humanos. Seu propósito é ser o instrumento utilizado por programadores para transformar suas ideias em códigos que computadores e dispositivos eletrônicos podem interpretar e processar.  

Aplicativos, jogos, sites, sistemas operacionais, absolutamente todos os tipos de softwares que usamos em nosso dia a dia foram desenvolvidos através de 1 ou mais linguagens de programação.  

Existem muitas linguagens de programação disponíveis atualmente, cada uma delas com suas características e finalidades próprias. Há também diferentes formas de classificar as linguagens de programação, como veremos no tópico a seguir. 

2 – Tipos de linguagens de programação 

Existem várias formas de classificar uma linguagem de programação. Uma classificação muito popular é quanto ao seu nível de proximidade com a linguagem humana:

2.1 – Linguagens de alto nível e baixo nivel

Linguagens de alto nível: são mais próximas da linguagem humana, o que as torna mais fáceis de aprender e usar. Exemplos incluem Python, PHP, Javascript, Java e C#. Elas são ideais para o desenvolvimento de sites e aplicativos em geral. 

Linguagens de baixo nível: são mais próximas do código binário da máquina, permitindo um controle mais preciso do hardware. Exemplos incluem Assembly e C. Essas linguagens são frequentemente usadas para desenvolvimento de sistemas operacionais, drivers e software embarcado. 

2.2 – Paradigmas de programação

Outra forma de classificar as linguagens é quanto aos paradigmas de programação que ela é compatível

Imperativas: focam em “como” resolver um problema, descrevendo passo a passo o que deve ser feito. Exemplos: C, Python, Java. 

Declarativas: focam em “o que” resolver, sem especificar como deve ser feito. Essas linguagens possuem uma série de comandos prontos que são aplicados de forma lógica e sequencial. Exemplo: SQL e Prolog. 

Funcionais: baseiam-se na aplicação de funções matemáticas para resolver os problemas e evitam estados mutáveis. Exemplos: Haskell, Scala, JavaScript, PHP, TypeScript.  

Orientadas a Objetos: estruturam o código em torno de objetos que possuem atributos e métodos, replicando aquilo que existe no mundo real em códigos de computador. Exemplos: Java, C#, Python. 

2.3 – Formas de execução dos códigos

Além das classificações acima, outra forma interessante e popular, é a classificação pela forma de execução dos códigos: 

Compiladas: o código fonte é traduzido para código de máquina antes da execução. Exemplo: C, C++. 

Interpretadas: o código fonte é executado, em tempo real, linha a linha por um interpretador. Exemplo: Python, Ruby. 

Híbridas: são linguagens que combinam compilação e interpretação. Exemplos: Java e Kotlin. 

Essas são as classificações mais comuns e aceitas, sendo úteis para conhecermos as características de cada linguagem de programação e entender para qual finalidade ela melhor se aplica. 

3 – Principais linguagens de programação existentes 

Desde o início da computação moderna, em meados dos anos 1940, centenas de linguagens de programação foram criadas. Estima-se que, atualmente, exista um pouco mais de 1300 linguagens de programação. Enquanto algumas linguagens foram criadas para usos mais generalistas, outras possuem finalidades específicas e se aplicam a contextos bem definidos.  

Considerando o índice da TIOBE e a pesquisa anual do StackOverflow, apresentamos a seguir uma lista com as principais linguagens de programação utilizadas no desenvolvimento de softwares, com dados do início do ano de 2025:

3.1 – As linguagens de programação mais populares

C: é uma linguagem de programação de baixo nível e alto desempenho, conhecida por sua eficiência e controle direto sobre hardware. Amplamente utilizada para o desenvolvimento de sistemas operacionais, drivers e softwares embarcados, é a base de muitas outras linguagens modernas. 

C++: evolução do C, o C++ adiciona suporte à programação orientada a objetos, além de recursos como templates e bibliotecas padrão poderosas. É popular no desenvolvimento de jogos, sistemas operacionais e sistemas embarcados. 

C#: criada pela Microsoft, é uma linguagem moderna e orientada a objetos, amplamente usada no desenvolvimento de aplicativos para Windows, jogos com Unity e aplicações web com o framework .NET.  

Go: desenvolvida pelo Google, é uma linguagem de programação eficiente e minimalista, focada em simplicidade e desempenho. Ideal para aplicações em nuvem, sistemas distribuídos e serviços back-end, combina desempenho com um gerenciamento de memória moderno. 

Java: é uma linguagem de programação versátil e orientada a objetos, famosa por sua portabilidade graças ao lema “escreva uma vez, rode em qualquer lugar”. É amplamente usada no desenvolvimento de aplicativos corporativos, aplicativos Android e sistemas web robustos. 

JavaScript: uma das linguagens mais populares para desenvolvimento web, JavaScript permite criar interfaces dinâmicas e interativas. É essencial para front-end e, com Node.js, também pode ser usada no back-end, consolidando sua popularidade entre os desenvolvedores. 

PHP: é uma linguagem de script do tipo server-side amplamente usada para desenvolvimento web. Sua simplicidade e facilidade de integração com bancos de dados fazem dela uma boa escolha para sites dinâmicos e sistemas de gerenciamento de conteúdo. 

Python: é uma linguagem de alto nível conhecida por sua legibilidade e simplicidade. Possui uma ampla gama de bibliotecas open source e é usada em áreas como ciência de dados, inteligência artificial, automação, desenvolvimento web e ensino de programação. 

SQL: é a linguagem padrão para gerenciamento e manipulação de bancos de dados relacionais. Com seu conjunto de comandos simples e poderosos, é possível consultar, atualizar e organizar grandes volumes de dados. 

TypeScript: uma extensão do JavaScript, essa linguagem adiciona tipagem estática opcional e recursos modernos que tornam o código mais robusto e fácil de manter em longo prazo. É amplamente usada no desenvolvimento de aplicações front-end. 

Certamente, além das linguagens acima, você já deve ter ouvido falar de muitas outras como Kotlin, Delphi, Ruby, Swift, Rust, Fortran, Assembly, etc. Mas neste artigo não irei além das linguagens listadas acima, para que ele não fique excessivamente longo. Em ocasiões oportunas falarei sobre essas e muitas outras linguagens. Fique atento as postagens do blog! 

Conclusão 

Como vimos ao longo deste artigo, as linguagens de programação são instrumentos essenciais no desenvolvimento tecnológico, cada uma com suas características e propósitos específicos.  

Embora existam mais de 1300 linguagens documentadas, é importante entender que não existe uma linguagem “melhor” que outra – existe aquela mais adequada para cada tipo de projeto ou objetivo. E à medida que a tecnologia evolui, novas linguagens surgem e as existentes se atualizam.   

Por isso, é importante compreendermos que, em uma área ampla e em constante mudança como o desenvolvimento de sistemas, devemos estar, permanentemente, atentos as novas tecnologias e buscando aprofundar cada vez mais, nossos conhecimentos e habilidades nas linguagens que utilizamos no dia a dia. 

Espero que este conteúdo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações fique à vontade para entrar em contato.  

E se você quiser aprender mais sobre programação, não deixe de conferir os outros artigos que tenho aqui no site sobre esse assunto, clicando aqui

O que é LGPD?

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, conhecida como LGPD, é um marco regulatório que revolucionou a forma como os dados pessoais são tratados no Brasil. Desde sua implementação, em 2020, a LGPD tem trazido mudanças significativas para empresas e cidadãos, promovendo uma cultura de privacidade e segurança de dados no Brasil.

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre essa lei e sua importância para o nosso dia a dia. Vamos começar respondendo o que é essa lei, após vamos entender o que são dados pessoais e quais são os principais tópicos da LGPD.  

1 – O que é a LGPD? 

A LGPD, ou Lei nº 13.709/2018, é a legislação brasileira que regulamenta o tratamento de dados pessoais coletados e armazenados por empresas (públicas ou privadas), tanto em ambientes físicos quanto digitais.  

Inspirada na regulamentação europeia (GDPR), a LGPD foi sancionada em 2018, e entrou em vigor no Brasil em 18/09/2020, estabelecendo diretrizes para a coleta, armazenamento, uso, compartilhamento e eliminação de dados pessoais, visando proteger a privacidade dos cidadãos. 

2 – O que são dados pessoais? 

A LGPD define em seu texto, no artigo 5, o conceito de dados pessoais, fundamental para o entendimento desta lei.

Os dados pessoais são entendidos como aquelas informações relacionadas à pessoa identificada (nome completo, RG, CPF, etc.) ou identificável (dados de geolocalização (GPS), endereço IP, identificação de dispositivo, etc.). 

A LGPD ainda traz o conceito de dados pessoais sensíveis relacionados a aspectos como: origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação sindical ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dados genéticos ou biométrico, entre outros. 

Dados pessoais contemplam o objeto protegido pela regulamentação da LGPD e por isso é importante entender claramente o seu conceito. 

3 – Principais Tópicos da LGPD 

Os dados pertencem ao seu titular e não às empresas que os coletam, armazenam ou tratam. A LGPD trouxe a regulamentação necessária para garantir a privacidade dos indivíduos. Essa lei define as regras para o uso adequado e correto dos dados coletados e armazenados por terceiros e está baseada nos seguintes tópicos centrais: 

  1. Consentimento: o tratamento de dados deve ocorrer com o consentimento explícito do titular. 
  1. Transparência: as empresas devem ser claras sobre como e para qual finalidade os dados estão sendo coletados e utilizados. 
  1. Segurança: medidas técnicas e administrativas devem ser implementadas para proteger os dados contra vazamentos e acessos, alterações e exclusões não autorizadas. 
  1. Anonimização: é uma técnica que modifica ou remove trechos de informações que possam identificar uma pessoa. A anonimização torna as informações não associáveis a um indivíduo específico. Dados anonimizados só podem ser associados ao titular com o uso de informações adicionais mantidas separadamente e protegidas. Essa técnica é especialmente importante para reduzir riscos em casos de vazamento ou acessos indevidos, garantindo que os indivíduos não sejam identificados. 
  1. Direitos dos Titulares: os cidadãos possuem pleno direito de acessar, corrigir, excluir e transferir seus dados pessoais, bem como podem revogar o consentimento de uso e tratamento dos seus dados. 
  1. Sanções: penalidades podem ser aplicadas em caso de descumprimento da lei, incluindo a aplicação de multas. A Agência Nacional de Proteção de Dados, ANPD, é o órgão responsável por fiscalizar a aplicar eventuais penalidades por descumprimento da LGPD.  

Como é possível ver, a LGPD estabelece uma série de regras que promovem o uso responsável de informações por parte das empresas e garantem a privacidade dos indivíduos. 

A LGPD também promove a segurança jurídica ao estabelecer regras claras sobre como dados pessoais devem ser tratados, reduzindo incertezas para as empresas e proporcionando um ambiente mais estável e seguro para operações comerciais e tecnológicas. Com regras bem definidas, tanto os titulares quanto as organizações sabem quais são seus direitos e deveres, o que contribui para o fortalecimento da confiança mútua e o desenvolvimento sustentável da economia digital. 

Conclusão  

A LGPD representa um grande avanço na proteção de dados no Brasil. Ela garante direitos e obrigações claras aos titulares dos dados e para as empresas que tratam estes dados. Dessa forma, a legislação promove a privacidade e a segurança jurídica necessárias para o desenvolvimento de um ambiente econômico saudável e competitivo. 

Para os cidadãos, a LGPD significa mais controle sobre suas informações pessoais e maior segurança contra fraudes e vazamentos. Para as empresas, incentiva práticas de governança e gestão de dados, promovendo a confiança dos clientes e uma boa reputação corporativa. 

Espero que o conteúdo aqui apresentado seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações fique à vontade para entrar em contato.

O que são linguagens de marcação?

No mundo da computação, as linguagens de marcação desempenham um papel fundamental na organização e apresentação de informações em ambientes digitais. Seja navegando em páginas web, lendo documentações técnicas ou compartilhando dados entre sistemas, estamos constantemente interagindo com documentos criados por meio dessas linguagens.

Este artigo apresenta uma visão geral sobre as linguagens de marcação, abordando suas características e as principais linguagens utilizadas atualmente, permitindo compreender sua importância e suas aplicações no dia a dia. 

1 – O que é uma linguagem de marcação? 

Uma linguagem de marcação (do inglês, markup language)  é  um conjunto de códigos e anotações padronizadas que descrevem a estrutura e a forma de apresentação de um documento.  

Linguagens de marcação são utilizadas na construção de interfaces gráficas de usuário e na transferência de dados entre diferentes dispositivos.  

A ideia central desse tipo de linguagem é a marcação padronizada de dados. Isto envolve a aplicação de um conjunto de códigos e regras simples em uma sequência de dados no formato de texto-puro. O resultado é um documento, estruturalmente, padronizado que é legível por pessoas e aplicações de diferentes dispositivos e sistemas operacionais. 

2 – Onde surgiram as linguagens de marcação? 

A primeira linguagem de marcação foi a SGML (Standard Generalized Markup Language ou Linguagem Padronizada de Marcação Genérica), criada na década de 60 por pesquisadores da IBM.  

A linguagem possuía dois objetivos básicos: 

– A marcação do documento deve descrever a sua estrutura e outros atributos pertinentes, em vez de especificar o processamento a ser feito no mesmo; 

– A marcação deve ser definida rigorosamente, de forma que diferentes sistemas possam ser usados para processar o documento. 

O SGML foi um marco na história da computação. A linguagem representa o primeiro padrão estrutural para documentos, permitindo uma fácil portabilidade (transferência) destes documentos entre diferentes sistemas e dispositivos. 

Nas décadas seguintes, surgiram novas linguagens de marcação derivadas do SGML, como o HTML, lançado no final da década de 1980, e o XML lançado em 1996. Ambas as linguagens fazem parte de nosso dia a dia e no próximo tópico vamos conhecer um pouco mais a respeito delas.

3 – As linguagens de marcação existentes

Nesse tópico vamos conhecer as principais linguagens de marcação existentes na atualidade. Começando pelo HTML:

3.1 HTML

Provavelmente, a linguagem de marcação mais conhecida que existe, o HTML é essencial para a construção de páginas web e interfaces gráficas de diversas aplicações. 

HTML é a sigla para Hypertext Markup Language, ou Linguagem de Marcação de Hipertexto.  Esta linguagem define a estrutura de um documento que será exibido ao usuário final. 

Através de um conjunto de marcações chamadas de tags, é possível definir a posição, o tipo e o comportamento de diversos elementos, como títulos, parágrafos, links, caixas de seleção, botões, entre outros. 

Para um melhor entendimento do tema, vamos ver um exemplo simples de um documento HTML: 

<!DOCTYPE HTML> 
<html> 
    <head> 
        <meta charset="utf-8"> 
        <title>Exemplo HTML</title> 
    </head> 
    <body> 
        <h1>Olá mundo!</h1> 
        <p>Eu sou um documento HTML!</p> 
    </body> 
</html>

Observe que cada tag geralmente possui uma abertura e um fechamento, delimitadas pelos símbolos < > e </ >. Além disso, cada tag desempenha uma função específica dentro da estrutura do documento. 

Documentos HTML possuem a extensão .html e compõem a base da internet. Eles são indispensáveis para a construção da estrutura de páginas web e desempenham um papel crucial no funcionamento da web moderna. 

3.2 – XML

Outra linguagem de marcação amplamente conhecida e utilizada e conhecida é o XML. Diferente do HTML, o XML não possui foco em exibir dados para os usuários. Sua finalidade é descrever e padronizar a estrutura dos documentos para facilitar sua transferência entre diferentes dispositivos e sistemas.  

XML é a sigla para eXtensible Markup Language, ou Linguagem de Marcação Extensível.  Esta linguagem também utilizada o conceito de tags em suas marcações. Porém, ao contrário do HTML que possui um conjunto pré-definido de tags, o XML não conta com tags pré-definidas. Dessa forma, os usuários podem criar suas próprias tags para representar os dados que desejam manipular. 

Ainda em comparação com o HTML, o XML possui uma estrutura mais rígida quanto a abertura e fechamento de tags e quanto a identação das tags para fins hierárquicos no documento. 

Para esclarecer as diferenças entre as linguagens, vamos ver um exemplo simples de um documento XML: 

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>  
<livro>  
       <titulo>O Senhor dos Anéis</titulo> 
       <autor>J.R.R. Tolkien</autor>  
       <ano>1954</ano>  
       <genero>Fantasia</genero>  
</livro>

No exemplo acima, observamos que o documento XML utiliza tags personalizadas para descrever informações específicas, como <titulo>, <autor>, <ano> e <genero>. Cada tag representa um dado, e a indentação define a estrutura hierárquica.

Documentos XML possuem a extensão .xml e são amplamente utilizados na integração entre diferentes plataformas, permitindo um formato padrão para transmissão de dados. 

3.3 – Markdown

O Markdown é uma linguagem de marcação leve e de fácil escrita. Diferente do HTML e do XML, ela não segue regras rigorosas, sendo uma linguagem de marcação leve e fácil de escrever, que permite que muitos desenvolvedores e escritores a usem para criar textos formatados de maneira simples e intuitiva.

O Markdown é um método de formatação de texto baseado em caracteres especiais, que transformam textos simples em documentos estilizados. Diferentemente de outras linguagens de marcação, ele não utiliza tags para definir os elementos do documento. Em vez disso, emprega caracteres como por exemplo #, * e [] para identificar e estruturar os elementos. Com esta linguagem, é possível criar títulos, listas, links, imagens, tabelas, blocos de código e muito mais, sem a complexidade de linguagens como HTML ou XML. 

Para ilustrar, vejamos um exemplo básico de um documento Markdown: 

# Olá, mundo!

Eu sou um **documento Markdown**. Aqui está um exemplo de algumas das coisas que você pode fazer:

## Lista não ordenada:
- Item 1
- Item 2
- Item 3

## Lista ordenada:
1. Primeiro item
2. Segundo item
3. Terceiro item

**Texto em negrito**
*Texto em itálico*
***Texto em negrito e com itálico***

## Link:
[Acesse o meu site](https://www.thiagogaelzer.com)

Observe no exemplo acima as peculiaridades dessa linguagem. Cada elemento segue uma sintaxe específica que o diferencia. Usamos o símbolo # para criar títulos, o traço - para listas não ordenadas e números seguidos de ponto para listas ordenadas. Para destacar textos em negrito ou itálico, usamos asteriscos * ou sublinhados _.

Documentos markdown possuem extensão .md ou .markdown. São amplamente utilizados na construção de documentações técnicas (como README e CHANGELOG). Postagens de blogs e até mesmo softwares de produtividade que usamos no dia a dia, como Slack, Discord e Notion, utilizam essa linguagem.

Além das linguagens de marcação mencionadas aqui, existem outras como, por exemplo, o SVG, o MathML e o LaTex, cada uma delas com uma aplicação específica. Neste artigo, não irei detalhar essas linguagens, deixando para postagens futuras. 

Conclusão 

As linguagens de marcação revolucionaram a forma de estruturar, compartilhar e apresentar informações em ambientes digitais. Desde sua origem com o SGML até as implementações modernas como HTML, XML e Markdown, estas linguagens continuam evoluindo para atender às crescentes demandas tecnológicas. 

Cada linguagem possui características e aplicações específicas: o HTML mantém-se como pilar fundamental da web, o XML garante a padronização na transferência de dados entre sistemas, e o Markdown oferece uma alternativa simplificada para criação de conteúdo estruturado. 

Compreender os usos e aplicações das linguagens de marcação é essencial para profissionais da área de tecnologia. Na prática, essas linguagens são ferramentas indispensáveis no desenvolvimento de sistemas eficientes e modernos. 

Espero que o conteúdo aqui apresentado seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações fique à vontade para entrar em contato.

Pilares da programação orientada a objetos

A programação orientada a objetos (POO) é um paradigma amplamente usado no desenvolvimento de softwares. Adotado por linguagens de programação populares como Java e C#, por exemplo, o paradigma é aplicável a uma ampla variedade de projetos, desde os mais simples até os mais complexos.

A orientação a objetos busca aproximar o mundo real ao mundo da programação de computadores. A ideia central deste paradigma é que tudo aquilo que existe no mundo real pode ser representado em código através de objetos.

Para exemplificar, pense no sistema de uma universidade. Neste sistema, um aluno é representado como um objeto, com atributos e comportamentos específicos. Os atributos do objeto ‘aluno’ podem incluir matrícula, nome, data de nascimento, endereço, curso, disciplinas, entre outros. Os comportamentos podem englobar a realização de matrículas em disciplinas, cancelamento de matrículas, listagem de disciplinas matriculadas ou concluídas, cálculo de médias semestrais, entre outros. Da mesma forma, um professor, uma disciplina, um curso e qualquer outra entidade do sistema universitário pode ser representada como um objeto, com seus atributos e comportamentos próprios. 

Este artigo não possui a finalidade de detalhar os conceitos da POO, o foco aqui serão os quatro pilares fundamentais deste paradigma. Se você estiver interessado em conhecer mais sobre POO, clique aqui para ler um artigo que escrevi sobre esse assunto.  

1 – Os 4 pilares da programação orientada a objetos 

Os quatro pilares da POO representam quatro características que linguagens de programação e projetos devem atender para que sejam classificados como orientados a objetos. Essas características que formam os pilares da orientação a objetos são: abstração, encapsulamento, herança e polimorfismo.  

Abaixo vamos conhecer cada uma dessas características e na sequência vamos ver um projeto simples de Java, que simula operações bancária, criado para fins didáticos e que com certeza irá lhe ajudar no entendimento dos conceitos aqui apresentados.  

1.1 – Abstração 

A abstração está relacionada a capacidade de representar as coisas que existem no mundo real como objetos em um software. Os objetos devem ser identificados (nomeados) conforme sua função e devem possuir atributos (ou propriedades) e métodos (ou comportamentos) devidamente definidos e configurados.  
Pense, por exemplo, em um sistema bancário. Nesse sistema há um objeto chamado ContaBancaria, no qual temos atributos como número da conta, titular e saldo e temos também métodos como sacar, depositar, transferir e consultar saldo. Esse objeto é uma abstração de algo do mundo real (contas bancárias) representado em um software. 

1.2 – Encapsulamento 

O encapsulamento está ligado, diretamente, a segurança das informações do sistema. Ele pode ser entendido como uma forma de ocultação de dados.  

O encapsulamento restringe os acessos aos atributos e métodos dos objetos, evitando que ocorram acessos desnecessários que possam ocasionar mudanças indesejadas no sistema. A ideia é que cada objeto é responsável por manter a integridade dos seus dados (atributos), permitindo que sejam acessados somente através de métodos públicos específicos para essa finalidade.  

Vamos pensar no objeto ContaBancaria que apresentamos na explicação do conceito de abstração. É prudente que os seus atributos número da conta, titular e saldo sejam encapsulados e, portanto, acessados somente pelos seus métodos, a fim de evitar a exposição e manipulação dessas informações em outras partes do código. 

Nas linguagens de programação orientadas a objetos, o encapsulamento é alcançado através do uso de métodos de acesso (getters e setters) e modificadores de acesso (como public, private e protected). 

1.3 – Herança 

Herança é a característica de um objeto ou classe receber (herdar) atributos e métodos de um objeto ou classe superior. Assim, surge o conceito de classe mãe e classes filhas, as quais herdam atributos e métodos da classe mãe.  

Pensando novamente no exemplo do sistema bancário, nele temos uma classe chamada ContaCorrente  que é uma classe filha de ContaBancaria. Desta forma, a classe ContaCorrente herda os atributos (número da conta, titular e saldo) e os métodos (sacar, depositar, transferir e consultar saldo) da sua classe mãe ContaBancaria. Essa mesma regra valeria para outras classes filhas de ContaBancaria como, por exemplo, ContaDigital e ContaSalario.  

Note que, apesar de conta corrente, conta poupança e conta salário serem tipos diferentes de contas bancárias, todas compartilham os mesmos atributos e métodos básicos da classe ContaBancaria. Essa relação entre as classes, permitida pela herança, possibilita a reutilização de código, deixando o projeto mais organizado, legível e performático. 

1.4 – Polimorfismo 

O polimorfismo pode ser entendido como a característica da POO em que um mesmo método pode ter comportamentos diferentes conforme o objeto em que foi herdado.  

Para que possamos entender esse conceito, vamos imaginar a seguinte situação: o método consultarSaldo da classe ContaBancaria é herdado pelos objetos de conta corrente, conta digital e conta salário. A princípio, o método consultarSaldo deveria ter o mesmo comportamento em todos os tipos de contas, porém, nas contas correntes ele deve apresentar além do saldo disponível, o saldo de cheque especial daquela conta. Para contas poupança e salário deve ser apresentado somente o saldo da conta, pois, não há oferta de produtos de crédito nessas contas. Veja que se trata do mesmo método apresentando comportamentos diferentes conforme o objeto em que ele é usado.

2 – Entendendo os pilares da programação orientadas a objetos 

Após conhecermos a definição dos 4 pilares da programação orientada a objetos, vamos ver abaixo uma sequência de códigos escritos em Java, que simulam algumas transações bancárias. Esses códigos nos ajudarão a visualizar os pilares de programação orientada a objetos de forma prática, melhorando nossa compreensão a respeito do assunto.

2.1 – A estrutura do projeto 

Para executar os códigos em sua máquina você vai precisar instalar: a JDK 17 ou superior e uma IDE compatível com Java. Eu recomendo utilizar o IntelliJ ou o Visual Studio Code (se optar por esta opção não esqueca de instalar a extensão da linguagem Java). 

Depois de instaladas as ferramentas necessárias, você pode criar um projeto com a seguinte estrutura ou fazer o download do projeto disponível aqui:

Estrutura do projeto do sistema do banco.

Como podemos ver na imagem acima, a estrutura é bem simples e fácil de entender:

– Contas: é a pasta onde estão os arquivos que representam os tipos de contas que o banco fornece; 

– Enums: como o próprio nome sugere, é a pasta onde fica o arquivo de Enums da aplicação; 

– Models: pasta onde está a classe principal da aplicação; 

– Service: pasta onde fica a função que executa as ações da aplicação; 

– BancoApplicaton: arquivo onde está a função main() responsável por executar a aplicação. 

2.2- Entendendo os pilares da programação orientada a objetos no código

Abaixo, vou compartilhar alguns trechos dos códigos do projeto onde poderemos visualizar a aplicação de cada um dos pilares da programação orientada a objetos. Vamos lá!

public class ContaBancaria { 

    // Atributos da classe 
    private int numeroConta; 
    private String titularConta; 
    private double saldo; 


    // Construtor da classe 
    public ContaBancaria(int numeroConta, String titularConta,
                        double saldoInicial, TipoConta tipoConta) { 
        this.numeroConta = numeroConta; 
        this.titularConta = titularConta; 
        this.saldo = saldoInicial; 
    } 
  

    // Métodos da classe 
    public void depositar(double valor) { 
        saldo += valor; 
        System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Depósito de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
    } 

  
    public void sacar(double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Saque de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
        } else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para saque de R$" + valor); 
        } 
    } 


    public void consultarSaldo() { 
        System.out.println("Conta: "+numeroConta+" / "+"Titular: "+titularConta+" / "+"Saldo atual: R$" + saldo); 
    } 

  
    public void transferir(ContaBancaria destino, double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            destino.saldo += valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Transferência de R$" + valor + " realizada para a conta " + destino.numeroConta); 
        } else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para transferência de R$" + valor); 
        } 
    } 

  
    public double getSaldo() { 
        return saldo; 
    } 

    public int getNumeroConta() { 
        return numeroConta; 
    } 

    public String getTitularConta() { 
        return titularConta; 
    } 
} 

A abstração pode ser vista no código da classe ContaBancaria que replica algo que existe no mundo real (contas bancárias) através de um código de programação que será usado em um sistema computacional.  

Observe que a classe ContaBancaria foi construída com três atributos (número da conta, titular da conta e saldo) e quatro métodos (depositar, sacar, consulta saldo e transferir) que compõem a estrutura de uma conta bancária. A conta bancária é algo que existe no mundo real e utilizamos em nosso dia a dia e está sendo abstraída em um código computacional. 

Nesta mesma classe, também conseguimos ver o encapsulamento. Observe que os atributos numeroConta, titularConta e saldo foram definidos como private e, portanto, não podem ser acessados fora da classe ContaBancaria. A única forma de serem manipulados por códigos externos a essa classe é através dos getters definidos no código: getNumeroConta(), getTitularConta() e getSaldo(). 

public class ContaCorrente extends ContaBancaria { 
    
    private double chequeEspecial; 

    public ContaCorrente(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial, double chequeEspecial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.CORRENTE); 
        this.chequeEspecial = chequeEspecial; 
    } 

    public double getChequeEspecial() { 
        return chequeEspecial; 
    } 

  
    @Override 
    public void consultarSaldo() { 
        double saldoTotal = getSaldo() + chequeEspecial; 
        System.out.println("Conta: " + getNumeroConta() + " / " + "Titular: " + getTitularConta() + " / " +  "Saldo atual: R$" + getSaldo() + " / Cheque Especial: R$" + chequeEspecial + " / Saldo Total: R$" + saldoTotal); 
    } 
}
public class ContaDigital extends ContaBancaria { 
    public ContaDigital(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.DIGITAL); 
    } 
} 
public class ContaSalario extends ContaBancaria { 
    public ContaSalario(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.SALARIO); 
    } 
} 

A herança pode ser vista nas classes ContaCorrente, ContaDigital e ContaSalario. Observe que, em todas elas, possuímos o comando extends ContaBancaria. Quando usamos a palavra reservada extends, indicamos ao Java que aquela classe irá herdar os recursos de uma outra classe, que, em nosso exemplo, é a classe ContaBancaria.  

Já o polimorfismo pode ser visto na classe ContaCorrente. Nesta classe é usada a anotação @Override que indica o polimorfismo na linguagem Java. Note que abaixo desta anotação, o comportamento do método consultarSaldo da classe ContaBancária está sendo alterado para apresentar uma informação exclusiva das contas correntes, que é o saldo de cheque especial do cliente.  

Conclusão 

De forma simples e resumida, neste artigo conhecemos os quatro pilares da programação orientada a objetos, os quais representam as características básicas das linguagens de programação orientadas a objetos.   

Recomendo que você analise, estude e edite os códigos para conseguir uma melhor compreensão dos pilares da POO. Procure entender estes conceitos e aprofundar seus conhecimentos neste paradigma de programação que é um dos mais utilizados no desenvolvimento de softwares.

Espero que o conteúdo aqui apresentado seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações fique à vontade para entrar em contato. 

O que é HTTP? 

A internet revolucionou a forma como nos comunicamos e compartilhamos informações. Por trás dessa revolução, existem diversas tecnologias que garantem o funcionamento eficiente e seguro da web. Entre eles, destaca-se o HTTP (Hypertext Transfer Protocol) e sua versão segura, o HTTPS, os quais são pilares fundamentais para a comunicação entre dispositivos na internet. Neste texto, vamos entender o que são esses protocolos, como eles funcionam e qual sua importância para a segurança e eficiência da comunicação na internet. 

1 – O que é HTTP? 

O HTTP é um protocolo de comunicação entre dispositivos conectados em rede. HTTP é a sigla para Hypertext Transfer Protocol, que traduzido para o português significa, Protocolo de Transferência de Hipertexto. Conforme o próprio nome indica, este protocolo permite a transferência de documentos do tipo hipertexto entre dispositivos. Documentos hipertexto são documentos que possuem links clicáveis nas suas informações e podem direcionar o usuário para outros textos ou conteúdos, de maneira não linear. 

O HTTP é o protocolo de comunicação mais utilizado na World Wide Web (WWW). Quando você acessa um site, observe que a URL dele terá uma estrutura semelhante a essa: http://www.nomedosite.com.br.  

Veja que o endereço do site inicia com  http:// ou https://  indicando que estamos utilizando o protocolo HTTP para acessar aquele site.  

1.1 – HTTP e arquitetura cliente-servidor  

Representação gráfica  da arquitetura cliente servidor
Fonte: o autor

A internet funciona baseada na arquitetura cliente-servidor. Nesta arquitetura, um dispositivo chamado cliente, que pode ser um computador, notebook, tablet, televisor ou qualquer dispositivo com conexão à internet, realiza uma requisição (request) para um servidor que irá devolver uma resposta (response) para ele. Esta troca de informações entre cliente e servidor é feita por meio do protocolo HTTP, que define uma série de regras e padrões para comunicação online.  

2 – E o que é HTTPS? 

O HTTPS (Hypertext Transfer Protocol Secure – Protocolo de Transferência de Hipertexto Seguro) é uma evolução do protocolo HTTP.  

A transmissão de dados pelo protocolo HTTP não possui criptografia, assim se eles forem interceptados por terceiros podem ser facilmente lidos e entendidos. Esta era uma grave vulnerabilidade que comprometia a comunicação na internet. Foi para corrigir esta vulnerabilidade que surgiu o HTTPS. 

O HTTPS estabelece uma conexão segura e criptografada entre cliente e servidor, antes de transferir dados. Este protocolo utiliza as tecnologias de criptografia SSL e TLS em cada requisição e solicitação HTTP, tornando segura a transferência de dados na internet. 

3 – Como funcionam as requisições e respostas HTTPS? 

Como podemos perceber acima, o HTTPS é um protocolo fundamental para garantir uma navegação segura na internet. Mas você já se perguntou como acontece esse processo de comunicação segura entre cliente e servidor web?  

Quando acessamos um site ou enviamos dados através de um formulário online, uma série de processos ocorre nos bastidores para garantir que as informações sejam transmitidas de forma segura e eficiente. Vamos entender passo a passo como funcionam essas requisições e respostas HTTPS: 

–  Requisição realizada pelo cliente: quando o usuário acessa uma URL em seu navegador, por exemplo, uma requisição HTTPS é iniciada.  

Encontrar o IP do site: a primeira ação realizada é uma consulta ao servidor DNS para resolver o nome do domínio e encontrar o endereço IP do servidor onde o site está hospedado. 

Criação de conexão segura: após encontrar o IP, o navegador inicia um processo para estabelecer uma conexão segura com o servidor. Isto envolve a validação de certificados digitais e criar um canal seguro, criptografado, entre as partes. 

– Envio da Requisição HTTPS: com a conexão segura estabelecida, o navegador envia a requisição HTTPS ao servidor. As informações geralmente incluem o método HTTP (como GET, POST, PUT, PATCH ou DELETE), o cabeçalho da requisição e, às vezes, dados no corpo (como em formulários). Todos os dados são criptografados no navegador antes do envio ser realizado.  

Processamento da Requisição no Servidor: o servidor recebe a requisição, descriptografa-a e realiza seu processamento. Isso inclui realizar uma série de validações nos dados recebidos e consultar dados em bancos de dados para compor a resposta. 

– Resposta HTTPS do Servidor: após processar a requisição, o servidor prepara uma resposta, realiza sua criptografia e envia para o solicitante. Essa resposta contém o código de status HTTP (como 200 para sucesso ou 404 para não encontrado), cabeçalhos de resposta e, frequentemente, um corpo de resposta (em formatos como HTML, JSON ou XML). 

– Descriptografia da Resposta pelo Navegador: o navegador recebe a resposta criptografada e a primeira etapa para trabalhar com ela é fazer sua descriptografia.  Em seguida, os dados são processados pelo navegador e o resultado será renderizado na tela do dispositivo do usuário. 

– Fechamento da Conexão Segura: finalizada a comunicação entre as partes, a conexão SSL/TLS é encerrada. Em geral, cada requisição HTTPS estabelece uma nova conexão, embora métodos como Keep-Alive possam prolongar a conexão segura para várias requisições. 

Este processo de comunicação com o protocolo HTTPS, embora complexo em sua arquitetura, é otimizado para ocorrer em questão de milissegundos, proporcionando uma experiência fluida ao usuário. 

A velocidade da comunicação depende de diversos fatores, como a qualidade da conexão com a internet, o poder de processamento dos dispositivos envolvidos e a distância física entre cliente e servidor. Em condições ideais, com um hardware de boa qualidade e uma conexão de internet estável, todo esse ciclo de requisição e resposta acontece de forma praticamente instantânea, permitindo a navegação segura e ágil que conhecemos hoje.  

Esta alta eficiência é um dos pilares que possibilita a existência e expansão das aplicações web modernas e interativas, garantindo simultaneamente a segurança e a performance que os usuários buscam. 

Conclusão 

Como vimos, os protocolos HTTP e HTTPS são pilares fundamentais da internet. Enquanto o HTTP estabeleceu as bases para a comunicação na web, o HTTPS trouxe a camada de segurança necessária para proteger as informações transacionadas em ambientes online.  

A evolução desses protocolos reflete o desenvolvimento constante da internet, onde a busca por eficiência e segurança caminham lado a lado. Em um mundo cada vez mais conectado, compreender como essas tecnologias funcionam nos ajuda a entender melhor a infraestrutura que sustenta nossa vida digital e a importância da segurança na comunicação online. 

Gostou deste assunto e quer aprender mais sobre o protocolo HTTP? Clicando aqui, você tem acesso ao artigo que escrevi sobre Status Code. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

O que é programação orientada a objetos? 

A programação orientada a objetos (POO) é um dos paradigmas mais conhecidos e utilizados na construção de sistemas computacionais. Baseada na ideia de aproximar o mundo real com o mundo da computação, a orientação a objetos nos permite estruturar o código de forma organizada e reutilizável, algo essencial para a construção de softwares robustos e escaláveis.

Neste texto, vamos explorar os fundamentos da orientação a objetos, seus conceitos-chave, e como aplicá-los na prática por meio de exemplos em Java, uma das linguagens mais populares nesse contexto. 

1 – Entendendo o conceito de programação orientada a objetos 

A programação orientada a objetos (OOP – Object-oriented programming) é um paradigma baseado no conceito de representar aquilo que existe no mundo real em sistemas computacionais através de classes e objetos.  

Esse paradigma serve como um modelo de análise, projeto e desenvolvimento de sistemas que procura aproximar o mundo real ao mundo da programação de computadores, tornando mais fácil o entendimento e solução de problemas complexos. 

Para entender esse paradigma pense, por exemplo, em um sistema bancário: nesse sistema temos uma classe principal chamada Conta Bancária. A partir desta classe, serão criados todos os tipos de contas bancárias disponibilizadas pelo banco. Note no exemplo abaixo que temos três tipos de contas: corrente, digital e salário. Estas contas e todas as demais que o banco vier a oferecer serão objetos da classe principal Conta Bancária. 

Representação gráfica da relação entre classes e objetos.
Fonte: o autor

Essa relação entre classe e objeto é a base do paradigma da programação orientada a objetos. Uma classe pode ser entendida como um modelo, enquanto os objetos, são tudo aquilo que construímos com base nesse modelo (classe). Quando um objeto é construído ocorre o que chamamos de instância de classe.  

Dessa forma, quando usamos os princípios da orientação a objetos para desenvolver um sistema, transformamos cada um dos requisitos em classes e objetos. E para cada uma dessas classes e objetos definimos atributos e métodos próprios que serão utilizados para processar os dados recebidos e retornar as saídas do sistema. 

1.1 – O que são atributos e métodos? 

Atributo e métodos são dois conceitos fundamentais na programação orientada a objetos e podemos entendê-los da seguinte forma: os atributos são as características de cada classe e objeto, enquanto os métodos são as ações e comportamentos dessas classes e objetos. Atributos e métodos são definidos nas classes e compartilhados pelos objetos instanciados através delas.  

Pensando na classe conta bancária, alguns exemplos de atributos podem ser: número da conta, titular da conta, saldo. Enquanto, exemplos de métodos podem ser: depositar, sacar, consultar saldo, transferir.

Representação gráfica detalhada da relação entre classes e objetos
Fonte: o autor

Analisando a imagem acima, percebemos que os atributos e métodos são inseridos na classe Conta Bancária. Dessa forma, cada conta bancária criada, independe do seu tipo, será um objeto instanciado da classe principal Conta Bancária e herdará todos os atributos e métodos disponíveis nela. E isto gera uma das principais vantagens da orientação a objetos: a reutilização de códigos. 

Observe em nosso exemplo que, todas as contas criadas, independente do seu tipo, herdam da classe principal todas as características e comportamentos comuns. Assim, não é necessário, por exemplo, reescrever o código responsável por consultar saldo para cada tipo de conta existente, pois, todas as contas herdam esse método da classe principal. 

2 – Exemplo prático de programação orientada a objetos 

Para fins didáticos e um melhor entendimento desses conceitos, vamos ver um exemplo simples de Java para representar a classe conta bancária.  

Se você quiser executar esse projeto na sua máquina, precisará ter o Java 17 instalado e uma IDE compatível com a linguagem como o IntelliJ ou Visual Studio Code, por exemplo.  

O primeiro arquivo de todo projeto Java é o Main.java, responsável por executar a aplicação, vamos criá-lo:

@SpringBootApplication 
public class BancoApplication { 
public static void main(String[] args) { 
ApplicationContext context = SpringApplication.run(BancoApplication.class, args); 
        BancoService bancoService = context.getBean(BancoService.class); 
        bancoService.ExecutaContas(); 

}
 

No arquivo Main.java nós estamos chamando a função ExecutaContas() da classe BancoService. Vamos criar um arquivo chamado BancoService.java: 

@Service 
public class BancoService { 
        public void ExecutaContas () { 
               ContaCorrente conta1 = new ContaCorrente(1, "João", 700.0, 200.00 ); 
               ContaDigital conta2 = new ContaDigital(2, "Maria", 500.0); 
               ContaSalario conta3 = new ContaSalario(3, "José", 1000.0); 

                conta1.consultarSaldo(); 
                conta2.consultarSaldo(); 
                conta3.consultarSaldo(); 
                conta1.depositar(200.0); 
                conta1.transferir(conta2,700.00); 
                conta2.sacar(500.00); 
                conta3.transferir(conta1,200.00); 
                conta1.consultarSaldo(); 
                conta2.consultarSaldo(); 
                conta3.consultarSaldo(); 
        }       

Note que o arquivo BancoService.java instância três objetos e executa uma série de ações que simulam as transações realizadas em um sistema bancário. 
 
Agora vamos criar as classes que representam os tipos de contas que instanciamos em BancoService: 

ContaCorrente.java

 public class ContaCorrente extends ContaBancaria { 
    private double chequeEspecial; 


    public ContaCorrente(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial, double chequeEspecial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.CORRENTE); 
this.chequeEspecial = chequeEspecial; 
    } 


    public double getChequeEspecial() { 
        return chequeEspecial; 
    } 


    @Override 
    public void consultarSaldo() { 
        double saldoTotal = getSaldo() + chequeEspecial; 
        System.out.println( "Conta: " + getNumeroConta() + " / " + "Titular: " + getTitularConta() + " / " + "Saldo atual: R$" + getSaldo() + " / Cheque Especial: R$" + chequeEspecial +  " / Saldo Total: R$" + saldoTotal); 
    } 

ContaDigital.java 

public class ContaDigital extends ContaBancaria { 
    public ContaDigital(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.DIGITAL); 
    } 

ContaSalario.java 

public class ContaSalario extends ContaBancaria { 
    public ContaSalario(int numeroConta, String titularConta, double saldoInicial) { 
        super(numeroConta, titularConta, saldoInicial, TipoConta.SALARIO); 
    } 

Veja que as classes Conta Corrente, Conta Digital e Conta Salário possuem a palavra-chave extends, indicando que elas herdam atributos e métodos da classe Conta Bancária. 

Vamos agora criar o arquivo ContaBancaria.java  que possui a classe principal Conta Bancária: 

public class ContaBancaria { 
    // Atributos da classe 
    private int numeroConta; 
    private String titularConta; 
    private double saldo; 

    // Construtor da classe 
    public ContaBancaria(int numeroConta, String titularConta, 
                         double saldoInicial, TipoConta tipoConta) { 
        this.numeroConta = numeroConta; 
        this.titularConta = titularConta; 
        this.saldo = saldoInicial; 
    } 

    // Métodos da classe 
    public void depositar(double valor) { 
        saldo += valor; 
        System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Depósito de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
    } 

    public void sacar(double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Saque de R$" + valor + " realizado com sucesso!"); 
        } else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para saque de R$" + valor); 
        } 
    } 

    public void consultarSaldo() { 
        System.out.println( 
                "Conta: "+numeroConta+" / "+"Titular: "+titularConta+" / "+"Saldo atual: R$" + saldo);  } 
    public void transferir(ContaBancaria destino, double valor) { 
        if (valor <= saldo) { 
            saldo -= valor; 
            destino.saldo += valor; 
            System.out.println("Conta "+numeroConta+" - Transferência de R$" + valor + " realizada para a conta " + destino.numeroConta); 
} else { 
            System.out.println("Saldo insuficiente para transferência de R$" + valor); 
        } 
    }

    public double getSaldo() { 
        return saldo; 
    } 

    public int getNumeroConta() { 
        return numeroConta; 
    } 

    public String getTitularConta() { 
        return titularConta; 
    } 

Observe que a classe ContaBancaria possui três atributos (numeroConta, titularConta e saldo) e quatro métodos (depositar, sacar, consultarSaldo e transferir). Essa é a classe modelo de onde conta corrente, conta digital e conta salário irão herdar atributos e métodos.  

Para finalizar, vamos criar um arquivo chamado TipoConta.java que será um Enum de tipos de contas: 

public enum TipoConta { 
    CORRENTE, 
    SALARIO, 
    DIGITAL 

Após finalizar a criação dos arquivos e códigos do projeto vamos executá-lo. Teremos esse resultado no console da IDE: 

 
Conta: 1 / Titular: João / Saldo atual: R$700.0 / Cheque Especial: R$200.0 / Saldo Total: R$900.0 
Conta: 2 / Titular: Maria / Saldo atual: R$500.0 
Conta: 3 / Titular: José / Saldo atual: R$1000.0 
Conta 1 - Depósito de R$200.0 realizado com sucesso! 
Conta 1 - Transferência de R$700.0 realizada para a conta 2 
Conta 2 - Saque de R$500.0 realizado com sucesso! 
Conta 3 - Transferência de R$200.0 realizada para a conta 1 
Conta: 1 / Titular: João / Saldo atual: R$400.0 / Cheque Especial: R$200.0 / Saldo Total: R$600.0 
Conta: 2 / Titular: Maria / Saldo atual: R$700.0 
Conta: 3 / Titular: José / Saldo atual: R$800.0 

Esses prints mostram os resultados das ações executadas na função ExecutaContas() da classe BancoService. Essas ações são realizadas pelos objetos de ContaCorrente, ContaDigital e ContaSalario, instanciados de ContaBancaria. Apesar de ser um simples exemplo, observe que através dele conseguimos visualizar claramente os conceitos fundamentais da programação orientada a objetos e entender melhor esse paradigma amplamente usado no desenvolvimento de software.

3 – Usando programação orientada no dia a dia 

A programação orientada a objetos está presente em praticamente todos os sistemas e aplicativos que utilizamos diariamente. Amplamente usada em serviços back-end, mas não restrita somente a isso, a orientação a objetos está presente em redes sociais, streaming de vídeos, jogos, ERPs e muitas outras aplicações que fazem parte de nosso cotidiano. 

Aprender e entender os conceitos de orientação a objetos é fundamental para desenvolver sistemas funcionais e eficientes, que atendam aos objetivos e requisitos definidos nos projetos que trabalhamos.  

A orientação a objetos também é suportada por muitas linguagens e tecnologias. No exemplo acima, usamos Java que, certamente, é a linguagem orientada a objetos mais conhecida no mercado. Entretanto, outras linguagens como C++, C#, Python, PHP e Kotlin e vários frameworks de desenvolvimento como Laravel, Djano, .NET e Flutter, aceitam os conceitos de POO. A escolha de qual linguagem e tecnologia usar dependerá, diretamente, das preferências do desenvolvedor e dos requisitos do projeto, dispondo de um amplo leque de opções para atender a todos os públicos. 

Mas, é válido lembra que, a programação orientada a objetos vai além dos conceitos de classes, objetos, atributos e métodos, apresentados acima. Outros quatro conceitos se destacam na programação orientada a objetos, são eles: abstração, encapsulamento, herança e polimorfismo. Esses conceitos são conhecidos como pilares da programação orientada a objetos e se você quiser saber mais sobre esse assunto, clique aqui, para ler um artigo que escrevi sobre este assunto.   

Conclusão 

A programação orientada a objetos é uma poderosa ferramenta para desenvolver sistemas funcionais, robustos e escaláveis. Sua estrutura baseada em classes, objetos, atributos e métodos permite organizar o código de forma clara, coesa e reutilizável, agilizando o desenvolvimento de sistemas.  

Ao compreendermos e aplicarmos esses conceitos, estamos melhor preparados para criar soluções tecnológicas que as expectativas de nossos clientes e usuários. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto. 

O que é programação funcional? 

Ao trabalhar com desenvolvimento de software, diferentes paradigmas de programação oferecem abordagens distintas para a solução de problemas computacionais. Entre eles, destaca-se a programação funcional, uma metodologia que tem ganhado cada vez mais relevância devido à sua capacidade de produzir código mais previsível, testável e manutenível.  

Neste artigo iremos explorar os fundamentos da programação funcional e suas principais características.  Também veremos exemplos simples e práticos de códigos que nos ajudarão a entender melhor como esse paradigma pode ser aplicado no dia a dia dos programadores. 

1 – Entendendo o conceito de programação funcional 

A programação funcional (FP – Functional Programming) é um paradigma baseado no conceito de expressões e funções matemáticas. Ao aplicar a programação funcional em um projeto, os problemas serão decompostos em partes menores, as quais serão atribuídas para funções.  

As funções recebem valores de entrada, aplicam uma lógica de processamento e retornam novos valores como saída. Assim, um sistema é fracionado em um conjunto de funções, cujo somatório destas funções compõem um sistema maior.  

A programação funcional possui algumas características próprias. Abaixo vamos conhecer essas características e ver alguns exemplos de código escrito em JavaScript para facilitar o entendimento.  

2 – As características da programação funcional 

Funções puras: são funções que retornam sempre o mesmo valor quando passados os mesmos parâmetros.  

// Funções Puras+
const multiplicarPor2 = (numero) => numero * 2;

console.log(multiplicarPor2(3)); // Saída: 6  
console.log(multiplicarPor2(4)); // Saída: 8  
console.log(multiplicarPor2(3)); // Saída: 6  
console.log(multiplicarPor2(4)); // Saída: 8 

No exemplo acima, a função multiplicarPor2(), recebe um valor e multiplica-o por 2. Observe nas saídas que, sempre que uma função pura recebe o mesmo valor de entrada irá retornar o mesmo valor de saída.  

Funções de ordem superior: trata-se de uma função capaz de receber outras funções como argumento ou retornar  outras funções como resultado.  

// Funções de Ordem Superior  
const executarOperacao = (operacao, a, b) => operacao(a, b);  
const soma = (x, y) => x + y;  
const multiplicacao = (x, y) => x * y;

console.log(executarOperacao(soma, 5, 3)); // Saída: 8  
console.log(executarOperacao(multiplicacao, 5, 2)); // Saída: 10   

No exemplo acima, executarOperacao() assume o papel de uma função de ordem superior, enquanto soma() e multiplicação(), são funções de cálculos aritméticos que podem ser passadas como argumento para a função superior executarOperacao().  

Composição de funções: é a capacidade de criar uma função a partir da junção de outras funções.  

//Composição de funções  
const somar = (a, b) => a + b;  
const dobrar = (x) => x * 2;  
const composta = () => dobrar(somar(5, 10));  

console.log(composta()); // Saída: 30   

No exemplo acima, temos três funções distintas: somar(), responsável por realizar um cálculo de adição entre dois valores, dobrar() que recebe um valor e multiplica-o por 2, e composta(), a qual assume o papel de uma função composta de somar() e dobrar().   

Imutabilidade: os valores após serem atribuídos para as variáveis não sofrem mudanças, mantendo-se fixos durante toda a execução do código.  Ao trabalhar com dados imutáveis, novos valores são criados, ao invés de ocorrerem modificações nos valores existentes. Dessa forma, a imutabilidade torna o código mais previsível e estável, evitando efeitos colaterais inesperados no processamento. 

Para um melhor entendimento desse conceito, imagine que temos um array de números e queremos adicionar um novo número a ele.  Vamos visualizar dois exemplos: um utilizando uma função mutável e outro uma função imutável.  

A abordagem mutável seria assim: 

//Mutabilidade 
const listaNumeros = [1, 2, 3];
listaNumeros.push(4); // Modifica o array original 

console.log(listaNumeros); // Saída: [1, 2, 3, 4] 

Observe que, em uma abordagem mutável, a constante original listaNumeros, foi modificada durante a execução através da função push()

Agora vamos observar como seria na abordagem imutável: 

//Imutabilidade  
const listaNumeros = [1, 2, 3];
const adicionarNumero = (lista) => [...lista, 4];  

// Acrescenta um valor sem modificar o array original  
const numerosAtualizados = adicionarNumero(listaNumeros);  

console.log(listaNumeros); // Saída: [1, 2, 3]   
console.log(numerosAtualizados); // Saída: [1, 2, 3, 4]

Observe no exemplo acima que, a função adicionarNumero() recebe um array  de valores numéricos chamado listaNumeros e acrescenta o número 4. O resultado dessa operação é atribuído para a constante numerosAtualizados.  

A imutabilidade dos dados pode ser observada nas saídas do código, pois, apesar da constante listaNumeros ser utilizada mais de uma vez, ela não teve seus valores alterados. Foi gerada uma nova constante chamada numerosAtualizados para gravar os dados da operação realizada com a constante listaNumeros.     

Recursividade: na programação funcional, loops de repetição não são usados. No lugar dos loops é adotada a recursividade, que é a característica de uma função chamar a si mesma até que uma condição (chamada de caso base) seja atingida.  

//Recursividade  
const calcularFatorial = (n) => {  
if (n === 0) {  
   return 1; 
} else {  
   return n * calcularFatorial(n - 1);  
}};  
const numero = 5;  
const fatorial = calcularFatorial(numero); 
 
console.log(`O fatorial de ${numero} é: ${fatorial}`);  
//Saída: O fatorial de 5 é: 120   

No exemplo acima, calcularFatorial() é uma função recursiva que calcula o fatorial do valor informado em numero.   

3 – Usando paradigma funcional no dia a dia 

O paradigma funcional é suportado por diversas linguagens de programação. Entre as linguagens puramente funcionais destacam-se o Haskell e a família ML (Standard ML, OCaml e suas variantes). 

Nos exemplos acima, usamos JavaScript, uma linguagem multiparadigma, amplamente conhecida no mercado e compatível com os princípios da programação funcional. Mas além dela, existem outras opções disponíveis como C++, PHP, Python, TypeScript e Kotlin. Todas estas linguagens são multiparadigma e suportam a implementação de códigos seguindo o paradigma funcional. 

Na prática, a programação funcional encontra grande aplicação na Ciência de Dados, especialmente no processamento e análise de grandes volumes de dados. Isto se deve à natureza concisa e declarativa do código funcional, bem como à presença de funções de ordem superior como map, filter e reduce, que simplificam significativamente o tratamento de dados. 

Além disso, este paradigma mostra-se particularmente eficaz no desenvolvimento de algoritmos de busca e ordenação, assim como no processamento de eventos e sistemas reativos. 

Conclusão 

A programação funcional oferece uma abordagem poderosa e eficiente para o desenvolvimento de software, especialmente em aplicações que demandam alta confiabilidade e facilidade de manutenção. Ao adotar funções puras, imutabilidade, recursividade e outras características, este paradigma permite construir sistemas mais previsíveis e menos propensos a erros.  

O suporte a esse estilo de programação em diversas linguagens multiparadigma, usadas por desenvolvedores no dia a dia como JavaScript, Python e Kotlin, amplia ainda mais sua aplicabilidade em diversos contextos.  

Assim, a programação funcional não é apenas mais um recurso técnico, mas é um meio de transformar a maneira como abordamos problemas, tornando o código mais limpo, robusto e eficiente. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.

O que são Status Code? 

Na era da conectividade digital, a comunicação entre clientes e servidores é essencial para o funcionamento de sistemas e aplicações na internet. Essa troca de dados é realizada por meio do protocolo HTTP, que garante a troca de informações entre as partes envolvidas.  

Em cada requisição feita por um cliente, o servidor responde com um código numérico conhecido como Status Code, que tem como objetivo informar se a operação foi realizada com sucesso ou se encontrou algum erro. Esses códigos são fundamentais para desenvolvedores e administradores de sistemas, pois fornecem informações claras sobre o estado das requisições, ajudando a identificar problemas e manter a fluidez das operações.  

Neste texto, iremos conhecer as diferentes categorias de Status Code e seus principais exemplos, detalhando a função de cada um na comunicação entre cliente e servidor. 

1 – Entendendo o que é um Status Code 

A internet é baseada na troca constante de dados entre clientes e servidores. Nos dias atuais, praticamente, todos os sistemas e aplicações que usamos estão conectados à internet e comunicam-se com serviços remotos localizados em servidores web. Essa comunicação ocorre através do protocolo HTTP e é nesse cenário que surgem os Status Code. 

Os Status Code, ou códigos de  status HTTP, são códigos numéricos retornados por servidores web em resposta para cada requisição feita pelos usuários (ou clientes). Esses códigos indicam se uma solicitação HTTP foi bem-sucedida ou não.  

Os códigos são compostos por três dígitos: 

– O primeiro dígito varia de 1 a 5 e indica o tipo de status; 

– O segundo e terceiro dígitos referem-se aos status contemplados no intervalo do primeiro dígito; 

Os Status Code são divididos em cinco categorias principais, as quais representam classes de respostas do servidor, organizadas da seguinte forma: 

Código Tipo Explicação 
100 – 199 Respostas informativas (Informal) Requisição em processamento pelo servidor 
200 – 299 Respostas bem-sucedidas (Success) Requisição processada com sucesso pelo servidor 
300 – 399 Mensagens de redirecionamento (Redirection) Requisição precisa ser redirecionada para ser concluída 
400 – 499 Respostas de erro do cliente (Client Error) Requisição não pode ser concluída ou possui erro de sintaxe 
500 – 599 Respostas de erro do servidor (Server Error) Requisição não pode ser concluída por falha no lado do servidor 

2 – Lista de Status Code 

Abaixo serão listados os principais Status Code retornados em requisições HTTP: 

Respostas informativas 

100 – Continue: indica ao cliente que o cabeçalho (header) da requisição foi recebido e ele deve continuar a requisição enviando o corpo (body) ou ignorar a resposta se a requisição já estiver concluída. Esse status é útil para determinar se o servidor está disposto a aceitar a requisição antes que o seu corpo (body) seja enviado, tornando o processo mais eficiente. 

101 – Switching Protocols: o servidor está mudando os protocolos conforme solicitado pelo cliente como, por exemplo, mudar para uma versão mais recente do HTTP. 

102 – Processing: este código indica que o servidor recebeu e está processando a solicitação, mas ainda não tem uma resposta pronta. 

103 – Early Hints: indica que o cliente receberá alguns campos de cabeçalho de solicitação antes da mensagem HTTP final, com instruções para que o agente de usuário pré-carregue recursos enquanto aguarda a conclusão do processo.  

Respostas bem-sucedidas 

200 – OK: a requisição foi bem-sucedida e o servidor retornou a resposta esperada. 

201 – Created: requisição bem-sucedida e um novo recurso foi criado como resultado. Geralmente, retornado em métodos PUT ou POST. 

202 – Accepted: indica que a solicitação foi recebida pelo servidor, mas não pode ser atendida. Esse retorno ocorre nos casos em que outro processo ou servidor lida com a requisição e para processamento em lote. É um retorno sem compromisso, pois não é possível enviar, posteriormente, uma resposta HHTP assíncrona indicando o resultado da solicitação.  

204 – No Content: requisição bem-sucedida, mas o servidor não retornou nenhum conteúdo. Nesse caso, não há corpo no retorno, mas os cabeçalhos podem ter alguma utilidade. 

206 – Partial Content: esse código é retornado quando o cabeçalho Range é enviado pelo cliente solicitando apenas parte de um recurso. É útil nos casos em que é necessário fazer um download fracionado de um ou mais recursos. 

Mensagens de redirecionamento 

300 – Multiple Choices: esse status indica que existe mais de uma possível resposta para a requisição, cabendo ao agente do usuário escolher entre elas.  

301 – Moved Permanently: indica que o recurso solicitado foi movido permanentemente para uma nova URL. Geralmente, retorna a nova URL no cabeçalho da resposta no item Location. 

302 Found: indica que o recurso solicitado foi alocado, temporariamente, em uma URL diferente. 

Respostas de erro do cliente 

400 – Bad Request: a requisição não pode ser processada devido a algum erro no cliente. Pode ser causado por uma sintaxe incorreta, cookies inválidos ou cache DNS não sincronizado. 

401 – Unauthorized: a requisição precisa de autenticação para ser completada. Ocorre quando o cliente deve se autenticar para obter a resposta solicitada e não realiza essa etapa corretamente. 

403 – Forbidden: o servidor entendeu a solicitação, mas não pode autorizá-la. Semelhante ao status 401, este indica uma recusa na autorização da requisição mesmo com as credenciais válidas. Geralmente, a causa desse status está relacionada com limitações de permissão do usuário como, por exemplo, tentar acessar um recurso de edição com uma permissão de visualização. 

404 – Not Found: indica que a requisição falhou porque o servidor não conseguiu localizar o recurso solicitado. Esse erro está associado a URLs digitadas incorretamente, problemas de armazenamento em cache e propagação de domínio incompleta. Pode ser causado também por uma remoção, temporária ou permanente, do recurso no lado do servidor.  

405 – Method Not Allowed: indica que o método HTTP da requisição é reconhecido pelo servidor, porém, não está disponível para o recurso solicitado. 

Respostas de erro do servidor 

500 – Internal Server Error: ocorreu um erro inesperado no servidor e a requisição não pode ser atendida no momento. 

501 – Not Implemented: o método HTTP da requisição não é reconhecido pelo servidor. Esse erro é o oposto do status 405, no qual, o método é reconhecido pelo servidor, mas não está disponível para o recurso solicitado.  

502 – Bad Gateway: o servidor, ao atuar como um gateway ou proxy, recebeu uma resposta inválida do servidor upstream e não pode atender a requisição. 

503 – Service Unavailable: o servidor está indisponível no momento. Esse erro indica um problema temporário no lado do servidor, ocorrendo devido a manutenções ou sobrecargas. 

Esses são os códigos mais conhecidos e usados no dia a dia. Além deles, muitos outros códigos existem e podem ser retornados em uma requisição. Para conferir uma lista completa dos status code existentes, clique aqui para visualizar a documentação no MDN Web Docs. 

Conclusão 

Os Status Code são essenciais para monitorar e controlar a troca de informações na web, oferecendo transparência e eficiência na comunicação entre clientes e servidores. Cada código carrega consigo uma mensagem específica, indicando desde respostas informativas até erros críticos, seja do lado do cliente ou do servidor.  

Compreender esses códigos é crucial para garantir a manutenção de sistemas e aplicações, permitindo diagnósticos rápidos e correções assertivas em eventuais falhas. Embora alguns códigos sejam mais comuns no dia a dia, há uma vasta gama de status que podem ser encontrados em diferentes cenários. Assim, conhecer e entender os Status Code é vital para o sucesso na gestão e desenvolvimento de aplicações conectadas à internet. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quiser aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.   

O que é CRUD? 

Diariamente, quando realizamos qualquer tarefa online, como enviar mensagens, fazer compras ou acessar redes sociais, estamos interagindo com sistemas que criam, consultam, modificam e excluem dados. Para garantir que essas operações aconteçam de forma eficiente e segura, entre diferentes dispositivos e sistemas, foram estabelecidos padrões e regras ao longo do tempo. 

O modelo CRUD (Create, Read, Update, Delete) é um desses padrões amplamente adotados no desenvolvimento de sistemas. Ele define quatro operações fundamentais para a manipulação de dados em bancos de dados, tanto relacionais quanto não relacionais. Além de padronizar as operações de processamento de dados, o CRUD também fornece uma estrutura clara para o desenvolvimento de APIs REST, amplamente utilizadas na comunicação entre aplicações e banco de dados. 

Ao longo deste texto, exploraremos o conceito de CRUD em detalhes, incluindo exemplos práticos no MongoDB, e veremos como ele se relaciona com os métodos HTTP e a criação de APIs. Vamos lá? 

1 – Significado de CRUD 

CRUD é um acrônimo para as iniciais que representam as quatro operações básicas de um banco de dados: Create (Criar), Read (Ler), Update (Atualizar), Delete (Excluir).  

Compatível tanto com bancos SQL quanto NoSQL, é por meio dessas operações que sistemas e aplicações recebem e manipulam os dados dos seus usuários. Além disso, outro ponto de destaque do CRUD, é que ele é o padrão adotado em APIs REST para interação com banco de dados, sendo, portanto, amplamente utilizado e conhecido no desenvolvimento de serviços back-end.  

Cada elemento do acrônimo CRUD representa uma operação que pode ser executada em um banco de dados, sendo definidos assim: 

Create (Criar): é a operação utilizada para criar dados em uma base.  

Read (Ler): é a operação de consulta (leitura) de dados de uma base.  

Update (Atualizar): essa operação é responsável por alterar dados registrados em uma base.

Delete (Excluir): essa operação, por sua vez, é responsável por excluir dados de uma base. 

De um modo geral, toda interação com o banco de dados precisa passar por um processo de autenticação, visando garantir a segurança dos dados. A leitura é a operação mais simples de todas, pois, trata-se somente de uma consulta aos dados criados e, geralmente, não possui grandes restrições de acesso. As demais operações são mais críticas e requerem uma atenção maior. Criar, modificar ou excluir dados deve ser restrito para poucas pessoas, as quais devem estar devidamente preparadas para realizar essas ações, pois, uma operação incorreta pode gerar grandes prejuízos para os envolvidos.  

Imagine uma situação em que um usuário inexperiente configura, incorretamente, uma operação de exclusão de dados em uma base de clientes. Era para excluir um cadastro em específico, mas, a operação excluiu a base inteira de clientes. Pense nos desdobramentos que isso poderia gerar. Por isso, é muito importante ter um controle rigoroso de qual operação pode ser executada por qual usuário, evitando que pessoas inexperientes ou, até mesmo, mal-intencionadas causem danos aos dados armazenados em uma base. 

2 – Exemplo de CRUD com MongoDB 

Para facilitar o entendimento do conceito de CRUD vamos criar um exemplo simples usando o MongoDB. Todos os comandos que veremos a seguir são aplicados, diretamente, no shell do MongoDB.  

Vamos começar criando uma collection chamada “funcionarios” para receber os dados:

use funcionarios 

Agora vamos criar os primeiros dados dessa collection usando a função insertMany(): 

db.funcionarios.insertMany([ 
{ matricula: "1000", nome: "Ana Maria Silva", cargo: "Auxiliar administrativo", salario: 2500.00}, 
  { matricula: "1001", nome: "Tiago Oliveira", cargo: "Auxiliar administrativo", salario: 2500.00}, 
  { matricula: "1002", nome: "Marcos Antonio Pereira", cargo: "Analista administrativo", salario: 4000.00}, 
  { matricula: "1003", nome: "Sergio Almeida", cargo: "Gerente", salario: 7000.00} 
]) 

Sua base de dados deve ter ficado assim:

Print do banco de dados Mongo após execução da função insertMany();

Observe que, automaticamente, o MongoDB gerou identificadores (_id) para cada documento registrado. Isso é uma regra do próprio MongoDB, onde todo documento precisa ter um campo _id, que é um identificador único para aquele registro dentro da coleção.  

Após criar os dados, vamos realizar uma operação de leitura (consulta) aos dados gravados usando a função find(): 

db.funcionarios.find() 

O resulta dessa função será visto no próprio shell do MongoDB: 

Print do banco de dados Mongo após execução da função find();

Agora vamos atualizar alguns dados de um registro da base, usando a função updateOne(): 

db.funcionarios.updateOne( 
     { matricula: "1001" },  # Critério de seleção 
     { $set: { cargo: "Assistente Administrativo" , salario: 3000.00 }} # Campos a serem atualizados ) 

Com a execução da operação acima, o resultado será esse: 

Print do banco de dados Mongo após execução da função updateOne();

Por fim, vamos excluir um registro da base, usando a função deleteOne(): 

db.funcionarios.deleteOne({ matricula: "1000"}) 

A função acima, irá gerar o seguinte resultado: 

Print do banco de dados Mongo após execução da função deleteOne();

As operações CRUD são a base para manipulação dos dados em bancos de dados. De um banco de dados para outro somente o que muda são os comandos utilizados para realizar as operações.   No entanto, o conceito fundamental permanece o mesmo, seja trabalhando com bancos de dados relacionais como MySQL ou PostgreSQL, ou com bancos NoSQL como MongoDB, que exemplificamos aqui. 

3 – O CRUD e os métodos HTTP 

Embora tenhamos demonstrado exemplos simples no MongoDB, em aplicações reais, estas operações geralmente são implementadas através de APIs REST ou interfaces de usuário, proporcionando uma camada adicional de segurança e controle da informação.  

Quando falamos de APIs REST, existe uma correspondência direta entre as operações CRUD e os métodos HTTP. Os métodos HTTP, também conhecidos como verbos HTTP, são utilizados para indicar a ação desejada ao interagir com um recurso em um servidor. Cada verbo HTTP tem um propósito específico que se alinha naturalmente com uma operação CRUD, como podemos ver na tabela abaixo: 

CRUD MÉTODO HTTP 
CREATE (Criar) POST 
READ (Ler) GET 
UPDATE (Atualizar) PUT / PATCH 
DELETE (Excluir) DELETE 

Na tabela acima, é possível perceber que para cada operação CRUD existe um método HTTP correspondente. Há uma observação no caso da operação UPDATE, que têm dois métodos HTTP: o PUT e o PATCH. 

A diferença entre eles é que, o verbo PATCH é usado para atualizações parciais de recursos, enquanto o verbo PUT é usado para substituição completa de um recurso existente. 

Entender claramente essa relação entre as operações CRUD e os métodos HTTP traz diversos benefícios para o desenvolvimento e consumo de APIs. Ao utilizar os verbos HTTP apropriados, obtemos uma semântica clara, onde a intenção de cada requisição se torna imediatamente explícita para outros desenvolvedores. 

A adoção do CRUD também permite a padronização de diferentes sistemas e frameworks, facilitando a comunicação entre eles e promovendo a interoperabilidade. 

Utilizar o CRUD no desenvolvimento de suas APIs permite construir uma comunicação simples, eficaz e segura com o seu banco de dados. Além disso, sua API será composta por serviços funcionais, robustos e escaláveis, pois, ao utilizar padrões de desenvolvimento consolidados no mercado será mais fácil de mantê-la em longo prazo, bem como aplicar melhorias. 

Conclusão 

O modelo CRUD é fundamental para a organização e manipulação de dados, garantindo simplicidade e consistência nas operações. Além de ser um conceito central em bancos de dados, ele também é essencial na construção de APIs REST e outras aplicações que lidam com dados. 

Adotar esse padrão facilita a criação de serviços mais eficientes e seguros, permitindo que desenvolvedores mantenham boas práticas de design e comunicação entre sistemas. Ao entender a relação entre as operações CRUD e os métodos HTTP, é possível construir interfaces intuitivas e escaláveis, alinhadas às melhores práticas da arquitetura de software. Em um mundo onde cada vez mais dados são criados e consumidos, o domínio desse conceito se torna indispensável para quem deseja desenvolver sistemas robustos, eficientes e bem estruturados. 

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato. 

E se você quer aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.

O que é API REST? 

As APIs são ferramentas essenciais para conectar diferentes sistemas e serviços, principalmente com o crescimento da internet e das plataformas digitais. Dentre os vários tipos de APIs que existem, a API REST é uma das mais populares.

A API REST é aquela que segue os princípios de design da arquitetura REST. Esta arquitetura se popularizou devido a sua simplicidade e flexibilidade na construção de APIS e também pela sua independência das tecnologias utilizadas, facilitando e agilizando o trabalho de desenvolvedores. 

Neste artigo, vamos explorar os conceitos básicos da arquitetura REST, suas diretrizes e vantagens. Vamos lá! 

Têm dúvidas sobre o que é uma API? Clique aqui e conheça mais sobre esse recurso de integração de sistemas. 

1 – O que é REST? 

REST significa “Representational State Transfer”, que traduzido para o nosso idioma é “Transferência de Estado Representacional”, é um estilo de arquitetura de software que define diretrizes para a construção de APIs.  

Criada no ano 2000 pelo cientista da computação norte-americano Roy Fielding, a arquitetura REST possui o objetivo de facilitar a comunicação entre diferentes serviços conectados à internet. 

Sistemas e aplicações que fazem parte do nosso dia a dia usam tecnologias completamente diferentes na sua construção e são executados em diversos tipos de dispositivos. São as APIs REST que permitem que esses sistemas e aplicações comuniquem-se entre si, simplificando todo o seu processo de integração. 

Além disso, as regras definidas pela arquitetura REST também reduzem o tempo e o custo de desenvolvimento de novas aplicações, padronizando o processo de trabalho dos desenvolvedores e facilitando a manutenção de suas APIs ao longo do tempo.  

2 – As diretrizes da arquitetura REST 

Para que a arquitetura de um API seja considerada REST, quatro diretrizes precisam ser cumpridas, as quais são: 

1. Utilização de métodos HTTP para realizar operações nos recursos da API. Os métodos HTTP informam para o servidor o que precisa ser feito naquela requisição e, geralmente, são usados quatro métodos nas operações: GET, POST, PUT e DELETE, que compõem o chamado CRUD. 

2. Uso de URLs para identificar os recursos da API. Essas URLs também são chamadas de endpoints e servem como os pontos de comunicação entre a API e os sistemas externos. 

3. Transferência de dados entre cliente e servidor possui um formato padrão. Geralmente, são adotados formatos como JSON ou XML. 

4. Ausência de estados do lado do servidor: os estados são mantidos do lado do cliente, ocorrendo portanto uma comunicação stateless com o servidor. Isto significa que, os clientes podem requisitar recursos em qualquer ordem e como as requisições não possuem estado, elas são processadas de forma isoladas de todas as outras. Assim, o servidor completa cada solicitação do cliente, independentemente, do resultado das solicitações anteriores.

3 – Vantagens das APIs REST 

As APIs REST possuem uma série de vantagens que as tornaram populares no mercado, dentre as quais destacam-se: 

– Escalabilidade: por não possuir estados do lado do servidor, a arquitetura REST diminui a carga de trabalho do lado do servidor, permitindo que as APIs sejam escaláveis ao longo do tempo e suportem uma carga de tráfego maior com boa performance. 

Flexibilidade: a arquitetura REST permite a separação total entre recursos do cliente e do servidor. Os recursos possuem independência de plataforma, linguagem e sistema operacional. Dessa forma, eventuais mudanças de plataforma ou tecnologia na aplicação do servidor não afetam a aplicação do cliente e vice-versa. A capacidade de construir camadas de funções de aplicações na API aumenta ainda mais a flexibilidade. Por exemplo, os desenvolvedores podem fazer alterações na camada de banco de dados sem reescrever a lógica dos serviços da aplicação. 

Interoperabilidade: como não existem restrições rígidas para implementar APIs REST, elas podem ser utilizadas em uma ampla variedade de plataformas e linguagens de programação, permitindo a comunicação entre sistemas e aplicações heterogêneas.  

– Manutenibilidade: Como os componentes são desacoplados e a interface é padronizada, a arquitetura REST facilita a manutenção e evolução de APIS ao longo do tempo. É possível fazer correções ou atualizações em recursos específicos do sistema sem afetar o funcionamento geral da API.  

Conclusão 

A arquitetura REST oferece uma abordagem eficiente para a criação de APIs, facilitando a integração entre diferentes sistemas e garantindo flexibilidade e escalabilidade. Embora cada projeto tenha suas particularidades, seguir as diretrizes da arquitetura REST e as boas práticas mencionadas pode ser um grande diferencial para o sucesso no desenvolvimento de suas APIs.

Com o conhecimento correto e as ferramentas adequadas, é possível criar soluções que se adaptam facilmente às necessidades do mercado, garantindo manutenibilidade e eficiência a longo prazo. 

Se você quer aprender mais sobre programação, acesse aqui a seção que tenho dedicada ao assunto.   

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato.