O que é GIT? 

Seja você um desenvolvedor iniciante ou experiente, certamente já ouviu falar do Git. Ele não é apenas mais uma ferramenta, mas sim um alicerce no mundo do desenvolvimento moderno.

O Git permite que indivíduos e equipes de todo o mundo colaborem em projetos de desenvolvimento de forma organizada e segura, rastreando e controlando cada alteração feita no código fonte.

Neste artigo, você aprenderá o que é Git, como ele surgiu, para que serve e como utilizá-lo no dia a dia. Vamos começar? 

1 – O que é GIT? 

O Git é um sistema de controle de versão distribuído (DVCS – Distributed Version Control System), amplamente utilizado por desenvolvedores de software para gerenciar e acompanhar alterações em códigos fonte ao longo do tempo.  

O Git possui uma série de funcionalidades que facilitam o controle e gerencimento de projetos de desenvolvimento de softwares, das quais destacam-se: 

 – Rastrear alterações no código: ele registra todas as modificações feitas nos arquivos de um projeto, possibilitando reverter ou comparar versões anteriores. 

 – Facilitar a colaboração: múltiplos desenvolvedores podem trabalhar, simultaneamente, em um mesmo projeto, sem sobrescrever o trabalho uns dos outros. Inclusive, mesmo que as equipes estejam espalhadas pelo mundo todo, o Git garante um excelente controle das alterações no código de um projeto. 

 – Gerenciar ramificações: os desenvolvedores podem criar “branches” para desenvolver novas funcionalidades, corrigir bugs ou testar alterações sem afetar o código principal.  

 – Garantir segurança: com seu modelo distribuído, o Git mantém cópias completas do repositório em cada máquina, reduzindo riscos de perda de dados. 

2 – Quando surgiu o Git? 

 O Git foi criado em 2005 pelo engenheiro de software finlandês Linus Torvalds, o mesmo criador do kernel do sistema operacional Linux.  

Naquela época, a equipe de desenvolvimento do Linux utilizava como sistema de controle de versão um software chamado BitKeeper. Porém, devido a problemas relacionados a licenças e restrições de uso, surgiu a necessidade de uma solução independente.  

Linus então projetou o Git para ser um sistema de controle de versão rápido, eficiente e capaz de lidar com projetos de grande escala como o Linux. E essa ferramenta criada para atender uma demanda específica do projeto de desenvolvimento do Linux, se tornou em um sucesso global, sendo o gerenciador de versões mais popular da atualidade.

3 – Principais ferramentas Git 

O Git é uma ferramenta de linha de comando utilizada, por padrão, via terminal. No entanto, para tornar seu uso mais acessível e intuitivo, especialmente para iniciantes e equipes colaborativas, foram desenvolvidas ferramentas com interfaces gráficas que simplificam a execução de operações como commits, merges e visualização de histórico de alterações.

Entre as ferramentas mais populares estão o GitHub, o GitLab e o Bitbucket. Estes são serviços baseados em nuvem para hospedagem de repositórios Git e oferecem diversos recursos que vão além do controle de versão, como: 

Colaboração em equipe: recursos para revisão de código (pull requests ou merge requests), inserção de comentários e discussões diretamente no código. 

Integração e entrega contínuas (CI/CD): automatização do processo de compilação, testes e implantação de projetos. 

Controle de permissões: permite gerenciar qual usuário pode acessar, modificar ou revisar o projeto. 

Documentação integrada: repositórios podem incluir wikis e markdown para documentação de projetos. 

Análise de código e segurança: Alguns serviços oferecem ferramentas automáticas para detecção de vulnerabilidades e sugestões de melhorias no código, inclusive algumas são baseadas em IA. 

Além dos serviços de armazenamento citados acima, existem também algumas ferramentas complementares que podem ser instaladas no computador ou integradas com as IDEs e facilitam ainda mais o trabalho com Git. São exemplos: Sourcetree, GitKraken, GitHub Desktop e  GitGraph.

Ao instalar uma destas ferramentas, você irá sincronizá-la com o repositório remoto do seu projeto que está alocado em um serviço como o GitHub ou GitLab. Depois de feita a sincronização, você terá acesso a uma interface gráfica de usuário (GUI), que fornece uma série de recursos para realizar o gerenciamento de branches e commits nos repositórios de seus projetos.

Antes de finalizar este tópico, é importante destacar que o Git é uma ferramenta local de controle de versão, enquanto ferramentas como o GitHub e GitLab, por exemplo, adicionam recursos extras, mas não são obrigatórias. Você pode usar o Git localmente sem nenhum desses serviços, mas integrá-los pode aumentar significativamente a produtividade, especialmente para trabalhos em equipes. 

4 – GitFlow: um padrão estrutural para repositórios 

O Gitflow propõe um modelo estrutural para gerenciar as ramificações (branches) de um repositório Git. Ele sugere a seguinte estrutura de branches para os projetos: 

Develop: é a ramificação onde ficam os códigos que estão sendo trabalhadas pelos desenvolvedores no momento; 

– Release: branch onde estão as alterações já concluídas pelos desenvolvedores e que estão em fase de homologação; 

Main: a principal branch do projeto onde ficam os códigos de produção; 

Hotfix: ramificações criadas, geralmente, a partir da main, para o desenvolvimento das correções de bugs; 

Feature: branches específicas para o desenvolvimento de novos recursos. Muito úteis quanto múltiplas equipes trabalham, simultaneamente, em diferentes alterações para o mesmo projeto. 

O GitFlow prevê uma estrutura de branches baseada em hierarquia. Cada branch possui uma função bem definida nessa hierarquia e o processo ideal descrito pelo GitFlow nos diz que:

As tarefas de desenvolvimento começam na develop. Quando prontas, elas avançam para a release, através de um processo chamado merge, que trata-se de uma mesclagem das alterações de uma branch para outra.

Na branch release, as alterações propostas serão testadas e validadas. Quando finalizado o processo de testes, as alteraçõres avançam para a main (ou master em projetos mais antigos) e são entregues em produção.

O GitFlow também sugere a criação das branches feature e hotfix para o desenvolvimento de funcionalidades específicas e correções de bugs, respectivamente. Essas branches são usadas em paralelo as demais e quando concluídas as suas tarefas de desenvolvimento, elas devem seguir o mesmo processo de mesclagem: develop -> release -> main.

Respeitar o processo proposto pelo GitFlow garante uma equalização dos códigos entre todas as branches e evita a perda de correções e melhorias entre uma ramificação e outra.  

5 – Principais comandos do Git 

Como podemos perceber até agora, o Git é uma ferramenta robusta e poderosa para o gerenciamento de versões de projetos. Ele possui uma ampla lista de comandos úteis para o controle dos repositórios dos nossos projetos. A seguir vamos conhecer os principais comandos e qual sua função: 

git init: inicializa um novo repositório Git em um diretório. 

git clone: clona um repositório remoto para sua máquina local. 

git status: exibe o estado atual do repositório, incluindo arquivos modificados, novos arquivos e arquivos prontos para commit. 

git add: adiciona arquivos ou alterações a staging area (área de preparação) para ser incluído no próximo commit. 

git commit: cria um novo commit, que registra as alterações no histórico do repositório. 

git pull: atualiza o repositório local com as alterações do repositório remoto. 

git push: envia as alterações do repositório local para o repositório remoto. 

git branch: utilizado para listar, criar ou excluir branches do repositório. 

git checkout: comando para acessar commits e branches do projeto. 

git merge: une as alterações de uma ramificação a outra. 

git log: exibe o histórico de commits do repositório. 

Além dos comandos citados acima, o Git possui muitos outros disponíveis para garantir um gerenciamento eficiente de repositórios. Se você quer conhecer esses comandos e ver alguns exemplos de uso do Git, recomendo que acesse a documentação oficial disponível nesse link. Explore a documentação e conheça um pouco mais sobre essa ferramenta popular no desenvolvimento de softwares. 

Conclusão 

O Git além de uma robusta ferramenta de controle de versão, é também um verdadeiro facilitador para o desenvolvimento colaborativo de projetos, sejam de pequeno ou grande porte.  

Abrangendo do rastreamento de alterações até a gestão de branches e integração com ferramentas como GitHub e GitLab, o Git desempenha um papel fundamental no fluxo de trabalho de desenvolvedores e equipes de software.  

Dominar seus conceitos e comandos é essencial para quem deseja atuar de maneira produtiva e eficiente no mundo da tecnologia. Nos próximos posts, exploraremos cada um desses tópicos com mais profundidade, ajudando você a aproveitar ao máximo essa poderosa ferramenta! 

Aproveite também para conhecer meus artigos sobre programação, clicando aqui. Espero que este conteúdo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações fique à vontade para entrar em contato.      

Referências

https://www.alura.com.br/artigos/o-que-e-git-github
https://www.atlassian.com/br/git/tutorials/what-is-git
https://www.datacamp.com/pt/blog/all-about-git

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