Como manter a segurança na internet?

Em um mundo cada vez mais conectado, onde a tecnologia permeia cada aspecto de nossas vidas, a segurança na internet se tornou um dos temas mais importantes da atualidade. Nossas informações pessoais, financeiras e profissionais estão constantemente transitando por redes e dispositivos, tornando-nos alvos potenciais para ataques cibernéticos.

Mas o que significa, de fato, “manter a segurança na internet”? Muito mais do que apenas criar senhas complexas, a segurança na internet envolve um conjunto de hábitos, ferramentas e conhecimentos que, juntos, formam uma barreira robusta contra as ameaças digitais.

Neste artigo, vamos explorar os principais pilares da segurança digital e apresentar boas práticas que podem (e devem) ser adotadas por qualquer pessoa — seja você um profissional de TI, estudante da área ou alguém que procura simplesmente navegar com mais tranquilidade.

1. O alicerce da segurança na internet: senhas fortes e únicas

Não há como falar de segurança na internet sem começar pelas senhas. Elas são, literalmente, as chaves que protegem nossas contas e informações de acessos indevidos. Subestimar a importância das senhas é uma das maiores vulnerabilidades que muitos de nós criamos.

Para proteger nossa privacidade na internet, o primeiro passo é criar senhas fortes. Para isso, elas devem atender a alguns requisitos fundamentais:

  • Crie senhas longas: uma senha deve ter, no mínimo, 8 caracteres. Mas o ideal é que ela seja ainda mais longa. Quanto mais caracteres, mais tempo e recursos são necessários para quebrá-la em um ataque de força bruta.
  • Combine números, letras e caracteres especiais: jamais utilize padrões óbvios como “123456” ou “abcdef”. A força de uma senha reside na combinação aleatória de letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais (como !, @, #, $, %, etc.). Pense em frases longas e fáceis de memorizar, mas difíceis de adivinhar.
  • Nada de senhas óbvias: datas de nascimento (a sua ou de pessoas próximas), nomes de parentes, nomes de animais de estimação, nome do time de futebol que você torce. Essas informações e quaisquer outras de cunho pessoal podem ser facilmente encontradas em suas redes sociais e na internet em geral. Assim, esse tipo de senha pode servir como uma porta de entrada para invasores. Seja criativo na hora de criar suas senhas e evite dados que possam ser facilmente associados a você.

2. Comportamentos que fortalecem sua segurança na internet

Criar senhas fortes é o primeiro passo, mas a segurança na internet vai além disso e exige a adoção de vários comportamentos conscientes. Ignorar esses comportamentos e não os adotar em seu dia a dia pode anular todo o seu esforço inicial de criar senhas fortes.

  • A regra de ouro: senhas únicas para cada serviço: reutilizar a mesma senha em diversas plataformas é um erro grave. Você já parou para pensar que, ao repetir sempre a mesma senha em todos os lugares, basta que apenas uma de suas contas seja comprometida e o invasor terá acesso a todas as outras onde você usa a mesma credencial? Invista na criação de senhas diferentes para cada serviço que você usa.
  • Não anote suas senhas: anotar suas senhas em papéis, blocos de anotações ou arquivos de texto não protegidos é extremamente perigoso. Se essas anotações, físicas ou virtuais, caírem em mãos erradas, sua privacidade estará comprometida. Procure utilizar mecanismos confiáveis de gerenciamento de senhas para não precisar recorrer às anotações.
  • Atualize suas senhas periodicamente: vazamentos de dados são uma realidade e podem acontecer a qualquer momento, para qualquer empresa. Mesmo que as empresas que armazenam nossos dados tomem as melhores medidas e usem os melhores recursos e ferramentas de segurança digital, ainda assim suas informações podem ser expostas. Por isso, crie o hábito de atualizar suas senhas regularmente, pelo menos uma vez ao ano para serviços comuns e com mais frequência para serviços críticos como seu e-mail principal e suas contas bancárias.

3. Camadas extras de proteção: medidas adicionais de segurança

A sofisticação dos ataques cibernéticos é cada vez maior e para nos proteger precisamos ir além do básico. Integrar medidas adicionais de segurança ao seu dia a dia é crucial para impedir a ação de criminosos digitais:

  • Utilize gerenciadores de senhas: com a quantidade de serviços digitais que utilizamos hoje em dia, memorizar senhas únicas para cada um é praticamente impossível. Nesse contexto, os gerenciadores de senhas são importantes ferramentas que armazenam suas credenciais de forma criptografada e segura. Isso lhe permite criar senhas complexas e únicas para cada serviço sem a necessidade de memorizá-las. Muitos desses serviços oferecem versões gratuitas e são compatíveis com diversos dispositivos.
  • Configure a autenticação multifator (MFA): a autenticação multifator (MFA) adiciona uma poderosa camada extra de proteção aos seus serviços digitais. Mesmo que sua senha seja descoberta por um invasor, ele ainda precisará superar um segundo fator de autenticação para acessar sua conta. Isso pode ser um código enviado por SMS, e-mail, aplicativo autenticador (como Google Authenticator ou Microsoft Authenticator) ou até mesmo sua impressão digital. Ative a MFA sempre que disponível, pois esta é uma das medidas mais eficazes para prevenir acessos indevidos.
  • Mantenha seus softwares atualizados: as atualizações de software, seja do seu sistema operacional (Windows, macOS, Android, iOS) ou de seus aplicativos, não trazem apenas novas funcionalidades. Elas corrigem vulnerabilidades de segurança que poderiam ser exploradas por invasores. Por isso, mantenha seus dispositivos e softwares sempre atualizados.

4 – Comportamentos extras para aumentar a segurança na internet

Além das medidas adicionais de segurança que podemos adotar em nossos dispositivos e sistemas, há também alguns comportamentos simples que podemos adotar para aumentar nossa segurança na internet:

  • Desconfie sempre: essa é uma regra fundamental. Jamais forneça suas senhas ou códigos de autenticação a terceiros, independentemente da justificativa ou do meio de comunicação utilizado (telefone, e-mail, WhatsApp, redes sociais). Empresas e instituições legítimas nunca solicitarão suas credenciais de acesso dessa forma. Desconfie de mensagens ou ligações suspeitas e, se necessário, procure as autoridades competentes.
  • Evite usar redes Wi-fi públicas: redes públicas, como as oferecidas em shoppings, cafés e aeroportos, são muito práticas, mas também muito perigosas. Geralmente, essas redes não possuem uma boa proteção e podem ser um alvo fácil para criminosos que tentam interceptar seus dados. Não as utilize para acessar informações sensíveis, como dados bancários ou e-mails importantes. Prefira utilizar sua conexão 4G/5G. Porém, se precisar utilizá-las, opte por uma VPN (Rede Privada Virtual), que cria uma conexão criptografada e segura, dificultando a interceptação das suas informações.
  • Não clique em links e anexos suspeitos: sempre desconfie de links ou anexos recebidos por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens, especialmente se a mensagem for alarmista ou pedir para você tomar uma atitude urgente. Clicar em links maliciosos ou baixar anexos infectados pode instalar programas espiões no seu dispositivo ou direcioná-lo para páginas falsas que roubam suas informações de login. Verifique sempre o remetente e o conteúdo antes de clicar e, em caso de dúvida, entre em contato, por meio de um canal oficial, diretamente com a empresa ou pessoa que supostamente lhe enviou a mensagem.

Conclusão

Manter a segurança na internet é um processo contínuo que envolve a criação de senhas fortes, a adoção de comportamentos seguros e o uso dos recursos tecnológicos de segurança disponíveis. É dessa forma que você deixa de ser uma presa fácil para invasores e constrói uma verdadeira muralha contra ameaças cibernéticas, podendo usufruir dos benefícios da internet de forma segura e tranquila.

Lembre-se: suas informações pessoais são valiosas e proteger seus dados é proteger a si mesmo. Por isso, invista na sua segurança digital e proteja sua privacidade em um mundo cada vez mais conectado.

Espero que este conteúdo seja útil de alguma forma para você. Gostou do post? Compartilhe com seus amigos e aproveite para conhecer mais sobre segurança da informação clicando aqui!

O que é segurança da informação?

A informação é um dos ativos mais valiosos no mundo contemporâneo. Tanto usuários individuais quanto organizações possuem uma quantidade crescente de dados e informações que precisam ser mantidas em segurança. 

A segurança da informação é a área do conhecimento que trata das questões de segurança dos ambientes onde dados e informações são criados, processados e armazenados. E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, essa área não se restringe apenas as informações disponíveis em meios digitais, mas também contempla as informações existentes em ambientes físicos.

Neste artigo, vamos conhecer o que é segurança da informação, seus principais pilares, bem como vamos ver algumas ameaças de segurança e boas práticas que podemos adotar.

1 – O que é segurança da informação?

Segurança da informação é um conjunto de práticas, políticas e tecnologias usadas para proteger informações — sejam elas digitais ou físicas — contra acessos não autorizados, alterações indevidas, perdas, vazamentos ou destruição.

Em outras palavras, trata-se de garantir que os dados estejam seguros, corretos e acessíveis apenas por quem deve acessá-los, no momento certo.

Para entender melhor o conceito de segurança da informação, imagine um cofre com muitos documentos valiosos. A segurança da informação é a área que garante através de diversas técnicas, ferramentas e métodos que apenas pessoas autorizadas possam abrir o cofre, bem como garante que o conteúdo dele não seja alterado sem permissão e que esteja disponível sempre que for necessário.

Mas porque a segurança da informação é importante?

Analise comigo: hoje, praticamente tudo depende de informações: empresas, governos, sistemas de saúde, escolas, redes sociais, entre outros. Um simples vazamento de dados em qualquer um desses sistemas pode causar prejuízos financeiros, danos à reputação e riscos à privacidade.

Além disso, com o crescimento do uso da internet, redes e dispositivos conectados (como celulares e computadores), aumentam também os riscos com invasões de hackers, infecção por malwares, falhas humanas ou técnicas que podem comprometer a segurança de nossas informações.

2 – Pilares de segurança da informação

Para proteger nossos dados em um mundo cada vez mais digitalizado, a área de segurança da informação se baseia em três princípios fundamentais — conhecidos como Tríade CIA:

  1. Confidencialidade (Confidentiality): garante que as informações serão acessadas somente pelo seu proprietário ou pelos usuários por ele autorizados. Por exemplo: sua senha de banco deve ser conhecida apenas por você, enquanto uma planilha com contatos comerciais deve ser acessada somente pelos vendedores de uma empresa.
  2. Integridade (Integrity): garante que, as informações terão suas propriedades originais preservadas, sem sofrer nenhum tipo de perda ou alteração, acidentais ou não autorizadas. Por exemplo: um contrato eletrônico não pode ser modificado sem que as partes autorizem.
  3. Disponibilidade (Availability): garante que as informações estarão acessíveis e prontas para uso sempre que o proprietário quiser utilizá-las. Por exemplo: o sistema de um hospital precisa estar disponível 24 horas para atender emergências.

A confidencialidade, a integridade e a disponibilidade constituem os pilares fundamentais da segurança da informação. Sempre que estivermos criando novos sistemas, dando manutenção ou fazendo melhorias em nossos sistemas atuais, devemos planejar cada uma de nossas ações tendo em vista o atendimento desses requisitos.

2.1 – Pilares de segurança complementares

Porém, é válido ressaltar que, a bibliografia da área de segurança da informação tem sido, frequentemente, atualizada e expandida. Atualmente, já são apontados outros fatores complementares para garantir a segurança de nossas informações: 

  1. Autenticidade: toda informação gerada deve possuir um registro de sua autoria, bem como todas as alterações realizadas após a sua criação também devem ser devidamente registradas.
  2. Irretratabilidade: também chamada de não-repúdio, essa propriedade exige que o sistema possua mecanismos que não permitam que o autor da informação negue a autoria da informação. Certificados digitais e assinaturas eletrônicas são exemplos desses mecanismos.
  3. Legalidade: toda informação gerada e todos os procedimentos adotados em relação a ela, devem estar em conformidade com a legislação vigente. Atualmente, no Brasil, a legislação mais importante sobre esse assunto, é a Lei N° 13.709, de 14 de agosto de 2018, conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)

3 – Principais ameaças à segurança da informação

A segurança da informação precisa lidar com diversos tipos de ameaças, que podem surgir tanto de fora quanto de dentro de uma organização. Veja alguns dos principais riscos:

1. Malwares (vírus, worms, ransomware): são programas maliciosos criados para invadir, danificar ou roubar dados. Um dos exemplos mais perigosos é o ransomware, que sequestra arquivos e exige pagamento para liberá-los.

2. Phishing: técnica usada para enganar pessoas e obter informações confidenciais, como senhas e dados bancários. Normalmente acontece por e-mails ou mensagens falsas que imitam empresas reais.

3. Ataques de hackers (ciberataques): são invasores que exploram falhas em sistemas ou redes para roubar dados, espionar, causar prejuízo ou paralisar serviços.

4. Falhas humanas: erros simples como usar senhas fracas, clicar em links suspeitos ou deixar documentos sensíveis desprotegidos podem comprometer a segurança.

5. Ameaças internas: funcionários ou parceiros com acesso indevido a informações podem, intencionalmente ou por descuido, causar vazamentos ou alterações indesejadas.

4 – Boas práticas de segurança

Independentemente de ser um profissional da área de TI ou um simples usuário, todos podemos contribuir para proteger a informação. Em seguida, vamos ver algumas boas práticas de segurança da informação recomendadas:

  • Use senhas fortes e únicas: misture letras, números e símbolos. Evite usar datas ou nomes fáceis de adivinhar.
  • Ative a autenticação em dois fatores (2FA): um passo extra que protege mesmo que a senha seja descoberta.
  • Mantenha sistemas atualizados: atualizações corrigem falhas de segurança.
  • Evite clicar em links desconhecidos: verifique o remetente e o conteúdo antes de clicar.
  • Realize backups regularmente: isso garante recuperação em caso de perda ou ataque.
  • Treine usuários e colaboradores: a conscientização é essencial para reduzir erros e ataques de engenharia social.

Conclusão

Segurança da informação vai muito além de apenas proteger computadores e dispositivos. Antes de tudo, trata-se de proteger pessoas, negócios e a sociedade como um todo em um mundo cada vez mais digital.

Desde criar uma senha forte e segura até proteger sistemas complexos em grandes empresas, tudo faz parte de um esforço coletivo para manter os dados seguros.

Investir em segurança da informação não é apenas uma escolha técnica: é uma necessidade estratégica para garantir confiança, continuidade e integridade em tudo o que envolve dados.

Espero que este conteúdo seja útil de alguma forma para você. Se gostou do conteúdo, compartilhe com seus amigos e aproveite para acessar os outros artigos deste site.

Entendendo o que é criptografia

Em um mundo cada vez mais conectado, proteger nossas informações se tornou uma prioridade. Seja ao enviar uma mensagem no WhatsApp, fazer uma compra online ou acessar uma conta bancária via aplicativo, precisamos garantir a confidencialidade de nossos dados, resguardando-os de acessos não autorizados. Para isso, há um mecanismo invisível que garante que esses dados não caiam em mãos erradas: a criptografia.

Mas afinal, o que é criptografia? E o que significam os termos criptografia simétrica e criptografia assimétrica? Neste artigo, vamos explicar esses conceitos de forma clara, com exemplos práticos para facilitar a sua compreensão. Vamos começar?

1 – O que é Criptografia?

Criptografia é a ciência de transformar informações legíveis (conhecidas como texto plano) em um formato ilegível (conhecido como texto cifrado) por meio de algoritmos matemáticos. O objetivo é garantir a confidencialidade da informação — ou seja, garantir que somente pessoas autorizadas possam entendê-la.

Quando alguém precisa acessar a informação original, ela precisa aplicar um processo inverso chamado descriptografia.

Para entender melhor o conceito de criptografia, vamos imaginar um exemplo simples: imagine que você quer enviar a mensagem “EU TE AMO”, mas quer esconder o conteúdo. Você poderia substituir cada letra por outra. Por exemplo, avançando 3 letras no alfabeto (técnica chamada de cifra de César):

  • E → H
  • U → X
  • T → W
  • E → H
  • A → D
  • M → P
  • O → R

A mensagem cifrada seria: HX WH DPR

Claro que hoje em dia utilizamos métodos muito mais avançados de encriptação de dados, mas a ideia é a mesma: transformar o significado dos dados para protegê-los.

2 – Criptografia simétrica

Na criptografia simétrica, também conhecida como criptografia de chave secreta, utiliza-se a mesma chave tanto para cifrar quanto para decifrar a mensagem. Isso significa que ambas as partes (quem envia e quem recebe) precisam compartilhar uma chave secreta comum.

2.1 – Como funciona a criptografia simétrica

  1. Geração da Chave: O remetente gera uma chave secreta e precisa compartilhá-la de forma segura com o destinatário da mensagem. Este compartilhamento seguro da chave é um ponto crítico na criptografia simétrica.
  2. Criptografia: O remetente utiliza a chave secreta para aplicar um algoritmo de criptografia aos dados originais (texto plano), transformando-os em um texto cifrado ininteligível.
  3. Transmissão: O texto cifrado é transmitido através de um canal de comunicação (que pode ser inseguro).
  4. Descriptografia: O destinatário, possuindo a mesma chave secreta, utiliza o algoritmo de descriptografia correspondente para reverter o texto cifrado ao seu formato original (texto plano).
Representação gráfica do processo de criptografia simétrica.
Fonte: o autor

A rapidez é uma das principais vantagens dos algoritmos simétricos, tornando-os adequados para criptografar grandes volumes de dados. Outra vantagem é a simplicidade, pois ao utilizar uma única chave torna-se mais simples de entender e implementar a criptografia.

Entretanto, há também algumas desvantagens na criptografia simétrica. A principal é o gerenciamento das chaves, pois, é necessário compartilhar a chave secreta de forma segura entre todos os envolvidos. Se a chave cair em mãos erradas, toda a comunicação criptografada fica comprometida. Outro ponto é que, em sistemas com muitos usuários, a escalabilidade torna-se um desafio, pois gerenciar de forma segura um grande número de chaves secretas, torna-se em uma tarefa complexa e difícil.

2.2 – Algoritmos simétricos comuns

Para criar chaves simétricas precisamos utilizar um tipo específico de algoritmo. Os mais populares são:

  • AES (Advanced Encryption Standard): Um dos algoritmos simétricos mais utilizados atualmente, considerado altamente seguro.
  • DES (Data Encryption Standard): Um algoritmo mais antigo, considerado vulnerável a ataques de força bruta devido ao seu tamanho de chave menor.
  • 3DES (Triple DES): Uma evolução do DES que aplica o algoritmo três vezes para aumentar a segurança.

3 – Criptografia assimétrica

A criptografia assimétrica, também conhecida como criptografia de chave pública, surgiu para resolver o problema da troca segura de chaves. Para isso, ela utiliza um par de chaves: uma chave pública e uma chave privada.

  • A chave pública pode ser compartilhada com qualquer pessoa.
  • A chave privada deve ser mantida em segredo pelo dono.

Na criptografia assimétrica, o que uma chave faz, pode ser desfeito somente por sua chave par. Se você criptografar uma mensagem com a chave pública de alguém, somente a chave privada correspondente pode decifrá-la.

3.1 – Como funciona a criptografia assimétrica

  1. Geração do Par de Chaves: Cada entidade (usuário, servidor, etc.) gera seu próprio par de chaves pública e privada. Essas chaves são matematicamente relacionadas, mas é computacionalmente inviável derivar a chave privada a partir da chave pública.  
  2. Criptografia (com a chave pública do destinatário): Se Alice deseja enviar uma mensagem secreta para Bob, ela utiliza a chave pública de Bob para criptografar a mensagem.
  3. Transmissão: A mensagem criptografada é enviada para Bob.
  4. Descriptografia (com a chave privada do destinatário): O destinatário recebe a mensagem e descriptografa ela com sua chave privada. É válido ressaltar que, somente a chave privada de Bob pode descriptografar a mensagem cifrada, nenhuma outra pode fazer isso.
Representação gráfica do processo de criptografia assimétrica.
Fonte: o autor

A criptografia assimétrica possui como vantagem um gerenciamento de chaves simplificado, onde não há necessidade de compartilhar uma chave secreta entre as partes. Cada um possui seu próprio par de chaves, tornando esse modelo muito mais simples em relação ao modelo simétrico. A segurança aprimorada também é uma vantagem, pois, como a chave privada nunca precisa ser transmitida, o risco de interceptação é minimizado. Além disso, chaves assimétricas também podem ser utilizadas para assinaturas digitais, permitindo verificar a autenticidade e integridade dos dados.

Como desvantagens podemos citar a complexidade computacional. Os algoritmos assimétricos geralmente são mais lentos e exigem mais poder computacional em comparação aos algoritmos simétricos. O tamanho das chaves também é um fator de atenção. Para alcançar um nível de segurança comparável aos algoritmos simétricos, as chaves assimétricas tendem a ser maiores.

3.2 – Algoritmos Assimétricos Comuns

Assim como, para criar chaves simétricas precisamos utilizar um tipo específico de algoritmo, o mesmo vale para as chaves assimétricas. Os algoritmos mais populares para isso são:

  • DSA (Digital Signature Algorithm): Um algoritmo específico para criação de assinaturas digitais.
  • RSA (Rivest–Shamir–Adleman): Um dos primeiros e mais amplamente utilizados algoritmos de chave pública.
  • ECC (Elliptic Curve Cryptography): Um algoritmo mais moderno que oferece segurança equivalente ao RSA com chaves menores, sendo mais eficiente para dispositivos com recursos limitados.

Conclusão

A criptografia é uma das principais ferramentas para garantir a segurança da informação. Seja no modelo simétrico ou assimétrico, ela permite proteger dados contra acessos não autorizados e assegurar a confidencialidade e autenticidade das comunicações.

Ao entender como funcionam esses dois modelos — e onde cada um se aplica melhor —, conseguimos valorizar as tecnologias por trás da segurança digital que usamos diariamente, muitas vezes sem nem perceber.

Espero que este artigo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações, fique à vontade para entrar em contato.

O que são ataques cibernéticos?

No mundo cada vez mais conectado em que vivemos, termos como DDoS, MITM e Phishing tem se tornado cada vez mais comuns e preocupantes para usuários e organizações. Cada um desses termos nomeia um tipo diferente de ataque cibernético e representam uma ameaça constante para nossos dados e informações.

Neste artigo, vamos explorar o que são esses ataques e como podemos nos proteger deles em nosso dia a dia. Vamos começar? 

1 – O que são ataques cibernéticos?

Ataques cibernéticos são tentativas maliciosas de acessar sistemas computacionais, redes ou dispositivos com o intuito de roubar dados, causar danos ou interromper serviços. Estes ataques podem ser realizados por indivíduos, grupos organizados ou até mesmo por nações, com diferentes motivações: 

Criminosas: são ataques que visam obter ganhos financeiros. Possivelmente, os ataques mais comuns que existem, possui uma grande quantidade de exemplos como: invasão a contas bancárias, sequestro de dados, falsificação de títulos de pagamentos, entre outros. 

Políticas: são ataques que buscam promover causas sociais ou agendas e ideologias políticas. Esses ataques procuram desestabilizar os sistemas ou roubar dados de organizações governamentais (especialmente órgãos de segurança nacional e da alta gestão pública) e causar interrupções de serviços essenciais. 

Pessoais: são ataques que incluem uma variedade de aspectos pessoais e emocionais do envolvido ou envolvidos. Pode se tratar de uma vingança contra uma pessoa ou organização, uma forma de provar sua capacidade intelectual de invadir um sistema, entre outros fatores. 

2 – Principais tipos de ataques cibernéticos 

Infelizmente, a lista de ataques cibernéticos é bastante extensa e tem crescido cada vez mais. As técnicas adotadas pelos cibercriminosos variam da tradicional força bruta (aplicação de tentativa e erro até descobrir uma credencial de acesso) até sofisticadas técnicas de engenharia social. 

Independente da técnica utilizada, ataques cibernéticos são uma ameaça real para indivíduos e organizações. Um ataque bem-sucedido pode gerar enormes perdas financeiras, bem como prejudicar a reputação das vítimas.  

Abaixo, vamos ver uma relação com os principais tipos de ataques existentes. 

2.1 – Malware 

Malware é um termo geral para definir um software malicioso projetado para infectar sistemas e causar danos. Na classificação de malwares estão incluídos: 

Trojans: são softwares maliciosos disfarçados de aplicativos legítimos ou escondidos dentro de aplicações legítimas que executam atividades maliciosas no dispositivo infectado. 

Ransomware: é um software malicioso que quando executado criptografa os dados da vítima. Para restaurar o acesso aos dados, os criminosos exigem um pagamento da vítima. Grandes empresas e até mesmo hospitais têm sido alvos frequentes desse tipo de ataque. 

Spyware: é um programa que é instalado em um dispositivo para coletar dados e informações dos usuários. O spyware rastreia tudo que é feito pelo usuário sem o seu consentimento e envia os dados coletados para um dispositivo remoto que é controlado pelo invasor. Esses softwares também podem baixar e instalar outros programas maliciosos da internet sem que o usuário perceba. 

2.2 – Phishing 

O phishing é uma das táticas mais comuns utilizadas pelos cibercriminosos. Classificada como uma técnica de engenharia social, consiste no envio de mensagens fraudulentas (geralmente por e-mail, SMS ou chats de redes sociais) que parecem ser de fontes verídicas.  

O objetivo é enganar o destinatário para que ele forneça dados sensíveis, como senhas, informações bancárias ou números de cartões de crédito. Também há casos em que o objetivo é persuadir o usuário a baixar um malware em seu dispositivo. Exemplos comuns de phishing incluem falsos alertas de bancos e promoções falsas de grandes empresas. 

2.3 – MITM (Man In The Midle) 

Os ataques do tipo Man In The Midle (traduzido como “Homem no Meio”) ocorrem quando um invasor intercepta a comunicação entre duas partes, como um usuário e um site por exemplo, para espionar, roubar dados ou alterar as informações trocadas. A aplicação desse tipo de ataque é comum em redes Wi-Fi públicas, onde a segurança tende a ser mais fraca. 

2.4- Ataques DDoS (Distributed Denial-of-Service) 

Nos ataques de Negação de Serviço Distribuído (DDoS), os criminosos sobrecarregam um servidor ou rede com um volume excessivo de requisições. Isso deixa o sistema lento ou completamente inacessível para os usuários legítimos. 

Em geral, esses ataques não trazem ganhos financeiros para os criminosos, somente satisfação pessoal por tornar o serviço inacessível. Porém, há casos em que um ataque desse tipo pode ser parte de uma estratégia de extorsão ou possuir motivações político-ideológicas para prejudicar a reputação daquela organização. 

2.5- Ataques de Força Bruta 

Os ataques de força bruta utilizam tentativa e erro para descobrir senhas, testando automaticamente inúmeras combinações de caracteres até encontrar a correta. Embora simples, essa técnica é eficaz, especialmente contra senhas fracas ou reutilizadas em muitos serviços diferentes. 

2.6 – Engenharia Social 

A engenharia social é uma técnica que explora o fator humano, manipulando psicologicamente as pessoas para que revelem informações confidenciais, concedam acesso a sistemas, baixem arquivos maliciosos e até mesmo enviem dinheiro para os criminosos. 

Ligações telefônicas falsas de suporte técnico ou mensagens que apelam para urgência, como “sua conta será desativada se não agir agora”, são bons exemplos desse tipo de ataque.

3 – Como se proteger de ataques cibernéticos?

Como vimos, existe uma enorme quantidade de ataques cibernéticos e não devemos jamais negligenciar nossa segurança digital. Entender os diferentes tipos de ataques cibernéticos é o primeiro passo para nos proteger dos criminosos. Mas isso não é o suficiente, precisamos tomar medidas de segurança para proteger nossos dados e informações. Veja abaixo, uma lista de medidas de segurança que devemos adotar em nosso dia a dia: 

3.1 – Medidas de segurança contra ataques cibernéticos

Mantenha softwares e sistemas atualizados: mesmo que seja muito chato esperar o download e a instalação de uma atualização de sistema, não devemos negligenciar esse ponto. Atualizações de softwares trazem correções para vulnerabilidades de segurança e são essenciais para nossa proteção. 

– Utilize Senhas Fortes: crie senhas complexas que combinem letras, números e caracteres especiais. Não reutilize senhas e, periodicamente, atualize as senhas que você utiliza. Clique aqui para aprender como criar uma senha forte e aqui para acessar um gerador de senhas gratuito. 

Use softwares originais: a pirataria além de ser crime, representa uma grande vulnerabilidade para a segurança dos nossos dados. Todo software pago que foi modificado por alguém para funcionar gratuitamente tem o potencial de possuir brechas de segurança e códigos maliciosos que poderão ser usados por cibercriminosos. Sempre opte por adquirir softwares originais e, se você não possuir condições financeiras para comprá-los, procure por uma alternativa open source. 

Ative a autenticação de dois fatores:  sempre que possível utilize a autenticação multifator. Uma camada extra de proteção é importante para manter nossos dados protegidos caso a primeira barreira seja rompida por um invasor. 

 – Mantenha backups regulares: mesmo tomando todas as medidas de segurança possíveis, ainda assim uma invasão pode acontecer. Por isso, é importante manter backup das suas informações mais importantes, seja em um dispositivo físico ou um servidor na nuvem. 

Evite redes Wi-Fi públicas: redes Wi-Fi abertas, como as de aeroportos e hospitais, atraem cibercriminosos. Eles exploram essas conexões, usadas diariamente por muitas pessoas, para encontrar vulnerabilidades e roubar dados. Use redes públicas apenas em emergências. Sempre que possível, use sua rede de dados móveis, que oferece muito mais segurança do que uma Wi-Fi pública.

3.2 – Medidas extras: fique atento e informado

Além das medidas acima, outros dois aspectos comportamentais são fundamentais para nossa segurança digital: estar atento aos detalhes e manter-se informado.

 – Mantenha-se sempre atento: todas as medidas de segurança são fundamentais, mas se não estivermos atentos aos detalhes nós mesmos podemos representar uma vulnerabilidade aos dados. Os golpes estão cada vez mais sofisticados e qualquer pessoa pode se tornar uma vítima. Devemos sempre analisar o cenário antes de clicar em links, fornecer nossos dados para cadastros, baixar arquivos para nossos dispositivos, entre outras situações. 

Mantenha-se atualizado: como dito, anteriormente, existem muitos tipos de ataques cibernéticos e a lista não para de crescer. Portanto, procure informar-se sobre os golpes que estão sendo aplicados e conheça as medidas de segurança que você pode adotar. Quando você está bem-informado, coloca-se um passo à frente de possíveis ataques de cibercriminosos e fecha brechas que eles poderiam explorar.

Conclusão 

A segurança cibernética não pode ser negligenciada por ninguém. De um simples usuário de internet até as grandes corporações públicas e privadas, devemos estar constantemente vigilantes e atualizados do que está acontecendo ao nosso redor.  

Ao compreender os tipos de ataques existentes e implementar medidas de proteção adequadas, podemos reduzir significativamente os riscos de nos tornarmos vítimas de criminosos cibernéticos. 

Lembre-se: prevenir é sempre melhor que remediar. Mantenha-se informado, atualizado e atento para garantir a segurança dos seus dados e informações. 

Espero que este conteúdo seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações fique à vontade para entrar em contato.

O que é LGPD?

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, conhecida como LGPD, é um marco regulatório que revolucionou a forma como os dados pessoais são tratados no Brasil. Desde sua implementação, em 2020, a LGPD tem trazido mudanças significativas para empresas e cidadãos, promovendo uma cultura de privacidade e segurança de dados no Brasil.

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre essa lei e sua importância para o nosso dia a dia. Vamos começar respondendo o que é essa lei, após vamos entender o que são dados pessoais e quais são os principais tópicos da LGPD.  

1 – O que é a LGPD? 

A LGPD, ou Lei nº 13.709/2018, é a legislação brasileira que regulamenta o tratamento de dados pessoais coletados e armazenados por empresas (públicas ou privadas), tanto em ambientes físicos quanto digitais.  

Inspirada na regulamentação europeia (GDPR), a LGPD foi sancionada em 2018, e entrou em vigor no Brasil em 18/09/2020, estabelecendo diretrizes para a coleta, armazenamento, uso, compartilhamento e eliminação de dados pessoais, visando proteger a privacidade dos cidadãos. 

2 – O que são dados pessoais? 

A LGPD define em seu texto, no artigo 5, o conceito de dados pessoais, fundamental para o entendimento desta lei.

Os dados pessoais são entendidos como aquelas informações relacionadas à pessoa identificada (nome completo, RG, CPF, etc.) ou identificável (dados de geolocalização (GPS), endereço IP, identificação de dispositivo, etc.). 

A LGPD ainda traz o conceito de dados pessoais sensíveis relacionados a aspectos como: origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação sindical ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dados genéticos ou biométrico, entre outros. 

Dados pessoais contemplam o objeto protegido pela regulamentação da LGPD e por isso é importante entender claramente o seu conceito. 

3 – Principais Tópicos da LGPD 

Os dados pertencem ao seu titular e não às empresas que os coletam, armazenam ou tratam. A LGPD trouxe a regulamentação necessária para garantir a privacidade dos indivíduos. Essa lei define as regras para o uso adequado e correto dos dados coletados e armazenados por terceiros e está baseada nos seguintes tópicos centrais: 

  1. Consentimento: o tratamento de dados deve ocorrer com o consentimento explícito do titular. 
  1. Transparência: as empresas devem ser claras sobre como e para qual finalidade os dados estão sendo coletados e utilizados. 
  1. Segurança: medidas técnicas e administrativas devem ser implementadas para proteger os dados contra vazamentos e acessos, alterações e exclusões não autorizadas. 
  1. Anonimização: é uma técnica que modifica ou remove trechos de informações que possam identificar uma pessoa. A anonimização torna as informações não associáveis a um indivíduo específico. Dados anonimizados só podem ser associados ao titular com o uso de informações adicionais mantidas separadamente e protegidas. Essa técnica é especialmente importante para reduzir riscos em casos de vazamento ou acessos indevidos, garantindo que os indivíduos não sejam identificados. 
  1. Direitos dos Titulares: os cidadãos possuem pleno direito de acessar, corrigir, excluir e transferir seus dados pessoais, bem como podem revogar o consentimento de uso e tratamento dos seus dados. 
  1. Sanções: penalidades podem ser aplicadas em caso de descumprimento da lei, incluindo a aplicação de multas. A Agência Nacional de Proteção de Dados, ANPD, é o órgão responsável por fiscalizar a aplicar eventuais penalidades por descumprimento da LGPD.  

Como é possível ver, a LGPD estabelece uma série de regras que promovem o uso responsável de informações por parte das empresas e garantem a privacidade dos indivíduos. 

A LGPD também promove a segurança jurídica ao estabelecer regras claras sobre como dados pessoais devem ser tratados, reduzindo incertezas para as empresas e proporcionando um ambiente mais estável e seguro para operações comerciais e tecnológicas. Com regras bem definidas, tanto os titulares quanto as organizações sabem quais são seus direitos e deveres, o que contribui para o fortalecimento da confiança mútua e o desenvolvimento sustentável da economia digital. 

Conclusão  

A LGPD representa um grande avanço na proteção de dados no Brasil. Ela garante direitos e obrigações claras aos titulares dos dados e para as empresas que tratam estes dados. Dessa forma, a legislação promove a privacidade e a segurança jurídica necessárias para o desenvolvimento de um ambiente econômico saudável e competitivo. 

Para os cidadãos, a LGPD significa mais controle sobre suas informações pessoais e maior segurança contra fraudes e vazamentos. Para as empresas, incentiva práticas de governança e gestão de dados, promovendo a confiança dos clientes e uma boa reputação corporativa. 

Espero que o conteúdo aqui apresentado seja útil de alguma forma para você. Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações fique à vontade para entrar em contato.